Modelo de Pedido de reconsideração de decisão que indeferiu justiça gratuita em agravo interno, fundamentado na presunção relativa de hipossuficiência e direitos constitucionais de acesso à justiça

Publicado em: 06/06/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição de agravo interno para reconsideração de decisão monocrática que indeferiu o pedido de justiça gratuita, demonstrando a hipossuficiência da agravante com base em documentos bancários e fundamentos legais do CPC e Constituição Federal. Inclui jurisprudência relevante e requer concessão do benefício, bem como oportunização para complementação documental e manifestação das partes agravadas.
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PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DE DECISÃO QUE INDEFERIU A JUSTIÇA GRATUITA (MANIFESTAÇÃO/AGRAVO INTERNO)

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator do Tribunal de Justiça do Estado de [UF], Órgão Colegiado,
Processo nº [número do processo]
[Órgão Julgador]

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

AGRAVANTE: R. de C. L., brasileira, solteira, profissão [profissão], portadora do CPF nº [número], residente e domiciliada à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].
AGRAVADAS: D. C. A. B. e A. B. B., brasileiras, [estado civil], profissão [profissão], portadoras do CPF nº [número], residentes e domiciliadas à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].
Processo nº: [número do processo]
Valor da causa: R$ [valor]

3. SÍNTESE DA DECISÃO AGRAVADA

Trata-se de decisão monocrática proferida por este Egrégio Tribunal, por meio da qual foi indeferido o pedido de concessão dos benefícios da justiça gratuita à agravante, sob o fundamento de que os documentos apresentados (extratos bancários sem movimentação e ausência de declaração de imposto de renda) não seriam suficientes para comprovar a alegada hipossuficiência financeira. Destacou-se, ainda, que a conta bancária apresentada seria de perfil destinado a clientes de maior poder aquisitivo, o que afastaria a presunção de insuficiência de recursos.

4. DOS FATOS

A agravante, R. de C. L., interpôs agravo de instrumento em face de decisão que reconheceu suprida a nulidade de citação e indeferiu devolução de prazo para embargos à execução e impugnação à penhora, nos autos de execução movida por D. C. A. B. e A. B. B.
No referido recurso, a agravante requereu expressamente a concessão dos benefícios da justiça gratuita, alegando não possuir condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.
Para comprovar sua hipossuficiência, a agravante juntou aos autos extratos bancários que demonstram ausência de movimentação financeira relevante e declarou não apresentar declaração de imposto de renda, por não se enquadrar nos requisitos legais para tanto.
Entretanto, a decisão agravada entendeu que tais documentos não seriam suficientes para demonstrar a alegada insuficiência, ressaltando que a conta bancária apresentada seria de perfil destinado a clientes de maior poder aquisitivo, motivo pelo qual indeferiu o pedido de justiça gratuita.
A agravante, inconformada, apresenta o presente pedido de reconsideração/agravo interno, reiterando sua condição de hipossuficiência e requerendo a concessão do benefício, nos termos da legislação vigente.

5. DO DIREITO

5.1. DO DIREITO FUNDAMENTAL À GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A Constituição Federal assegura, em seu art. 5º, LXXIV, que “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. Trata-se de direito fundamental, diretamente relacionado ao princípio do acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV), que visa garantir a todos o pleno exercício da jurisdição, independentemente de sua condição econômica.

5.2. DA PRESUNÇÃO RELATIVA DE HIPOSSUFICIÊNCIA E DOS REQUISITOS LEGAIS

O Código de Processo Civil, em seu art. 98, caput, assegura a gratuidade da justiça à pessoa natural que demonstrar insuficiência de recursos para arcar com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios. O art. 99, §3º, do CPC/2015, dispõe que a alegação de insuficiência de recursos feita por pessoa natural presume-se verdadeira, salvo prova em contrário:
“CPC/2015, art. 99, §3º: Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.”
Assim, a declaração de hipossuficiência firmada pela parte goza de presunção relativa de veracidade, devendo ser deferido o benefício, salvo se houver elementos concretos nos autos que demonstrem capacidade financeira incompatível com a concessão da gratuidade.

