Modelo de Manifestação sobre Contestação e Resposta à Reconvenção em Ação de Indenização por Danos Materiais decorrentes de Acidente de Trânsito

Publicado em: 29/10/2024 CivelProcesso Civil
Modelo de petição na qual o autor, em ação de indenização por danos materiais resultantes de acidente de trânsito, apresenta manifestação impugnando a contestação da ré e responde à reconvenção. O documento destaca detalhadamente a dinâmica do acidente, rebate argumentos defensivos, reforça a responsabilidade civil da ré com base no Código Civil e no Código de Trânsito Brasileiro, e argumenta pela improcedência da reconvenção, demonstrando ausência de culpa do autor e inexistência de nexo causal ou dano a ser indenizado. Inclui fundamentação jurídica, menção a ônus da prova, princípios constitucionais, jurisprudência e requerimentos de produção de provas, improcedência da reconvenção e procedência da ação principal.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE][UF]

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº: [número do processo]
Autor: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, motorista, CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliado à [endereço completo].
Ré: M. F. de S. L., brasileira, casada, empresária, CPF nº [yyy.yyy.yyy-yy], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliada à [endereço completo].
Por intermédio de seu advogado, C. E. da S., inscrito na OAB/[UF] sob o nº [xxxxxx], com escritório profissional à [endereço do advogado], endereço eletrônico: [[email protected]], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar

MANIFESTAÇÃO SOBRE CONTESTAÇÃO E RESPOSTA À RECONVENÇÃO

nos autos da Ação de Indenização por Danos Materiais em Acidente de Trânsito que move em face de M. F. de S. L., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

SÍNTESE DOS FATOS

O Autor, A. J. dos S., propôs a presente ação de indenização por danos materiais em decorrência de acidente de trânsito ocorrido em [data], na via [nome da via], nesta cidade. Conforme narrado na inicial, o Autor trafegava regularmente quando foi surpreendido pela conduta imprudente da Ré, que, ao realizar manobra indevida, ocasionou a colisão e os consequentes prejuízos materiais ao veículo do Autor.

Citada, a Ré apresentou contestação, na qual nega sua responsabilidade pelo sinistro e, ainda, ajuizou reconvenção, pleiteando indenização sob a alegação de que o Autor teria concorrido para o evento danoso. O Autor foi devidamente intimado para se manifestar sobre a contestação e os documentos apresentados, bem como para apresentar resposta à reconvenção.

Ressalta-se que o acidente gerou prejuízos materiais ao Autor, que busca a devida reparação, sendo imprescindível a análise detida dos fatos e das provas constantes nos autos, à luz dos princípios da boa-fé objetiva, do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

MANIFESTAÇÃO SOBRE A CONTESTAÇÃO E DOCUMENTOS

Inicialmente, impugna-se, de forma expressa, todos os argumentos expendidos na contestação que não guardam correspondência com a verdade dos fatos, especialmente quanto à alegação de culpa exclusiva ou concorrente do Autor.

A Ré sustenta que a responsabilidade pelo acidente seria do Autor, atribuindo-lhe conduta imprudente, sem, contudo, apresentar provas robustas nesse sentido. Os documentos juntados pela Ré não infirmam as provas já acostadas pelo Autor, que demonstram, de forma clara, que a colisão decorreu de manobra indevida da Ré, em desacordo com as normas do Código de Trânsito Brasileiro.

Destaca-se que, nos termos do CPC/2015, art. 373, I, incumbe ao Autor a prova do fato constitutivo de seu direito, ônus que foi devidamente cumprido, ao passo que à Ré cabe a demonstração de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor, o que não ocorreu.

Ademais, a Ré não trouxe aos autos qualquer elemento capaz de afastar a sua responsabilidade objetiva pelo evento, tampouco comprovou a existência de excludente de responsabilidade, como caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima (CCB/2002, art. 927).

Portanto, os documentos apresentados pela Ré não infirmam o direito do Autor, devendo ser desconsideradas as alegações defensivas que não encontram respaldo probatório.

RESPOSTA À RECONVENÇÃO

No tocante à reconvenção, impugna-se integralmente o pedido reconvencional, por carecer de fundamento fático e jurídico. A Ré, ora reconvinte, busca atribuir ao Autor a responsabilidade pelo acidente, pleiteando indenização sob alegação de supostos danos materiais e morais.

Contudo, não restou comprovada qualquer conduta culposa por parte do Autor. Ao contrário, os elementos constantes nos autos evidenciam que o acidente decorreu de imprudência da própria Ré, que não respeitou as normas de circulação e sinalização viária, sendo, portanto, parte legítima para responder pelos danos causados.

Ressalta-se que, para a configuração do dever de indenizar, é imprescindível a demonstração do dano, do nexo causal e da culpa, nos termos do CCB/2002, art. 186 e art. 927. No caso em tela, a Ré não se desincumbiu do ônus de provar a culpa do Autor, tampouco demonstrou a existência de nexo causal entre a conduta do Autor e os danos alegados.

Ademais, a reconvenção não preenche os requisitos do CPC/2015, art. 343, pois não apresenta pedido juridicamente possível, tampouco demonstra a existência de direito próprio a ser tutelado.

Assim, requer-se a total improcedência da reconvenção, com a condenação da Ré-reconvinte ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

DO DIREITO

A responsabilidade civil por acidente de trânsito é regida pelo CCB/2002, art. 186 e art. 927, que estabelecem o dever de reparar o dano causado por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência. No caso em análise, restou demonstrado que a conduta da Ré foi determinante para a ocorrência do acidente, não havendo excludente de responsabilidade.

