Modelo de Contestação em ação de dissolução parcial de sociedade empresarial com negativa de falta grave, impugnação de sócio oculto e pedido de apuração de haveres por auditoria independente conforme CPC e CCB

Publicado em: 19/06/2025 Processo CivilEmpresa
Modelo de contestação em ação de dissolução parcial de sociedade empresarial, apresentando defesa contra alegações de descumprimento de deveres societários, ilegitimidade passiva de sócio retirado, ausência de provas, fundamentação nos artigos do Código Civil e do CPC, e requerimento de apuração de haveres por auditoria independente para garantir justa divisão patrimonial. Inclui preliminares, contestação aos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência do STJ e pedidos finais.
← deslize para o lado para ver mais opções

CONTESTAÇÃO EM AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

G. A. da S., brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº ___, RG nº ___, endereço eletrônico: ___, residente e domiciliado à Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, e G. A. da S. e Cia Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº ___, com sede à Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico: ___, por seu advogado infra-assinado, nos autos da Ação de Dissolução Parcial de Sociedade proposta por F. Q. R., brasileiro, empresário, portador do CPF nº ___, endereço eletrônico: ___, residente e domiciliado à Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de dissolução parcial de sociedade ajuizada por F. Q. R. em face de G. A. da S. e G. A. da S. e Cia Ltda, alegando suposto descumprimento de deveres societários, ausência de prestação de contas e outras condutas que, segundo o autor, justificariam a dissolução da sociedade. O autor ainda menciona o nome de J., sócio que já havia sido formalmente retirado da sociedade, mas que, segundo a inicial, teria permanecido como sócio oculto.

Os réus, ora contestantes, refutam integralmente as acusações, esclarecendo que sempre prestaram contas regularmente, com reuniões mensais de análise financeira, e que não há qualquer prova de apropriação indevida de valores ou bens da sociedade por parte de G. A. da S.. Ressaltam que a narrativa do autor é distorcida e que inexiste falta grave apta a justificar a exclusão do sócio, tampouco qualquer fundamento para a dissolução da sociedade nos moldes pretendidos.

Ademais, os réus destacam que G. A. da S. vem sendo coagido a se retirar da empresa sem justa causa e sem direito de defesa, em afronta aos princípios da colaboração, boa-fé e affectio societatis, essenciais à manutenção das sociedades empresariais.

4. PRELIMINARES

Inexistência de Prova das Alegações do Autor
Nos termos do CPC/2015, art. 373, I, incumbe ao autor o ônus da prova quanto aos fatos constitutivos de seu direito. No presente caso, o autor não trouxe qualquer elemento probatório idôneo que comprove as alegações de descumprimento de deveres societários, apropriação indevida de valores ou ausência de prestação de contas por parte dos réus. Assim, requer-se o reconhecimento da ausência de provas e, por conseguinte, a improcedência da ação.

Ilegitimidade Passiva de J.
Ainda que mencionado na inicial, J. já havia sido formalmente retirado da sociedade, não integrando mais o quadro societário, razão pela qual não deve ser considerado parte legítima para figurar no polo passivo da presente demanda, nos termos do CPC/2015, art. 485, VI.

5. DA CONTESTAÇÃO AOS FATOS

Os réus impugnam, de forma veemente, todas as acusações lançadas pelo autor. Não há qualquer demonstração de que G. A. da S. tenha se apropriado indevidamente de bens ou valores da sociedade. Ao contrário, a gestão sempre foi transparente, com prestação de contas regular e reuniões mensais para análise financeira, das quais o próprio autor participou.

A menção a J. como sócio oculto não encontra respaldo nos documentos societários, sendo certo que sua retirada foi formalizada e registrada. A tentativa de imputar-lhe participação oculta carece de qualquer elemento concreto, tratando-se de mera alegação infundada.

Quanto à alegação de coação para saída de G. A. da S., destaca-se que tal conduta viola os princípios da boa-fé objetiva e da colaboração, previstos no CCB/2002, art. 421, e no CPC/2015, art. 6º, sendo inadmissível a exclusão de sócio sem demonstração de falta grave, conforme exige o CCB/2002, art. 1.030.

Por fim, os réus concordam que, caso se entenda pela dissolução parcial, a apuração de haveres deve ser realizada mediante levantamento minucioso do patrimônio, contas e ativos da empresa, com auditoria independente, para garantir a lisura do procedimento e a justa divisão entre os sócios, não podendo prevalecer apenas a versão dos sócios F. e J..

