Modelo de Contestação com pedido contraposto em ação de indenização por danos morais e materiais envolvendo agressão e legítima defesa entre partes na Comarca de Lagoa Santa/MG

Publicado em: 17/06/2025 AdvogadoCivelProcesso Civil
Modelo de contestação apresentada pelo réu em ação ajuizada por supostas agressões e ofensas verbais, fundamentada na legítima defesa e ausência de ato ilícito, com pedido contraposto de indenização por danos morais contra o autor, incluindo fundamentos jurídicos do Código Civil, do Código Penal, do CPC e da Constituição Federal, além de jurisprudência e pleito de produção de provas.
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CONTESTAÇÃO COM PEDIDO CONTRAPOSTO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de Lagoa Santa/MG.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Réu/Contestante: C. M. dos S., brasileiro, solteiro, jardineiro, portador do CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, Lagoa Santa/MG, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].
Autor/Requerente: L. A. dos S., brasileiro, casado, profissão ignorada, portador do CPF nº 111.111.111-11, residente e domiciliado na Rua das Acácias, nº 456, Bairro Jardim, Lagoa Santa/MG, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].

3. SÍNTESE DA INICIAL

O Autor, L. A. dos S., ajuizou a presente demanda alegando ter sido vítima de agressão e ofensas verbais por parte do Réu, C. M. dos S., requerendo indenização por danos morais e materiais, sob o fundamento de que teria sofrido ameaça e prejuízos decorrentes de suposta conduta ilícita do Réu. Pleiteia, ainda, eventual condenação do Réu ao pagamento de valores a título de reparação.

4. DOS FATOS

O Réu, C. M. dos S., compareceu à residência de sua irmã, Sra. Cleide, esposa do Autor, com o intuito de tratar de questões relativas à participação no processo de usucapião do imóvel de seu pai, Sr. J. M., que reside e detém posse mansa e pacífica do bem há mais de quatro décadas.

Ao chegar ao local, foi surpreendido pelo Autor, L. A. dos S., que, de forma inesperada e agressiva, portando um porrete, passou a proferir xingamentos e ameaças, chamando o Réu de "bandido", "vagabundo" e outros impropérios, além de ameaçar-lhe fisicamente. Diante da situação de risco iminente, o Réu, tomado pelo medo e em estado de pânico, recuou, sendo seguido pelo Autor, que continuava a ameaçá-lo.

Em legítima defesa, e temendo por sua integridade física, o Réu, impulsivamente, apanhou uma pedra do chão e a arremessou em direção à casa do Autor, afastando-se imediatamente do local para evitar agressão física mais grave, inclusive risco à própria vida. Ressalta-se que tal reação foi única e exclusivamente motivada pelo temor de ser agredido, não havendo qualquer intenção de causar dano ou ofender a honra do Autor.

O Réu é pessoa de conduta ilibada, trabalhador, dedicado à jardinagem, conhecido por sua postura pacífica e conciliadora, jamais tendo se envolvido em situações semelhantes. Destaca, ainda, que os fatos narrados na inicial não condizem com a verdade, sendo sua conduta pautada pela legítima defesa e pelo direito de resguardar sua integridade física, conforme narrado ao seu advogado, Dr. A. P. F.

Por fim, o Réu manifesta seu desejo de superação do episódio, mantendo-se aberto ao diálogo e à conciliação, sem qualquer intenção de perpetuar conflitos familiares.

5. DO DIREITO

5.1 DA AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO E DA LEGÍTIMA DEFESA

Nos termos do CCB/2002, art. 186, "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Contudo, o mesmo diploma, em seu art. 188, inciso I, exclui do conceito de ato ilícito "a legítima defesa".

O Réu agiu em estrito exercício de legítima defesa, repelindo injusta agressão iminente, conforme autorizado pelo CCB/2002, art. 188, I, e pelo CP, art. 25. A reação do Réu foi proporcional e imediata diante da ameaça concreta representada pelo Autor, que, portando um porrete, avançou de maneira agressiva e intimidatória.

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à integridade física são fundamentos que justificam a conduta do Réu em proteger-se de agressão injusta, não havendo que se falar em ato ilícito ou em dever de indenizar.

