Modelo de Contestação à ação de regulamentação de visitas envolvendo criança com TEA, defendendo direito paterno à convivência familiar adaptada e fundamentada no melhor interesse do menor conforme CF, ECA e jurisprudên...

Publicado em: 16/06/2025 Processo Civil Familia
Contestação apresentada por genitor em ação de regulamentação de visitas, contestando a supressão do direito de visita devido ao diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) do filho menor, requerendo regime adaptado e gradual, com base nos princípios constitucionais do melhor interesse da criança, proteção integral, e amparo legal do Código Civil e ECA, além de jurisprudência favorável. O documento inclui pedidos de produção de provas, perícias e audiência de conciliação.
← deslize para o lado para ver mais opções

CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ____________ do Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador do RG nº XX.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO à ação de regulamentação de visitas proposta por M. F. de S. L., brasileira, solteira, professora, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Acácias, nº 456, Bairro Jardim, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A presente demanda versa sobre a regulamentação do direito de visitas do genitor, ora contestante, ao filho menor, L. F. dos S. L., atualmente com 2 anos de idade, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A autora, genitora da criança, alega que, em razão do diagnóstico, não seria possível a permanência do menor com o pai, sob o argumento de que o convívio paterno poderia prejudicar o bem-estar do filho, diante das supostas necessidades especiais e da rotina estruturada exigida pelo tratamento do TEA.

O contestante, por sua vez, sempre buscou participar ativamente da vida do filho, contribuindo para seu desenvolvimento afetivo, emocional e social, respeitando as limitações e necessidades decorrentes do diagnóstico, mas entende que o simples fato de o menor ser portador de TEA não pode servir como impedimento absoluto ao exercício do direito de visitas, direito este assegurado constitucionalmente e fundamental para a formação da criança.

4. PRELIMINARES

Não há, no presente caso, preliminares processuais a serem arguidas, uma vez que a petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, não havendo inépcia, litispendência, coisa julgada ou ausência de pressupostos processuais.

5. DO MÉRITO

5.1. Do Direito de Visita como Garantia Fundamental

O direito de visitas é corolário do poder familiar e visa garantir o convívio do menor com ambos os genitores, sendo essencial ao seu desenvolvimento saudável. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar, ao respeito e à dignidade.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 19, reforça a necessidade de convivência familiar como direito fundamental da criança, sendo dever dos pais promoverem o fortalecimento dos laços afetivos.

5.2. Da Inexistência de Impedimento Legal em Razão do TEA

Não há qualquer dispositivo legal que vede ou restrinja o direito de visitas do genitor em razão do diagnóstico de TEA do menor. Ao contrário, a legislação e a jurisprudência pátrias orientam que eventuais especificidades devem ser consideradas para a adaptação do regime de visitas, mas jamais para sua supressão, salvo comprovado risco à integridade física ou psicológica da criança, o que não restou demonstrado nos autos.

5.3. Da Necessidade de Regulamentação Adaptada e Gradual

O contestante reconhece a necessidade de que o regime de visitas seja adaptado à realidade do menor, podendo ser inicialmente supervisionado ou com duração reduzida, se assim recomendarem os laudos técnicos, mas pugna para que seja garantido o direito à convivência, com vistas à progressiva ampliação do contato, sempre observando o melhor interesse da criança.

5.4. Da Ausência de Prova de Risco ao Menor

Não há nos autos qualquer laudo médico, psicológico ou social que ateste risco à saúde física ou mental do menor em razão da convivência com o pai. O simples diagnóstico de TEA não pode ser utilizado como justificativa para afastar o genitor, sob pena de violação ao princípio da proteção integral e ao direito de convivência familiar.

5.5. Da Importância do Vínculo Paterno-Filial para Crianças com TEA

Estudos científicos e a própria experiência dos profissionais que atuam com crianças autistas apontam que a manutenção de vínculos afetivos estáveis, inclusive com ambos os genitores, é fundamental para o desenvolvimento emocional e social do menor, contribuindo para sua adaptação e evolução terapêutica.