6. DO DIREITO

I. Da Necessidade de Prova para Exclusão de Sócio
O CCB/2002, art. 1.030, dispõe que a exclusão de sócio somente é possível em caso de falta grave devidamente comprovada. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que a simples quebra da affectio societatis não autoriza, por si só, a exclusão de sócio, sendo indispensável a demonstração de conduta que viole a integridade patrimonial da sociedade ou descumpra deveres contratuais e legais.

II. Da Boa-Fé Objetiva e Colaboração
O princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de dissolução parcial de sociedade ajuizada por F. Q. R. em face de G. A. da S. e G. A. da S. e Cia Ltda, na qual se alega descumprimento de deveres societários, ausência de prestação de contas e suposta existência de sócio oculto (J.). Os réus contestam as alegações, refutando a existência de qualquer falta grave, destacando a regularidade da gestão e a formalização da retirada de J. do quadro societário, além de alegarem coação para retirada de sócio sem justa causa. Preliminarmente, sustentam ausência de provas e ilegitimidade passiva de J..

Fundamentação

1. Da Fundamentação Constitucional

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, a decisão judicial deve ser fundamentada, sob pena de nulidade. Também incidem os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV) e do devido processo legal (art. 5º, LIV), a ser observado em todo o trâmite processual, inclusive na apuração e divisão de haveres societários.

Ademais, o direito de não ser compelido a permanecer associado está protegido pelo art. 5º, XX, da CF/88, devendo ser resguardado o direito de retirada do sócio, desde que em conformidade com a legislação infraconstitucional e os princípios da boa-fé e função social da empresa.

2. Da Preliminar de Ilegitimidade Passiva de J.

Conforme consta dos autos, J. já havia sido formalmente retirado da sociedade, não integrando mais o quadro societário à época da propositura da ação. Nos termos do art. 485, VI, do CPC/2015, reconheço sua ilegitimidade passiva, razão pela qual julgo extinto o processo sem resolução do mérito em relação a J..

3. Da Necessidade de Prova para a Exclusão ou Dissolução Parcial

O Código Civil (art. 1.030) exige a demonstração de falta grave para exclusão de sócio. A simples ruptura da affectio societatis, por si só, não autoriza a exclusão ou dissolução parcial, conforme reiterada jurisprudência do STJ (REsp Acórdão/STJ; REsp Acórdão/STJ).

No presente caso, não há nos autos prova suficiente de apropriação indevida de bens, descumprimento de deveres ou qualquer conduta que configure falta grave imputável a G. A. da S.. A regularidade da prestação de contas e das reuniões societárias foi comprovada documentalmente, não havendo demonstração de violação à integridade patrimonial ou aos deveres contratuais.

4. Da Boa-Fé Objetiva e Colaboração

O princípio da boa-fé objetiva (art. 422 do CCB/2002) e o dever de colaboração entre sócios são essenciais à harmonia societária. Não restou demonstrada conduta de má-fé dos réus, tampouco coação ou exclusão injustificada, sendo indispensável a comprovação de falta grave para acolhimento do pedido de dissolução.

5. Da Apuração de Haveres

Caso se entenda, em sede recursal, pela possibilidade da dissolução parcial, a apuração de haveres deve ser realizada por auditoria independente, abrangendo todo o patrimônio, contas e ativos da empresa, nos termos do art. 1.031 do CCB/2002 e art. 606 do CPC/2015, bem como conforme a orientação do STJ (REsp Acórdão/STJ).

6. Da Reconvenção

Eventual reconvenção apresentada pelo autor carece de fundamento, pois não há prova de ilícito por parte dos réus, sendo inadmissível decisão com base apenas em alegações não comprovadas, sob pena de violação ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO EXTINTO o feito sem resolução do mérito em relação a J., por ilegitimidade passiva, nos termos do art. 485, VI, do CPC/2015.

No mérito, JULGO IMPROCEDENTE o pedido de dissolução parcial de sociedade formulado por F. Q. R. em face de G. A. da S. e G. A. da S. e Cia Ltda, por ausência de comprovação de falta grave ou descumprimento de deveres societários que justifique a medida, nos termos do art. 1.030 do Código Civil e da jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça.

Em consequência, JULGO IMPROCEDENTE eventual reconvenção, por ausência de provas de ilicitude por parte dos réus.

Condeno o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Conclusão

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.

Cidade/UF, ___ de ___________ de 20__.

 

_______________________________________
Magistrado(a)


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.