Modelo de Contestação em ação indenizatória por danos morais e pensão vitalícia decorrente de acidente de trânsito com menor falecido, impugnando legitimidade ativa exclusiva da genitora e pleiteando inclusão do genitor n...

Publicado em: 09/06/2025 CivelProcesso Civil Familia
Modelo de contestação apresentada por réu em ação indenizatória ajuizada pela genitora do menor falecido em acidente de trânsito, que pleiteia danos morais e pensão vitalícia. A peça contesta a legitimidade ativa exclusiva da autora, requerendo a inclusão do genitor no polo ativo por litisconsórcio necessário em razão da guarda compartilhada. Impugna os pedidos de danos morais e pensão por ausência de comprovação da dependência econômica e vínculo laboral do menor, além de requerer a fixação do quantum indenizatório dentro dos parâmetros jurisprudenciais. Fundamenta-se em dispositivos do Código Civil, Código de Processo Civil e jurisprudência consolidada do STJ e tribunais estaduais.
← deslize para o lado para ver mais opções

CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Réu: [Nome da empresa ré ou pessoa física, conforme o caso], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], neste ato representada por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail do advogado].

Autora: M. F. de S. L., brasileira, divorciada, [profissão], inscrita no CPF sob o nº [número], residente e domiciliada à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação indenizatória ajuizada exclusivamente por M. F. de S. L., genitora do menor falecido em acidente de trânsito, na qual pleiteia a condenação da ré ao pagamento de danos morais e pensão vitalícia, alegando dependência financeira do filho e juntando documento de comprovação de trabalho supostamente emitido por familiar, além de apresentar jurisprudência que entende ser aplicável ao caso, com tentativa de distinguishing.

A autora fundamenta seus pedidos na alegação de que o acidente foi causado por culpa da ré e que, em razão do óbito do filho, faz jus à indenização por danos morais e ao recebimento de pensão vitalícia, sustentando que dependia economicamente do menor. Ressalta-se que a ação foi ajuizada apenas pela genitora, embora o menor fosse filho de pais divorciados e estivesse sob guarda compartilhada.

A ré, ora contestante, apresenta defesa nos termos a seguir expostos, impugnando os pedidos e fundamentos da inicial, bem como requerendo a inclusão do genitor do menor no polo ativo da demanda.

4. PRELIMINARES

Da Ilegitimidade Ativa Exclusiva da Genitora e Necessidade de Formação do Litisconsórcio Passivo Necessário

Nos termos do CCB/2002, art. 1.634, e do CPC/2015, art. 73, §1º, I, a guarda compartilhada implica o exercício conjunto do poder familiar, de modo que ambos os genitores detêm legitimidade para figurar no polo ativo de demandas que envolvam interesses patrimoniais decorrentes do falecimento do filho. A ausência do genitor no polo ativo configura vício de representação e litisconsórcio passivo necessário, devendo ser sanada por determinação judicial.

Assim, requer-se, em preliminar, a intimação do genitor do menor para integrar o polo ativo da demanda, sob pena de nulidade processual.

5. DO MÉRITO

5.1. IMPUGNAÇÃO À LEGITIMIDADE ATIVA EXCLUSIVA DA GENITORA E PEDIDO DE INCLUSÃO DO GENITOR

Conforme já destacado em preliminar, a guarda compartilhada, prevista no CCB/2002, art. 1.583, §2º, e no CPC/2015, art. 73, §1º, I, exige a participação de ambos os genitores em atos que envolvam interesses patrimoniais do filho menor. A jurisprudência é pacífica no sentido de que, em casos de pedido de indenização por morte de filho menor, ambos os pais são legitimados ativos, sendo obrigatória a formação de litisconsórcio ativo necessário, sob pena de nulidade do feito.

A ausência do genitor no polo ativo, portanto, compromete a regularidade processual e a adequada prestação jurisdicional, devendo ser determinada a sua inclusão.

5.2. IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE DANOS MORAIS E EVENTUAL REDUÇÃO DO VALOR

Não se nega que a perda de um filho é fato gerador de intenso sofrimento, ensejando a reparação por danos morais, nos termos do CF/88, art. 5º, V e X, e do CCB/2002, art. 186. Todavia, o valor pleiteado pela autora se mostra excessivo e desproporcional, em afronta aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade (CCB/2002, art. 944).

