Modelo de Memoriais de defesa criminal de C. A. S. de A. em processo por tráfico de drogas, requerendo absolvição por ausência de provas, desclassificação para usuário e aplicação de causa de diminuição de pena conforme...

Publicado em: 25/06/2025 Direito Penal Processo Penal
Memoriais apresentados pela defesa do acusado C. A. S. de A. em ação penal por tráfico de entorpecentes, sustentando ausência de prova inequívoca de autoria e materialidade, nulidade por falta de individualização da conduta, pedido de absolvição com fundamento no princípio da presunção de inocência, alternativamente a desclassificação para uso pessoal e aplicação da causa de diminuição de pena prevista na Lei 11.343/2006, art. 33, § 4º, além de pleito pela produção de provas e justiça gratuita. O documento detalha fundamentos jurídicos, jurisprudência relevante e pedidos finais ao juízo criminal da Comarca de São Paulo.
← deslize para o lado para ver mais opções

MEMORIAIS DE DEFESA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de São Paulo – Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Processo nº: ___________
Acusado: C. A. S. de A., brasileiro, solteiro, profissão não informada, portador do CPF nº ____________, RG nº ____________, residente e domiciliado à Rua ____________, nº ___, Bairro ___, CEP ____________, São Paulo/SP, endereço eletrônico: ____________.
Defensor: M. F. de S. L., OAB/SP nº ____________, endereço profissional à Rua ____________, nº ___, Bairro ___, CEP ____________, São Paulo/SP, endereço eletrônico: ____________.
Ministério Público do Estado de São Paulo, com endereço institucional à Rua Riachuelo, nº 115, Centro, CEP 01007-904, São Paulo/SP, endereço eletrônico: [email protected].

3. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado C. A. S. de A. foi preso em flagrante no dia 8 de maio de 2025, durante a denominada Operação Libertas, no bairro da Sé, São Paulo, por suposta prática do crime de tráfico de entorpecentes, previsto na Lei 11.343/2006, art. 33, caput. Segundo o termo de depoimento e recibo de entrega de preso, foram encontradas 35 porções de substância assemelhada ao crack junto ao acusado e outras 300 porções dentro de uma garrafa térmica, além de R$ 150,00 em dinheiro e uma agenda com anotações. O condutor e testemunha, F. S. M., relatou que a prisão ocorreu durante o cumprimento de medida cautelar. O acusado, em seu depoimento, confessou o tráfico no local e foi conduzido à delegacia, onde a prisão foi formalizada. Importante salientar que, no momento da abordagem, havia outras pessoas no local dos fatos, não tendo sido a droga encontrada diretamente com o acusado, mas sim no ambiente onde estavam todos presentes. Ressalta-se, ainda, que o acusado é usuário de entorpecentes e ostenta antecedentes criminais.

Diante do exposto, apresenta-se a presente peça para requerer a absolvição do acusado, por ausência de provas robustas quanto à autoria e materialidade, ou, subsidiariamente, a aplicação de pena menos gravosa, com reconhecimento da minorante prevista na Lei 11.343/2006, art. 33, § 4º, em razão da condição de usuário e da ausência de elementos que demonstrem dedicação a atividades criminosas.

4. PRELIMINARES

4.1. DA AUSÊNCIA DE PROVA INEQUÍVOCA DE AUTORIA
Não obstante a formalização da prisão em flagrante, observa-se que a droga não foi encontrada diretamente com o acusado, mas sim em local de acesso comum, onde havia outras pessoas presentes. O princípio da presunção de inocência, consagrado na CF/88, art. 5º, LVII, impõe que a condenação somente pode ocorrer quando houver prova cabal e inequívoca da autoria e materialidade do delito. A mera presença do acusado no local dos fatos, desacompanhada de outros elementos que demonstrem seu domínio sobre o entorpecente, não é suficiente para a configuração do crime de tráfico.

4.2. DA NULIDADE POR AUSÊNCIA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA CONDUTA
O auto de prisão em flagrante não individualizou de forma clara e precisa a conduta do acusado, limitando-se a relatar a apreensão de entorpecentes em local onde havia outras pessoas. Tal omissão viola o princípio da ampla defesa e do contraditório (CF/88, art. 5º, LV), bem como o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), devendo ser reconhecida a nulidade do feito.

Fechamento argumentativo: Diante das preliminares suscitadas, requer-se o acolhimento das teses para absolvição do acusado ou, ao menos, o reconhecimento da nulidade do processo, com a consequente extinção da punibilidade.

5. DO MÉRITO

5.1. DA INSUFICIÊNCIA DE PROVAS PARA CONDENAÇÃO
O conjunto probatório não permite afirmar, com a certeza exigida para o juízo condenatório, que o acusado praticou o crime de tráfico de drogas. A droga apreendida não estava em poder direto do acusado, mas sim em local de acesso comum, onde havia outras pessoas. Não há nos autos prova inequívoca de que o acusado detinha a posse ou exercia o comércio do entorpecente, sendo insuficiente a confissão informal, especialmente diante da condição de usuário do réu.

5.2. DA CONDIÇÃO DE USUÁRIO
O acusado é usuário de entorpecentes, fato este que deve ser considerado para fins de desclassificação da conduta para o tipo previsto na Lei 11.343/2006, art. 28, caso não se acolha a tese absolutória. A jurisprudência e a doutrina são uníssonas ao afirmar que a quantidade de droga, por si só, não é suficiente para caracterizar o tráfico, devendo ser analisadas as circunstâncias do caso concreto, especialmente a condição de usuário do agente.