5.6. Da Possibilidade de Supervisão Inicial

Caso Vossa Excelência entenda pela necessidade de cautela, o contestante não se opõe à fixação de visitas supervisionadas nos primeiros meses, com posterior reavaliação pela equipe técnica e progressiva ampliação do convívio, sempre em atenção ao melhor interesse do menor.

6. DO DIREITO

6.1. Fundamentos Constitucionais e Legais

O direito à convivência familiar encontra respaldo no CF/88, art. 227, que estabelece ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar e comunitária.

O CCB/2002, art. 1.589 prevê expressamente que o pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordarem entre si ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.

O ECA, art. 3º dispõe que a criança goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

O CPC/2015, art. 319 determina os requisitos da petição inicial, sendo certo que a presente contestação observa todos os parâmetros legais.

6.2. Princípios Aplicáveis

O princípio do melhor interesse da criança deve nortear toda e qualquer decisão relativa à guarda e visitas, conforme reiteradamente reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça e pelos tribunais estaduais. Tal princípio exige a análise individualizada do caso concreto, buscando sempre a solução que melhor atenda às necessidades do menor.

O princípio da proteção integral (CF/88, art. 227; ECA, art. 4º) impõe ao Estado, à família e à sociedade o dever de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos das crianças e adolescentes, inclusive o direito à convivência familiar.

6.3. Da Jurisprudência e da Interpretação Sistêmica

A jurisprudência pátria tem reiteradamente decidido que o diagnóstico de TEA ou outras condições especiais não constitui, por si só, óbice ao dir"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de regulamentação de visitas proposta por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., ambos qualificados nos autos, tendo como foco o direito de visitas do genitor ao filho menor, L. F. dos S. L., atualmente com 2 anos de idade e diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Sustenta a autora, genitora, que o referido diagnóstico requer rotina estruturada, sendo o convívio paterno alegadamente prejudicial ao bem-estar da criança. O réu, por sua vez, alega não haver impedimento legal para o exercício do direito de visitas, pugnando pela regulamentação adaptada às necessidades do menor, mas sem supressão do convívio familiar.

Não há preliminares processuais a serem reconhecidas.

II. Fundamentação

1. Da Garantia Constitucional do Direito à Convivência Familiar

O direito à convivência familiar possui natureza fundamental, expressamente previsto no artigo 227 da Constituição Federal de 1988, que determina ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar, ao respeito e à dignidade.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 19, reforça este direito, e o Código Civil, em seu artigo 1.589, assegura a ambos os genitores o direito de visitas e de acompanhamento da criação e educação dos filhos.

2. Da Inexistência de Impedimento Legal em Razão do TEA

O diagnóstico de TEA, por si só, não constitui óbice ao exercício do direito de visitas. O ordenamento jurídico brasileiro não prevê restrição absoluta ao convívio paterno-filial em razão de condições de saúde ou necessidades especiais, cabendo ao julgador adaptar o regime de visitas conforme as especificidades do caso concreto, sempre em observância ao princípio do melhor interesse da criança, conforme art. 227 da CF/88 e art. 4º do ECA.

Eventuais restrições somente podem ser admitidas mediante prova concreta de risco à integridade física ou psicológica da criança, o que não se verifica nos autos, inexistindo laudo médico, psicológico ou social que ateste prejuízo ao menor decorrente do convívio com o genitor.

3. Da Importância do Vínculo Paterno-Filial

Tanto a doutrina quanto a jurisprudência reiteram que a presença de ambos os genitores é fundamental ao desenvolvimento afetivo, emocional e social da criança, inclusive de crianças com TEA. Os laços paterno-filiais, devidamente resguardados, contribuem para a evolução terapêutica e adaptação do menor, devendo ser preservados sempre que possível.