A jurisprudência consolidada, inclusive do STJ, orienta que o quantum indenizatório deve ser fixado de modo a evitar enriquecimento ilícito, observando-se as peculiaridades do caso concreto, a gravidade do dano, a condição econômica das partes e os parâmetros adotados em casos análogos. Destaca-se que, em situações semelhantes, os valores arbitrados variam entre R$ 50.000,00 e R$ 100.000,00, conforme demonstram os julgados anexos.

Assim, caso Vossa Excelência entenda pela procedência do pedido, pugna-se pela fixação de valor compatível com os parâmetros jurisprudenciais, em valor não superior a R$ 50.000,00, conforme precedentes do TJMG e STJ.

5.3. IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE PENSÃO VITALÍCIA

A autora requer pensão vitalícia sob a alegação de dependência financeira do filho menor. Contudo, tal pedido não encontra respaldo nos fatos e no direito. O CCB/2002, art. 948, II, prevê o direito à pensão apenas quando comprovada a efetiva dependência econômica, o que não foi demonstrado nos autos.

A jurisprudência do STJ e dos tribunais estaduais é clara ao exigir prova robusta da dependência econômica dos pais em relação ao filho falecido, especialmente quando se trata de menor aprendiz ou jovem em início de atividade laboral. No caso, a autora não produziu prova idônea nesse sentido, limitando-se a juntar documento de comprovação de trabalho supostamente emitido por familiar, o que compromete a sua credibilidade.

Ademais, a presunção de dependência econômica, quando existente, é relativa e pode ser afastada diante da ausência de elementos concretos que demonstrem a contribuição efetiva do menor para o sustento da genitora. Ressalta-se, ainda, que a pensão, quando devida, deve ser limitada ao período presumido de auxílio mútuo, não podendo ser vitalícia, mas sim até a idade em que normalmente cessaria a obrigação alimentar (em regra, 25 anos), conforme entendimento do STJ.

Portanto, o pedido de pensão vitalícia deve ser julgado improcedente, ou, subsidiariamente, limitado ao período entre 14 e 25 anos do falecido, e, ainda, na ausência de comprovação de renda, fixada em fração do salário-mínimo, conforme precedentes.

5.4. IMPUGNAÇÃO AO DOCUMENTO DE COMPROVAÇÃO DE TRABALHO E À ALEGAÇÃO DE DEPENDÊNCIA FINANCEIRA

O único documento apresentado para comprovar a suposta atividade laboral do menor foi emitido por sua tia, o que fragiliza a sua autenticidade e não comprova, de forma inequívoca, a existência de vínculo empregatício ou remuneração"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação indenizatória ajuizada por M. F. de S. L., genitora do menor falecido em acidente de trânsito, em face de [Nome da empresa ré ou pessoa física], na qual pleiteia indenização por danos morais e pensão vitalícia, sob alegação de dependência econômica do filho. A autora sustenta que o acidente foi causado por culpa da ré, juntando documentação e precedentes que entende aplicáveis ao caso.

Em contestação, a ré impugna a legitimidade ativa exclusiva da genitora, requerendo a inclusão do genitor do menor no polo ativo, bem como contesta os pedidos de danos morais e pensão vitalícia, alegando ausência de comprovação de dependência econômica e de vínculo laboral do menor, e pleiteia, subsidiariamente, a fixação dos valores em patamares razoáveis, conforme jurisprudência.

II. Fundamentação

1. Da Preliminar de Litisconsórcio Ativo Necessário

Inicialmente, analisa-se a preliminar suscitada pela ré, referente à ilegitimidade ativa exclusiva da genitora e à necessidade de formação de litisconsórcio ativo necessário, tendo em vista a guarda compartilhada do menor falecido.

Nos termos do art. 1.634 do Código Civil e do art. 73, §1º, I, do CPC/2015, ambos os genitores detêm legitimidade para figurar no polo ativo de demandas patrimoniais relativas ao filho menor, sobretudo em caso de guarda compartilhada. A ausência do genitor compromete a regularidade processual, caracterizando vício que pode ensejar nulidade.

