Modelo de Ação Declaratória e Indenizatória por Abuso do Direito de Litigar e Advocacia Predatória

Publicado em: 30/04/2024 Civel Trabalhista
Peça processual apresentada à Vara Cível, na qual o Requerente pleiteia a nulidade de ações judiciais propostas em seu nome sem autorização e a condenação do Requerido por danos morais e materiais. A ação discute a prática de advocacia predatória, violação dos princípios da boa-fé e dignidade da justiça, com fundamento no CPC/2015, art. 139, III, e no CCB/2002, art. 422. Inclui jurisprudências relevantes e pedidos de gratuidade de justiça, apresentação de provas e condenação do Requerido às custas processuais e honorários advocatícios.

PEÇA PROCESSUAL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _____________.

Nome do Requerente: A. J. dos S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº ____________, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________.

Nome do Requerido: B. F. de S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº ____________, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________.

Valor da causa: R$ ____________.

DOS FATOS

O Requerente compareceu ao escritório do Requerido para obter assistência jurídica em questões trabalhistas e cíveis. Durante o atendimento, foi solicitado ao Requerente que assinasse fichas de atendimento, as quais supostamente autorizariam a propositura de ações judiciais em seu nome. Contudo, o Requerente não foi devidamente informado sobre o teor e a extensão das ações que seriam ajuizadas, tampouco foi orientado sobre os riscos e as consequências jurídicas envolvidas.

Posteriormente, o Requerente tomou ciência de que diversas ações judiciais haviam sido propostas em seu nome, sem seu conhecimento prévio ou autorização específica. Tal conduta configura abuso do direito de litigar, caracterizando a denominada advocacia predatória, em afronta aos princípios da boa-fé e da dignidade da justiça.

DO DIREITO

Conforme o disposto no CPC/2015, art. 139, III, incumbe ao juiz prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias. No caso em tela, verifica-se que o Requerido agiu de forma contrária a esse dispositivo, ao propor ações judiciais em nome do Requerente sem a devida autorização e sem observar os requisitos legais mínimos.

A conduta do Requerido também viola o princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422, que deve nortear as relações jurídicas. Além disso, a ausência de procuração válida e específica para a propositura das ações configura nulidade processual, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

Ademais, o abuso do direito de litigar, caracterizado pela advocacia predatória, afronta o princípio da dignidade da justiça, previsto no CPC/2015, art. 319, e deve ser reprimido para evitar prejuízos às partes e ao sistema judiciário como um todo.

...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Cuida-se de ação declaratória e indenizatória, proposta por A. J. dos S. em face de B. F. de S., na qual se pleiteia o reconhecimento da nulidade de ações judiciais propostas em nome do requerente sem a devida autorização, bem como a condenação do requerido em danos morais e materiais.

Os autos relatam que o requerido, durante atendimento jurídico, teria obtido assinaturas do requerente sem prestar esclarecimentos sobre o teor e as consequências das ações judiciais, configurando, em tese, abuso do direito de litigar e prática de advocacia predatória.

Passo à análise do mérito, considerando os fatos e as disposições normativas aplicáveis.

Fundamentação

Dos Fatos e do Direito

Inicialmente, cumpre observar que a conduta descrita nos autos, atribuída ao requerido, encontra vedação expressa na legislação vigente. O art. 139, III, do CPC/2015 atribui ao magistrado o dever de prevenir e reprimir atos contrários à dignidade da justiça, bem como indeferir postulações protelatórias ou abusivas.

Da análise dos documentos apresentados, verifica-se que não há procuração válida e específica que autorize as ações judiciais propostas em nome do requerente. Tal ausência, nos termos do art. 485, IV, do CPC/2015, configura nulidade processual e prejudica o regular andamento do processo.

Além disso, a prática relatada afronta o princípio da boa-fé objetiva, consagrado no art. 422 do Código Civil. A relação entre advogado e cliente é pautada pela confiança mútua, sendo inadmissível o uso de documentos genéricos para ajuizamento de ações sem a devida ciência e autorização do cliente.

Ademais, a jurisprudência consolidada corrobora o entendimento aqui adotado. Destaco as seguintes decisões:

  • TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: Reconheceu a nulidade de ações judiciais ajuizadas com procuração genérica e caracterizou a prática como advocacia predatória, determinando a extinção do processo, nos termos do art. 485, VI, do CPC.
  • TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: Reforçou a necessidade de procuração com firma reconhecida para a validade de ações judiciais, extinguindo o processo por inobservância do requisito.

Da Procedência do Pedido

Ante o exposto, concluo que os atos praticados pelo requerido foram realizados sem observância às normas processuais e materiais aplicáveis, configurando abuso do direito de litigar. Tais condutas, além de causarem dano moral e material ao requerente, comprometem a dignidade da justiça e o bom funcionamento do sistema judiciário como um todo.

Assim, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige que todas as decisões sejam fundamentadas, passarei ao dispositivo.

Dispositivo

Ante o exposto, voto para dar procedência ao pedido, reconhecendo a nulidade das ações judiciais propostas em nome do requerente sem a devida autorização, nos termos do art. 485, IV, do CPC/2015. Condeno o requerido ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), bem como ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação.

Determino, ainda, que o requerido apresente, em prazo não superior a 15 (quinze) dias, todos os documentos e informações relativos às ações judiciais ajuizadas em nome do requerente, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais).

Este é o voto.

Conclusão

Por fim, registro que a presente decisão está devidamente fundamentada, nos termos da legislação processual e constitucional, em respeito ao princípio da motivação das decisões judiciais.


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