5.3. DA SUFICIÊNCIA DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS

No caso em tela, a agravante apresentou extratos bancários que demonstram ausência de movimentação financeira relevante, além de informar que não apresenta declaração de imposto de renda, por não atingir o limite de renda exigido pela Receita Federal. Tais documentos, aliados à declaração de hipossuficiência, são suficientes para, ao menos"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de pedido de reconsideração/agravo interno interposto por R. de C. L. em face da decisão monocrática deste Egrégio Tribunal que indeferiu o pedido de concessão dos benefícios da justiça gratuita, sob o fundamento de insuficiência de provas quanto à hipossuficiência financeira.

A agravante afirma não possuir condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Para tanto, apresentou extratos bancários com ausência de movimentação financeira relevante e declarou não ser obrigada à apresentação de declaração de imposto de renda. A decisão agravada entendeu que os documentos acostados não seriam suficientes a demonstrar a hipossuficiência, ressaltando ainda o perfil da conta bancária.

É o relatório.

II. FUNDAMENTAÇÃO

II.1. Da Fundamentação Constitucional e Legal

Inicialmente, cumpre registrar que a motivação das decisões judiciais é garantia fundamental prevista no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, o qual determina que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

No mérito, a Constituição Federal, em seu art. 5º, LXXIV, assegura o direito à assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos, sendo tal direito corolário do princípio do acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CF/88).

O art. 98 e o art. 99, §3º, do Código de Processo Civil, por sua vez, estabelecem que a parte que afirmar não possuir condições de arcar com as custas processuais faz jus, em regra, à concessão do benefício, sendo a presunção relativa e podendo ser afastada mediante prova em contrário.

II.2. Da Análise dos Fatos e dos Documentos

No caso em tela, a agravante juntou aos autos extratos bancários que, embora de conta considerada de perfil elevado, apresentam ausência de movimentação financeira relevante, bem como informou não ser declarante de imposto de renda por não atingir o limite de renda exigido. Não há nos autos elementos concretos que demonstrem capacidade financeira incompatível com a concessão do benefício.

Ressalte-se que, conforme entendimento reiterado do Superior Tribunal de Justiça, a mera titularidade de conta bancária, isoladamente, não é suficiente para afastar a presunção de hipossuficiência, mormente quando não verificada movimentação financeira incompatível com a alegação da parte.

Ademais, o indeferimento do pedido de gratuidade, nos termos do art. 99, §2º, do CPC, exige fundamentação concreta, com base em elementos objetivos, e possibilidade de complementação documental antes da negativa definitiva do benefício.

Jurisprudência deste Tribunal e do STJ reforça a necessidade de demonstração objetiva da capacidade da parte para afastamento da presunção de hipossuficiência, o que não restou comprovado nos presentes autos.

II.3. Dos Princípios do Acesso à Justiça e da Dignidade da Pessoa Humana

A negativa do benefício da justiça gratuita, sem base em elementos objetivos e concretos, viola os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88) e do acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CF/88), devendo prevalecer, em caso de dúvida, a concessão do benefício para que não se restrinja o exercício do direito de defesa e contraditório.

III. DISPOSITIVO

Diante do exposto, dou provimento ao pedido de reconsideração/agravo interno, para reformar a decisão agravada e conceder à agravante os benefícios da justiça gratuita, nos termos dos arts. 98 e 99, §3º, do Código de Processo Civil/2015.

Caso sobrevindo, no curso do processo, elementos concretos que demonstrem alteração da situação financeira da parte, nada impede a futura revogação do benefício, nos termos do art. 98, §3º, do CPC.

Publique-se. Intimem-se.

IV. REFERÊNCIAS LEGAIS E JURISPRUDENCIAIS

Constituição Federal/88: arts. 1º, III; 5º, XXXV e LXXIV; 93, IX
Código de Processo Civil/2015: arts. 98; 99, §§2º, 3º e 4º
Jurisprudência:
TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP; TJRJ, Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ; TJSP, Agravo Interno Cível Acórdão/TJSP; STJ, AgInt no AgInt no REsp Acórdão/STJ.

V. EMENTA

AGRAVO INTERNO. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. JUSTIÇA GRATUITA. DECISÃO QUE INDEFERIU O BENEFÍCIO. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS CONCRETOS QUE INDIQUEM CAPACIDADE FINANCEIRA. DOCUMENTOS APRESENTADOS QUE DEMONSTRAM HIPOSSUFICIÊNCIA. CONCESSÃO. RECURSO PROVIDO.

 

É como voto.

 

[Nome do Magistrado]
Desembargador Relator


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