Modelo de Petição Inicial de Divórcio Litigioso com Partilha de Bens e Pedido de Meação dos Lucros de Empresa Constituída na Constância do Casamento
Publicado em: 06/11/2024 Civel FamiliaPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO COM PARTILHA DE BENS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Família da Comarca de [CIDADE/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
M. F. de S. L., brasileira, casada, do lar, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua [endereço completo], nesta cidade, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, propor a presente AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO COM PARTILHA DE BENS em face de A. J. dos S., brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua [endereço completo], nesta cidade, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O casal, ora litigantes, contraiu matrimônio sob o regime da comunhão parcial de bens em [data do casamento], conforme certidão anexa. Da união, nasceram dois filhos, atualmente maiores de idade e plenamente capazes.
Após anos de convivência, marcada por esforços mútuos na construção do patrimônio familiar, inclusive com a dedicação exclusiva da autora às atividades domésticas e à administração da empresa do casal, sobreveio a separação de fato em abril de 2024, não havendo qualquer possibilidade de reconciliação.
Durante a constância do casamento, foram adquiridos diversos bens, destacando-se uma empresa individual registrada em nome do réu, mas que contou com a colaboração direta e indireta da autora, tanto na administração quanto no suporte doméstico, essenciais para o desenvolvimento do negócio.
Ressalte-se que a autora jamais exerceu atividade remunerada própria, dedicando-se integralmente ao lar e ao auxílio do marido, o que, por si só, caracteriza a comunhão de esforços e a consequente comunhão patrimonial dos bens adquiridos na constância do casamento, nos termos da legislação vigente.
Diante da ruptura definitiva, a autora busca a dissolução do vínculo conjugal e a partilha igualitária dos bens adquiridos durante a união, bem como perceber, até a efetiva partilha, valor mensal correspondente a 50% dos lucros da empresa, tendo em vista sua contribuição para o crescimento do patrimônio comum e a necessidade de subsistência até a regularização da partilha.
Assim, não restando alternativa, propõe-se a presente demanda.
4. DO DIREITO
4.1. DO DIREITO AO DIVÓRCIO
O direito ao divórcio é potestativo e independe de demonstração de culpa ou de prazo mínimo de separação, conforme previsão expressa da CF/88, art. 226, §6º, e da CCB/2002, art. 1.571, IV. O CPC/2015, art. 731, parágrafo único, autoriza a decretação imediata do divórcio, ainda que pendente a partilha de bens, resguardando-se o direito das partes à ampla produção de provas quanto ao patrimônio comum.
4.2. DA PARTILHA DE BENS
O regime de comunhão parcial de bens, nos termos do CCB/2002, art. 1.658, determina que comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento, cabendo a cada cônjuge metade do patrimônio amealhado, inclusive empresas e lucros delas advindos, ainda que registrados em nome de apenas um dos cônjuges.
O trabalho doméstico e o suporte à administração da empresa, ainda que não remunerados, são reconhecidos como contribuição efetiva para a formação do patrimônio comum, conforme interpretação consolidada do CCB/2002, art. 1.660, V.
4.3. DO DIREITO À MEAÇÃO DOS LUCROS ATÉ A PARTILHA
Até a efetiva partilha, os frutos e rendimentos dos bens comuns devem ser partilhados, nos termos do CCB/2002, art. 1.668. Assim, a autora faz jus ao recebimento de 50% dos lucros líquidos da empresa até a conclusão da partilha, garantindo sua subsistência e evitando o enriquecimento sem causa do réu.
4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
A presente demanda encontra amparo nos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), igualdade entre os cônjuges (CF/88, art. 5º, I), solidariedade familiar e boa-fé objetiva, que orientam a interpretação das normas de direito de família e patrimonial.
O respeito à autonomia da vontade e à liberdade de dissolução do vínculo conjugal é corolário do Estado Democrático de Direito, não podendo ser obstado por questões patrimoniais, conforme entendimento consolidado dos tribunais superiores.
Dessa forma, estão presentes todos os requisitos legais para o deferimento dos pedidos, sendo imprescindível a concessão de tutela provisória para garantir à autora a percepção dos lucros da empresa até a partilha, em observância ao princípio do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).
5. JURISPRUDÊNCIAS
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