Modelo de Pedido de penhora de 30% do pró-labore do sócio-administrador C. E. da S. da empresa XYZ Ltda. para satisfação de crédito, com base no CPC/2015 e princípios da efetividade e razoabilidade
Publicado em: 25/06/2025 Processo CivilEmpresaPETIÇÃO DE PEDIDO DE PENHORA DE PRÓ-LABORE
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado de __.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, empresário, portador do CPF nº 000.000.000-00, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação de execução em face de C. E. da S., brasileiro, casado, sócio-administrador, portador do CPF nº 111.111.111-11, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Avenida das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, Cidade/UF, requerer o que segue.
3. SÍNTESE DOS FATOS
O exequente ajuizou ação de execução em face do executado C. E. da S., visando à satisfação de crédito líquido, certo e exigível, conforme título executivo judicial devidamente homologado por este juízo.
Apesar das tentativas de localização de bens penhoráveis, restaram infrutíferas as diligências para bloqueio de valores em contas bancárias e outros ativos financeiros, bem como a constrição de bens móveis e imóveis em nome do executado.
Apurou-se, contudo, que o executado aufere mensalmente valores a título de pró-labore pela administração da empresa XYZ Ltda., da qual é sócio-administrador, conforme documentos anexos.
Diante da ausência de outros bens passíveis de penhora e visando à efetividade da execução, postula-se a penhora de percentual do pró-labore percebido pelo executado, em observância aos princípios da razoabilidade e da menor onerosidade, sem prejuízo de sua subsistência.
Ressalta-se que o exequente já esgotou todas as medidas ordinárias para satisfação do crédito, restando como medida adequada e proporcional a constrição sobre o pró-labore do executado.
4. DO DIREITO
4.1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
O pedido de penhora de pró-labore encontra amparo no CPC/2015, art. 833, IV, que dispõe sobre a impenhorabilidade de salários e remunerações, ressalvando, contudo, em seu §2º, a possibilidade de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como das importâncias excedentes a cinquenta salários mínimos mensais.
O CPC/2015, art. 529, §3º, por sua vez, estabelece que o desconto em folha de pagamento não poderá exceder a cinquenta por cento dos ganhos líquidos do devedor, resguardando-se, ainda, o valor correspondente a um salário mínimo para a subsistência do executado.
A jurisprudência pátria, em consonância com os princípios da efetividade da execução e da razoabilidade, tem admitido a mitigação da regra da impenhorabilidade do pró-labore, especialmente quando esgotados os meios ordinários de satisfação do crédito, desde que observado percentual que não comprometa a dignidade e a subsistência do devedor (CF/88, art. 1º, III).
4.2. CONCEITO DE PRÓ-LABORE E SUA PENHORABILIDADE
O pró-labore consiste na remuneração paga ao sócio-administrador pelo exercício de suas funções na sociedade empresária, possuindo, em regra, natureza alimentar. Todavia, a legislação e a jurisprudência admitem a penhora de parte desse valor, desde que respeitados os limites legais e constitucionais, especialmente quando a medida se mostra necessária para garantir a efetividade da execução e não existam outros bens penhoráveis.
4.3. PRINCÍPIOS JURÍDICOS RELEVANTES
O princípio da efetividade da execução (CPC/2015, art. 797) impõe ao juízo o dever de adotar medidas que assegurem ao credor a satisfação do seu crédito, sem, contudo, violar a dignidade da pessoa humana do devedor (CF/88, art. 1º, III).
O princípio da menor onerosidade (CPC/2015, art. 805) também deve ser observado, de modo que a penhora recaia sobre bens que não comprometam a subsistência do executado, especialmente quando se trata de verba alimentar.
Assim, a penhora de percentual razoável do pró-labore, limitada a 30% dos rendimentos líquidos e resguardando-se o valor de um salário mínimo, revela-se medida proporcional e adequada à satisfação do crédito exequendo, em consonância com o entendimento consolidado pelos tribunais superiores.
Dessa forma, restando comprovada a inexistência de outros bens penhoráveis, é legítima e necessária a constrição sobre o pró-labore do executado, observados os limites legais e constitucionais, conforme amplamente reconhecido pela jurisprudência.
5. JURISPRUDÊNCIAS...
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