Modelo de Alegações Finais em Defesa de Emilly Larissa da Silva em Processo Penal por Suposta Violência Doméstica e Ameaça

Publicado em: 24/01/2025 Direito Penal Processo Penal
Documento de alegações finais apresentado no processo penal nº ____________, em que E. L. da S. é acusada de lesão corporal e ameaça em contexto de violência doméstica. O documento sustenta a ausência de provas suficientes para a condenação, com base na fragilidade do laudo traumatológico, ausência de dolo e reconciliação entre as partes. Fundamentado no Código de Processo Penal, Constituição Federal e jurisprudência do TJSP, requer-se a absolvição da acusada nos termos do art. 386, VII, do CPP, ou subsidiariamente o reconhecimento da atipicidade das condutas.

ALEGAÇÕES FINAIS

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________.

Processo nº _____________

E. L. DA S., brasileira, em união estável, residente e domiciliada no Estado de São Paulo, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos termos do CPP, art. 403, §3º, em razão da denúncia que lhe foi imputada, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A acusada, E. L. da S., manteve um relacionamento homoafetivo com T. V. F. B. por seis anos, o qual foi encerrado há cerca de dois meses antes dos fatos narrados na denúncia. Em 23 de fevereiro de 2024, a acusada teria, supostamente, agredido a vítima com dois socos na cabeça e proferido ameaças verbais.

A denúncia foi apresentada apenas em 09 de outubro de 2024, sem que houvesse manifestação expressa da vítima. O laudo traumatológico anexado aos autos é inconclusivo, limitando-se a responder "sim" à existência de lesões, sem descrever detalhadamente a natureza ou a gravidade das mesmas. Ademais, as partes retomaram a convivência e residem juntas há seis meses no Estado de São Paulo, o que demonstra a ausência de animosidade entre elas.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a denúncia carece de elementos probatórios mínimos para sustentar a acusação. O CPP, art. 41, exige que a denúncia descreva os fatos com todas as suas circunstâncias, o que não foi observado no presente caso.

O laudo traumatológico apresentado é insuficiente para comprovar a materialidade do delito de lesão corporal, conforme exige o CP, art. 129. A ausência de descrição detalhada das lesões impossibilita a análise da gravidade e da relação causal entre a conduta da acusada e o suposto resultado lesivo.

Quanto ao delito de ameaça, o CPP, art. 386, VII, prevê a absolvição do acusado quando não houver prova suficiente para a condenação. No presente caso, a palavra da vítima não foi corroborada por outros elementos probatórios, sendo insuficiente para configurar o dolo específico exigido pelo CP, art. 147.

Ademais, a reconciliação das partes e a retomada da convivência demonstram a ausência de risco atual ou iminente, o que reforça a inexistência de dolo por parte da acusada. Tal fato deve ser considerado à luz do princípio da intervenção mínima, que rege o Direito Pen"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de processo criminal em que E. L. DA S. foi denunciada pela prática dos crimes de lesão corporal e ameaça, nos termos do Código Penal, art. 129, e art. 147, respectivamente, em contexto de violência doméstica.

A denúncia narra que a acusada teria agredido fisicamente a vítima, sua então ex-companheira, com dois socos na cabeça, além de proferir ameaças verbais. Consta nos autos laudo traumatológico inconclusivo, bem como a retomada da convivência entre as partes.

A defesa, em suas alegações finais, requer a absolvição da acusada, sustentando a insuficiência probatória e a aplicação do princípio do in dubio pro reo. A acusação, por sua vez, pleiteia a condenação nos termos da denúncia.

II. Fundamentação

1. Da Materialidade e Autoria

Para a configuração do crime de lesão corporal, é imprescindível a comprovação da materialidade e da autoria, conforme dispõe o Código Penal, art. 129. No presente caso, o laudo traumatológico apresentado é vago e não descreve detalhadamente a natureza ou a gravidade das lesões, limitando-se a afirmar a existência de lesões, o que não atende aos requisitos mínimos para a comprovação da materialidade.

Quanto à autoria, a palavra da vítima, embora tenha relevância em casos de violência doméstica, carece de corroboramento por elementos probatórios adicionais. A reconciliação das partes e a ausência de animosidade atual reforçam a fragilidade das provas quanto ao dolo específico exigido para o crime de lesão corporal.

2. Do Crime de Ameaça

Ainda em relação ao crime de ameaça, previsto no Código Penal, art. 147, não há nos autos elementos suficientes para configurar a intenção dolosa de intimidar ou causar temor na vítima. A ausência de testemunhas e a inexistência de outros elementos probatórios que sustentem a acusação conduzem à aplicação do princípio do in dubio pro reo.

3. Princípios Constitucionais e Legais

A Constituição Federal, em seu art. 5º, LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, que preconiza que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. No caso em análise, a ausência de provas robustas impede que se atribua à acusada a prática dos delitos imputados.

Ademais, o princípio da intervenção mínima, que rege o Direito Penal, reforça que a sanção penal só deve ser aplicada em casos de manifesta necessidade, o que não se verifica no presente caso, diante da ausência de risco atual ou iminente à vítima.

Por fim, o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que as decisões judiciais sejam fundamentadas. Assim, a presente decisão encontra embasamento nos fatos e nas normas jurídicas aplicáveis, especialmente o Código de Processo Penal, art. 386, VII, que prevê a absolvição quando não houver prova suficiente para a condenação.

4. Jurisprudência Aplicável

O Tribunal de Justiça de São Paulo, ao julgar a Apelação Criminal nº Acórdão/TJSP, destacou que a palavra da vítima, embora relevante, deve estar acompanhada de outros elementos probatórios firmes e coerentes. No presente caso, a fragilidade das provas é evidente.

Da mesma forma, na Apelação Criminal nº Acórdão/TJSP, o TJSP reafirmou que a ausência de materialidade devidamente comprovada impede a condenação, entendimento que se aplica integralmente ao caso em tela.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, julgo improcedente a denúncia e absolvo a acusada EMILLY LARISSA DA SILVA em razão da insuficiência de provas para a condenação.

Considerando a ausência de elementos mínimos para a configuração dos delitos imputados, deixo de conhecer os recursos interpostos pela acusação, por carecerem de fundamentos probatórios sólidos.

É como voto.

IV. Termos Finais

Local e data.

____________________________
Magistrado(a)


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