O Código de Trânsito Brasileiro impõe aos condutores o dever de observar as normas de circulação e conduta (CTB, art. 28), sendo certo que a inobservância dessas regras configura presunção de culpa. Ademais, a jurisprudência é pacífica no sentido de que a colisão traseira gera presunção relativa de culpa do condutor que atinge o veículo à frente, salvo prova em contrário, o que não ocorreu nos autos.

No tocante à reconvenção, não há que se falar em ressarcimento à Ré-reconvinte, pois não restou comprovada a culpa do Autor, tampouco a existência de dano material ou moral a ser indenizado. O princípio da relatividade dos contratos (CCB/2002, art. 421) impede que obrigações assumidas entre terceiros sejam opostas ao Autor.

Ressalte-se, ainda, o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), que deve nortear a conduta das partes, sendo vedada a tentativa de transferir ao Autor a responsabilidade por danos que não deu causa.

Por fim, a reconvenção não preenche os requisitos legais do CPC/2015, art. 343, não sendo possível a inversão da responsabilidade nos moldes pretendidos pela Ré.

JURISPRUDÊNCIAS

ACIDENTE DE TRÂNSITO. Ação de indenização por danos morais e materiais. Reconvenção. Julgados improcedentes os pedidos da demanda originária, os pedidos contrapostos e a demanda secundária. Insurgência do Autor e Réu reconvinte. Declarado deserto o recurso ofertado pelo Autor. Fundamenta o Réu-reconvinte que suas provas seriam o suficiente para o reconhecimento da culpa do Autor-reconvindo no acidente. Narrativa trazida pelo Réu, mais consentânea com a realidade. Autor que ao tentar a ultrapassagem não observou a regras de cautela do Código de Trânsito Brasileiro, com abalroamento na traseira direita da motocicleta do Autor, conforme fotos trazidas pelo Autor e "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais em Acidente de Trânsito proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., na qual o Autor alega ter sofrido prejuízos materiais em razão de acidente de trânsito ocorrido em [data], na via [nome da via], nesta cidade. Segundo a inicial, a colisão decorreu de manobra indevida da Ré.

Citada, a Ré apresentou contestação, negando sua responsabilidade e, em reconvenção, pleiteou indenização por supostos danos materiais e morais, sob alegação de culpa concorrente do Autor.

As partes foram devidamente intimadas, tendo o Autor apresentado manifestação à contestação e resposta à reconvenção.

2. Fundamentação

2.1. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido principal, da contestação, bem como da reconvenção e das respectivas manifestações.

2.2. Dos Fatos e Provas

O cerne da controvérsia reside na definição da responsabilidade pelo acidente de trânsito e eventual direito à indenização.

Conforme consta dos autos, o Autor apresentou documentos e provas que evidenciam a ocorrência do acidente e os danos materiais sofridos. A Ré, por sua vez, limitou-se a negar sua responsabilidade, sem apresentar prova robusta que elida a presunção de culpa decorrente de sua conduta (CTB, art. 28).

Destaco que, nos termos do art. 373, I, do CPC/2015, incumbia ao Autor a demonstração dos fatos constitutivos de seu direito, ônus do qual se desincumbiu. Por outro lado, cabia à Ré comprovar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor, especialmente excludente de responsabilidade, o que não ocorreu.

Não há nos autos elementos que comprovem culpa concorrente ou exclusiva do Autor. Ao contrário, verifica-se que a imprudência da Ré foi determinante para o evento danoso, nos termos do art. 186 e art. 927 do Código Civil.

2.3. Do Direito

O art. 186 do Código Civil estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a outrem, comete ato ilícito. O art. 927 impõe o dever de reparação.

O Código de Trânsito Brasileiro (art. 28) impõe aos condutores o dever de direção segura, de modo a evitar acidentes. Restando evidenciada a violação desse dever por parte da Ré, é imperiosa a responsabilização pelos danos causados.

Quanto à reconvenção, não restou comprovada conduta culposa do Autor, tampouco a existência de nexo causal entre sua conduta e os supostos danos alegados pela Ré. Ademais, a reconvenção não preenche os requisitos do art. 343 do CPC/2015.

Em observância à CF/88, art. 93, IX, fundamento e motivo o presente voto, expondo de modo claro e motivado as razões que ensejam o convencimento deste juízo, garantindo transparência e controle das decisões judiciais.

2.4. Jurisprudência

A jurisprudência dos tribunais pátrios é firme no sentido de que, em casos de acidente de trânsito, cabe a quem alega a excludente de responsabilidade o ônus da prova, e a presunção de culpa pode ser afastada apenas mediante provas inequívocas, o que não ocorreu no presente feito. (cf. TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Carlos Dias Motta, j. 24/10/2024).

3. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na ação principal para condenar a Ré, M. F. de S. L., ao pagamento dos danos materiais comprovados pelo Autor, A. J. dos S., cujo valor deverá ser apurado em liquidação, acrescido de correção monetária e juros legais a contar do evento danoso.

Julgo improcedente a reconvenção proposta pela Ré, por ausência de prova de culpa do Autor e de nexo causal.

Condeno a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Conclusão

Assim voto.

[Cidade], [data].

[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


Fundamentação pautada na Constituição Federal de 1988, art. 93, IX, e nas normas do Código Civil e Código de Processo Civil vigentes.


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