Assim, acolho a preliminar, determinando a intimação do genitor do menor para integrar o polo ativo da demanda, nos termos do art. 73, §1º, I, do CPC/2015, sob pena de nulidade.

2. Do Mérito

2.1. Dos Danos Morais

O dano moral decorrente da perda de um filho menor é in re ipsa, nos termos do art. 5º, V e X, da CF/88 e do art. 186 do Código Civil, sendo cabível a reparação. Contudo, a fixação do quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade (art. 944 do CC), de modo a evitar o enriquecimento sem causa e garantir a justa compensação.

Os parâmetros jurisprudenciais indicam que valores situados entre R$ 50.000,00 e R$ 100.000,00 são adequados, considerando a gravidade do dano e a condição das partes, conforme precedentes do TJMG e STJ (v.g., TJMG, AC 1.0166.15.001264-8/001; TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

Não obstante, a fixação do valor deve aguardar a regularização do polo ativo, a fim de que ambos os genitores tenham oportunidade de se manifestar e, se o caso, dividir o valor entre si.

2.2. Da Pensão por Dependência Econômica

O pedido de pensão vitalícia exige comprovação da efetiva dependência econômica dos pais em relação ao filho falecido (art. 948, II, do CC), ônus que incumbe à parte autora (art. 373, I, do CPC/2015). No caso concreto, não há prova robusta de que o menor contribuía efetivamente para o sustento da genitora, visto que o único documento apresentado decorre de declaração de familiar, sem elementos objetivos como recibos, extratos bancários ou declarações fiscais.

Ademais, a presunção de dependência econômica é relativa e pode ser afastada na ausência de elementos concretos. Quando devida, a pensão deve se limitar ao período presumido de auxílio mútuo, até os 25 anos do falecido, e em valor não superior a fração do salário-mínimo, conforme pacífica jurisprudência do STJ e tribunais estaduais (v.g., TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.527902-1/001).

Assim, diante da ausência de comprovação suficiente, julgo improcedente o pedido de pensão vitalícia. Subsidiariamente, caso sobrevenha prova de dependência, a pensão deve ser limitada ao período entre 14 e 25 anos do falecido e ao valor de 2/3 do salário-mínimo.

2.3. Da Impugnação ao Distinguishing

A tentativa da parte autora de afastar os precedentes aplicáveis não merece prosperar, pois o caso concreto não apresenta peculiaridades substanciais que justifiquem tratamento distinto quanto ao quantum indenizatório ou à configuração da dependência econômica.

3. Do Ônus da Prova

Ressalte-se que o ônus probatório incumbe à parte autora (art. 373, I, CPC/2015), especialmente quanto à comprovação da dependência econômica e do vínculo laboral do menor, o que não se verificou de forma suficiente nos autos.

4. Da Fundamentação Constitucional

O presente voto encontra-se devidamente fundamentado, em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a motivação das decisões judiciais, com indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que as embasam.

III. Dispositivo

Diante do exposto:

  1. Acolho a preliminar de ilegitimidade ativa exclusiva da genitora e determino a intimação do genitor do menor para integrar o polo ativo da demanda, nos termos do art. 73, §1º, I, do CPC/2015.
  2. Superada a preliminar, julgo parcialmente procedentes os pedidos para:
    • Reconhecer o direito à indenização por danos morais em razão do falecimento do menor, a ser fixada em valor compatível com os parâmetros jurisprudenciais, observado o limite de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para cada genitor, condicionado à regularização do polo ativo.
    • Julgo improcedente o pedido de pensão vitalícia, por ausência de comprovação de dependência econômica. Subsidiariamente, caso comprovada a dependência, limito a pensão ao período entre 14 e 25 anos do falecido e ao valor de 2/3 do salário-mínimo.
  3. Condeno a parte vencida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC.
  4. Defiro a produção de todas as provas em direito admitidas, caso necessário, para esclarecimento de fatos controvertidos.

IV. Conclusão

Assim, conheço do pedido e julgo parcialmente procedente a ação, nos termos acima expostos, tudo nos termos do art. 93, IX, da CF/88, fundamentando a presente decisão nos fatos e fundamentos jurídicos aplicáveis.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.


[Cidade], [data].
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.