\"A regulamentação de visitas deve tutelar o melhor interesse da criança, garantindo-lhe o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social...\" (TJMG, 8ª Câmara Cível Especializada, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.071538-3/003, Rel. Des. Teresa Cristina Da Cunha Peixoto, J. em 21/03/2025)

4. Da Possibilidade de Visitas Supervisionadas e Gradualmente Ampliadas

O pedido do contestante, no sentido de que o direito de visitas seja regulamentado de forma adaptada à condição do menor, inclusive com possibilidade de supervisão inicial e ampliação progressiva do convívio, encontra respaldo na legislação e na jurisprudência pátria. Tal medida equilibra a necessidade de cautela, sugerida pela condição especial do menor, e a manutenção do vínculo afetivo entre pai e filho, sempre priorizando o melhor interesse da criança.

\"As visitas supervisionadas são medidas excepcionais, devendo ser justificadas por elementos concretos que demonstrem risco ao bem-estar, à segurança ou à integridade da criança. O laudo psicológico e o estudo psicossocial realizados nos autos concluem pela inexistência de indícios de violência ou maus-tratos por parte do genitor, recomendando a manutenção e ampliação do convívio paterno-filial, de forma progressiva e sem supervisão, como meio de assegurar o desenvolvimento saudável dos menores.\" (TJMG, 4ª Câmara Cível Especializada, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.450656-4/001, Rel. Des. Roberto Apolinário De Castro, J. em 13/02/2025)

5. Da Observância ao Art. 93, IX, da CF/88

Em observância ao artigo 93, IX, da Constituição Federal, toda decisão judicial deve ser fundamentada, expondo os motivos que levaram o magistrado a decidir de determinada forma. No presente caso, a decisão se baseia na análise dos elementos fáticos constantes nos autos, nos fundamentos constitucionais e legais, bem como nas diretrizes da jurisprudência consolidada.

6. Dos Requerimentos e Provas

As partes requereram a produção de provas, inclusive estudo psicossocial e perícia multidisciplinar. Considerando a necessidade de se avaliar a dinâmica familiar e as necessidades do menor, a realização de avaliação técnica por equipe interdisciplinar é medida salutar para subsidiar o processo de adaptação do regime de visitas.

III. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no artigo 227 da CF/88, nos artigos 1.589 do Código Civil, 19 e 3º do ECA, nos princípios da proteção integral e do melhor interesse da criança, JULGO PROCEDENTE EM PARTE o pedido, para:

  • Indeferir o pedido de supressão ou restrição absoluta do direito de visitas do genitor ao filho menor, por ausência de fundamento legal e fático;
  • Regulamentar o direito de visitas de forma adaptada à condição do menor, com início de visitas supervisionadas e duração reduzida, a serem gradualmente ampliadas conforme avaliação da equipe técnica, sempre observando o melhor interesse da criança;
  • Determinar a realização de estudo psicossocial e perícia multidisciplinar, caso ainda não realizados, para subsidiar futuras adaptações do regime de visitas;
  • Designar audiência de conciliação/mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015.

Eventuais pedidos não abarcados na presente decisão serão apreciados oportunamente, após a instrução processual.

IV. Considerações Finais

A presente decisão visa garantir o respeito aos direitos fundamentais da criança, promovendo a convivência familiar de forma saudável, adaptada às particularidades do caso concreto e com respaldo nos princípios constitucionais e legais.

V. Disposições Sobre Recursos

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

Nos termos do artigo 1.009 e seguintes do CPC/2015, caberá recurso de apelação no prazo legal. Conheço dos recursos eventualmente interpostos, desde que preenchidos os requisitos de admissibilidade, e determino que subam ao Tribunal, oportunamente, com as devidas contrarrazões.

VI. Fundamentação em Conformidade com o Art. 93, IX, da CF/88

A presente decisão é integralmente fundamentada na interpretação hermenêutica dos fatos e do direito, conforme exige o artigo 93, IX, da Constituição Federal, garantindo transparência e motivação à prestação jurisdicional.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2025.

_______________________________________
Magistrado
Vara de Família


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.