Modelo de Pedido de Pesquisa e Penhora de Meação em Execução Trabalhista Contra Cônjuge de Executado

Publicado em: 14/10/2024 Trabalhista Processo do Trabalho
Petição interlocutória apresentada em processo de execução trabalhista, requerendo a realização de pesquisa patrimonial em nome da cônjuge do executado, sob o regime de comunhão parcial de bens, com fundamento no Código Civil de 2002 e no CPC/2015. O pedido visa à penhora da meação do executado em bens comuns do casal para satisfação do crédito exequendo, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa.

PETIÇÃO INTERLOCUTÓRIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da ___ Vara do Trabalho de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

EXEQUENTE: M. F. de S. L., brasileira, solteira, auxiliar administrativa, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, CEP XXXXX-XXX, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected].

EXECUTADOS:
1. EMPRESA ALVO LTDA., inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Rua X, nº Y, Bairro Z, CEP XXXXX-XXX, Cidade/UF.
2. C. E. da S., brasileiro, casado, empresário, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, CEP XXXXX-XXX, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected].

3. DOS FATOS

Trata-se de execução trabalhista em face da empresa EMPRESA ALVO LTDA., na qual, diante da ausência de bens suficientes à satisfação do crédito exequendo, foi desconsiderada a personalidade jurídica da executada, redirecionando-se a execução aos sócios, notadamente C. E. da S.

Após diligências infrutíferas para localização de bens em nome do sócio, não se obteve êxito na constrição patrimonial necessária ao cumprimento da obrigação judicial.

Ocorre que o referido sócio é casado sob o regime da comunhão parcial de bens com a Sra. A. B. da S., conforme certidão de casamento anexa. Assim, é possível que existam bens registrados em nome da cônjuge, mas que, por força do regime de bens, sejam comuns ao casal, e, portanto, passíveis de penhora da meação do executado.

4. DO DIREITO

Nos termos do CCB/2002, art. 1.658, no regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento, a título oneroso, por qualquer dos cônjuges. Ainda, o CCB/2002, art. 1.660, I, reforça que integram o patrimônio comum os bens adquiridos onerosamente durante o casamento.

Dessa forma, é plenamente possível a pesquisa de bens em nome do cônjuge do executado, com o objetivo de localizar patrimônio comum que possa ser penhorado, respeitando-se, evidentemente, a meação da cônjuge não executada.

O CPC/2015, art. 789, estabelece que o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações. E o CPC/2015, art. 790, IV, autoriza a penhora de bens comuns do casal, mesmo que registrados em nome do cônjuge, desde que respeitada a meação.

Ressalte-se que a jurisprudência majoritária tem admitido a realização de pesquisas patrimoniais em nome do cônjuge do executado, desde que haja regime d"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de pedido formulado pela parte exequente em sede de execução trabalhista, após a desconsideração da personalidade jurídica da empresa executada e a consequente inclusão do sócio C. E. da S. no polo passivo da execução. A exequente pleiteia a realização de pesquisas patrimoniais em nome da cônjuge do executado, Sra. A. B. da S., com o objetivo de localizar bens comuns do casal, uma vez que casados sob o regime da comunhão parcial de bens, conforme certidão de casamento acostada aos autos.

Da Fundamentação

Inicialmente, cumpre ressaltar que o art. 93, IX da Constituição Federal de 1988, impõe ao magistrado o dever de fundamentar suas decisões, garantindo-se a transparência e a motivação do julgado como expressão do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório (CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV).

Sob o prisma do direito material, o Código Civil de 2002, em seu art. 1.658, estabelece que, no regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento. O art. 1.660, I, reforça essa diretriz legal ao afirmar que os bens adquiridos por qualquer dos cônjuges, durante o casamento, a título oneroso, integram o patrimônio comum.

No mesmo sentido, o Código de Processo Civil de 2015, em seu art. 790, IV, autoriza a penhora de bens comuns do casal, ainda que registrados em nome do cônjuge não executado, desde que respeitada a meação. O art. 789 do mesmo diploma prevê que o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações.

A jurisprudência recente, inclusive no âmbito dos Tribunais Estaduais, tem reconhecido a possibilidade de realização de pesquisas patrimoniais em nome do cônjuge do devedor, desde que comprovado o regime de comunhão parcial de bens e a aquisição dos bens durante a constância do casamento, como se verifica nos julgados do TJSP (AI Acórdão/TJSP e AI Acórdão/TJSP).

No caso concreto, restou comprovado nos autos que o executado é casado sob o regime da comunhão parcial de bens, sendo plausível a existência de bens comuns, ainda que registrados exclusivamente em nome da cônjuge. A ausência de êxito nas diligências para localização de bens em nome do executado justifica a adoção de medidas mais amplas para a satisfação do crédito, nos moldes do art. 139, IV do CPC/2015, que impõe ao juiz o dever de adotar providências necessárias à efetividade da execução.

Ressalte-se que o pedido ora analisado não se trata de responsabilização da cônjuge, mas tão somente de autorização para pesquisa e eventual constrição da parte que cabe ao executado nos bens comuns, garantido à cônjuge o exercício do contraditório e da ampla defesa, conforme assegurado pelo art. 5º, LV da Constituição Federal.

Do Mérito

Diante do exposto, e com fundamento nos dispositivos legais e constitucionais mencionados, VOTO no sentido de DAR PROVIMENTO ao pedido da parte exequente, para:

  1. Autorizar a realização de pesquisas patrimoniais em nome da cônjuge do executado, Sra. A. B. da S., por meio dos sistemas BACENJUD, RENAJUD, INFOJUD, ARISP e outros disponíveis, com o fim de localizar bens comuns do casal;
  2. Determinar que, uma vez localizados bens, seja promovida a penhora da meação pertencente ao executado, com a devida intimação da cônjuge para manifestação, resguardando-se o contraditório e a ampla defesa;
  3. Determinar o prosseguimento da execução com as medidas necessárias à sua efetividade, nos moldes do art. 139, IV do CPC/2015.

Conclusão

Desta forma, CONHEÇO do pedido e JULGO-O PROCEDENTE, determinando o regular prosseguimento da execução nos termos acima delineados. Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

Sala de Sessões, [Cidade], [Data Atual].



_______________________________________
Magistrado Relator

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