5.3. DA APLICAÇÃO DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA (LEI 11.343/2006, ART. 33, § 4º)
Caso não seja acolhida a tese de absolvição ou desclassificação, requer-se, subsidiariamente, a aplicação da causa de diminuição de pena prevista na Lei 11.343/2006, art. 33, § 4º, uma vez que o acusado é primário em relação ao crime de tráfico, não integra organização criminosa e não se dedica a atividades criminosas, sendo notório seu envolvimento com o uso de entorpecentes.

Fechamento argumentativo: Assim, não havendo provas seguras e robustas quanto à autoria e materialidade do delito de tráfico, impõe-se a absolvição do acusado. Subsidiariamente, deve ser reconhecida a condição de usuário ou, ao menos, aplicada a minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006.

6. DO DIREITO

6.1. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
O princípio da presunção de inocência, previsto na CF/88, art. 5º, LVII, determina que ninguém será considerado culpado até o t"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Cuida-se de ação penal na qual C. A. S. de A. foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no art. 33, caput, da Lei 11.343/2006, em razão de ter sido flagrado, durante a Operação Libertas, portando 35 porções de substância assemelhada ao crack e outras 300 porções em uma garrafa térmica, além de R$ 150,00 em dinheiro e uma agenda com anotações. O acusado confessou a prática do tráfico em seu depoimento, porém sustenta-se na defesa a ausência de provas robustas quanto à materialidade e autoria, bem como a necessidade de reconhecimento da minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, ou a desclassificação para o art. 28 da referida lei.

I. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do mérito da presente ação penal, sob pena de violação ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório, conforme previsão do art. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal.

II. Das Preliminares

Analiso inicialmente as preliminares suscitadas pela defesa.

Ausência de Prova Inequívoca de Autoria: Alega-se que a droga não foi encontrada em poder direto do acusado, mas sim em local de acesso comum, onde havia outras pessoas. O princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) exige prova cabal da autoria e materialidade para eventual condenação.

Nulidade por Ausência de Individualização da Conduta: Afirma-se que o auto de prisão em flagrante não individualizou com clareza a conduta do acusado, o que afrontaria o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

Entretanto, verifico dos autos que, embora a droga não tenha sido encontrada diretamente com o réu, há nos autos elementos que indicam sua participação, notadamente a confissão, a apreensão do dinheiro e as anotações, além do contexto apresentado pelos policiais responsáveis pela diligência. A individualização da conduta, portanto, está suficientemente descrita, não havendo nulidade a ser reconhecida.

Assim, rejeito as preliminares arguidas.

III. Do Mérito

1. Da Materialidade e Autoria

A materialidade do delito está comprovada pelo auto de apreensão e laudo pericial das substâncias entorpecentes. A autoria, por sua vez, é confirmada pela confissão do acusado, corroborada pelos depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão, bem como pelo contexto da apreensão dos objetos (dinheiro e agenda).

Ressalto que a jurisprudência entende que o depoimento dos policiais, quando coerente e harmônico, possui validade probatória, conforme reiterado entendimento do TJSP:

\"Palavras dos policiais civis coerentes e seguras, dando conta da diligência e da apreensão das drogas [...].\" (TJSP, 5ª Câmara de Direito Criminal, Apelação Criminal Acórdão/TJSP, Rel. Des. Pinheiro Franco, DJ 23/08/2024)

Embora a defesa sustente que o acusado seja usuário de entorpecentes, a quantidade de droga apreendida, a confissão e os demais elementos dos autos indicam a finalidade comercial, não sendo suficiente a condição de usuário para afastar o tráfico.

2. Da Possibilidade de Desclassificação para o Art. 28 da Lei 11.343/2006

Não obstante a alegação da defesa, a quantidade, a forma de acondicionamento e o contexto da apreensão evidenciam destinação mercantil, afastando a possibilidade de desclassificação da conduta para o art. 28 da Lei 11.343/2006.

3. Da Aplicação da Causa de Diminuição de Pena (Art. 33, §4º, da Lei 11.343/2006)

O acusado, embora ostente antecedentes criminais, não há prova de que se dedique a atividades criminosas de forma habitual, nem de que integre organização criminosa, preenchendo assim os requisitos para aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, §4º, da Lei 11.343/2006.

Observando-se o princípio da individualização da pena e considerando as circunstâncias do caso concreto, entendo que a fração máxima de redução (2/3) é adequada, especialmente diante da primariedade em relação ao tráfico e do envolvimento do acusado na condição de usuário.

IV. Dos Princípios Constitucionais e Fundamentação Legal

Fundamento o presente voto no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige fundamentação das decisões judiciais, bem como nos princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório, ampla defesa e presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LIV, LV e LVII).

O Código de Processo Penal, art. 386, VII, prevê a absolvição do réu quando não houver prova suficiente para a condenação. No caso dos autos, contudo, os elementos probatórios são suficientes para a condenação pelo delito de tráfico, afastando a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

V. Dispositivo

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido do Ministério Público e condeno C. A. S. de A. como incurso nas sanções do art. 33, caput, da Lei 11.343/2006, aplicando a causa de diminuição de pena prevista no art. 33, §4º, da mesma lei, na fração máxima de 2/3, fixando o regime inicial aberto, nos termos do art. 33, §§2º e 3º, do Código Penal.

Deixo de acolher os pedidos de absolvição e de desclassificação para o art. 28 da Lei 11.343/2006, por não estarem presentes os requisitos legais.

Concedo ao acusado os benefícios da justiça gratuita, caso ainda não deferidos, e determino a expedição do necessário para o cumprimento da pena.

VI. Conclusão

É como voto.

São Paulo, ___ de ____________ de 2025.

___________________________________________
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.