5.2 DA AUSÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE E DE PROVA DO DANO

Para a configuração da responsabilidade civil, exige-se a presença concomitante de ato ilícito, dano e nexo de causalidade (CCB/2002, arts. 186 e 927). No presente caso, não há prova robusta de que o Réu tenha causado qualquer dano material ou moral ao Autor, tampouco que tenha agido com dolo ou culpa.

O ônus da prova dos fatos constitutivos do direito alegado incumbe ao Autor, nos termos do CPC/2015, art. 373, I, não tendo este se desincumbido de tal encargo. A mera alegação de ofensas ou ameaças, desacompanhada de elementos probatórios concretos, não é suficiente para ensejar condenação.

5.3 DA IMPOSSIBILIDADE DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA

O pedido de indenização por danos morais e materiais, sem a devida comprovação do prejuízo e do nexo "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação ajuizada por L. A. dos S. em face de C. M. dos S., na qual o Autor alega ter sido vítima de agressões e ofensas verbais perpetradas pelo Réu, postulando indenização por danos morais e materiais. O Réu, por sua vez, apresentou contestação, alegando legítima defesa e ausência de ato ilícito, bem como formulou pedido contraposto, requerendo indenização por danos morais em razão de supostas ofensas e ameaças proferidas pelo Autor.

Fundamentação

Fatos e Provas

Da análise dos autos, verifica-se que o conflito originou-se de desavenças familiares relacionadas à participação em processo de usucapião, culminando em um episódio no qual ambas as partes alegam ter sido vítimas de agressão e ameaça.
O Autor afirma ter sido ameaçado e ofendido pelo Réu, enquanto este, em sua defesa, sustenta ter agido em legítima defesa, ao lançar uma pedra, após ter sido ameaçado fisicamente pelo Autor, que portava um porrete e teria proferido xingamentos.
As provas constantes nos autos, contudo, não são suficientes para comprovar, de forma inequívoca, a autoria exclusiva dos fatos alegados por qualquer das partes. Não há documentos, testemunhos ou outros elementos robustos que demonstrem de maneira clara e objetiva o nexo causal entre a conduta do Réu e os supostos danos suportados pelo Autor, tampouco a ocorrência de dano material ou moral efetivamente sofrido.

Do Direito Aplicável

A responsabilidade civil pressupõe a existência concomitante de ato ilícito, dano e nexo de causalidade, conforme estabelecem os arts. 186 e 927 do Código Civil. O ônus da prova, nos termos do art. 373, I, do CPC/2015, incumbe ao Autor quanto aos fatos constitutivos de seu direito.
Ressalte-se, ainda, que o direito à legítima defesa encontra respaldo no art. 188, I, do Código Civil e no art. 25 do Código Penal, sendo excludente de ilicitude a reação proporcional e imediata à agressão injusta.
No presente caso, restou comprovada a existência de animosidade recíproca entre as partes, havendo versões conflitantes acerca dos fatos, sem que se possa, com base no conjunto probatório, atribuir culpa exclusiva a qualquer dos litigantes. A jurisprudência do TJMG, citada nos autos, orienta no sentido de que, em havendo agressões mútuas e ausência de prova inequívoca, não há que se falar em dever de indenizar.

Fundamentação Constitucional

O art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, impõe ao magistrado o dever de fundamentar suas decisões de forma clara, precisa e coerente, mediante indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos que as embasam.
Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e a vedação ao enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884) orientam o julgamento no sentido de evitar condenações desprovidas de elementos probatórios concretos.

Do Pedido Contraposto

Nos termos do art. 31 da Lei 9.099/95 e art. 30 do CPC/2015, admite-se o pedido contraposto, desde que fundado nos mesmos fatos discutidos na demanda principal.
Contudo, também em relação ao pedido contraposto, verifica-se que as alegações do Réu carecem de comprovação efetiva do dano moral alegadamente sofrido, sendo insuficiente a mera narrativa desacompanhada de provas robustas.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO IMPROCEDENTE o pedido inicial formulado por L. A. dos S., bem como IMPROCEDENTE o pedido contraposto apresentado por C. M. dos S., por ausência de provas suficientes a demonstrar ato ilícito, dano e nexo de causalidade, em ambas as pretensões.

Em consequência, julgo extinto o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, I, do CPC/2015.

Sem condenação em custas e honorários, nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

Conclusão

É como voto.

 

Lagoa Santa/MG, Data da Sessão.

___________________________________
Magistrado Relator


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