Modelo de Contestação à Desclassificação de Crime de Infanticídio para Homicídio Doloso Qualificado
Publicado em: 17/02/2025 Direito Penal Processo PenalEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ____________
Processo nº _____________
PREÂMBULO
A. J. dos S., brasileira, solteira, doméstica, portadora do RG nº __________ e inscrita no CPF sob o nº __________, residente e domiciliada na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação penal em epígrafe, apresentar sua CONTESTAÇÃO à pretensão do Ministério Público de desclassificar o crime de infanticídio (CP, art. 123) para homicídio doloso qualificado (CP, art. 121, §2º, I), pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.
DOS FATOS
A acusada, A. J. dos S., no dia __/__/____, após o parto de seu filho, em estado puerperal, cometeu o ato que resultou na morte do recém-nascido. A defesa não nega a prática do ato, mas sustenta que este foi cometido sob a influência do estado puerperal, conforme previsto no CP, art. 123, que caracteriza o crime de infanticídio.
O Ministério Público, no entanto, pleiteia a desclassificação do crime para homicídio doloso qualificado (CP, art. 121, §2º, I), sob o argumento de que o estado puerperal não teria influenciado a conduta da acusada. Contudo, tal alegação não encontra respaldo nos elementos probatórios constantes nos autos, especialmente nos laudos periciais e depoimentos colhidos.
DO DIREITO
O crime de infanticídio está previsto no CP, art. 123, que dispõe: "Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após". Trata-se de crime próprio, cuja tipificação exige a comprovação da influência do estado puerperal sobre a conduta da agente.
O estado puerperal é uma condição fisiológica e psicológica que ocorre no período imediatamente após o parto, caracterizada por alterações hormonais, emocionais e físicas que podem comprometer a capacidade de discernimento da mulher. A doutrina e a jurisprudência reconhecem que o estado puerperal pode reduzir a culpabilidade da agente, justificando a aplicação do tipo penal específico de infanticídio.
No caso em análise, os laudos periciais confirmam que a acusada encontrava-se em estado puerperal no momento dos fato"'>...