Modelo de Ação de Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais contra Companhia Aérea por Cobrança Indevida em Passagens Aéreas com Pedido de Tutela de Urgência fundamentada no CDC e CPC

Publicado em: 12/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para ação de repetição de indébito cumulada com pedido de indenização por danos morais contra companhia aérea que realizou cobrança indevida superior ao valor contratado na compra de passagens aéreas. O documento inclui pedido de tutela de urgência para suspensão imediata das cobranças futuras, fundamentação jurídica no Código de Defesa do Consumidor (arts. 2º, 3º, 14, 42) e no Código de Processo Civil (art. 300), bem como jurisprudência consolidada. Contempla ainda os pedidos de citação, condenação ao pagamento em dobro do valor cobrado indevidamente, indenização por danos morais, custas processuais, honorários advocatícios e produção de provas.
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AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], vem, por seu advogado infra-assinado, propor a presente AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face de Companhia Aérea X S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, endereço eletrônico: [email protected], com sede na Avenida dos Aeroportos, nº 500, Bairro Industrial, CEP 00000-000, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor adquiriu, em [data], passagens aéreas junto à Ré, efetuando o pagamento por meio de cartão de crédito, conforme comprovante anexo. O valor acordado para a compra das passagens era de R$ 1.200,00, a ser pago em parcela única.

Contudo, ao receber a fatura do cartão de crédito referente ao mês subsequente à compra, o Autor foi surpreendido com a cobrança de valor superior ao contratado, totalizando R$ 1.800,00, além de incidência de juros e encargos não pactuados. O Autor imediatamente entrou em contato com a Ré e com a administradora do cartão, contestando a cobrança, sem, contudo, obter solução administrativa.

A cobrança indevida persistiu nas faturas seguintes, gerando não apenas prejuízo financeiro, mas também abalo moral, diante da insegurança, do desgaste emocional e do tempo despendido para tentar solucionar o impasse. Ressalte-se que a conduta da Ré afronta o princípio da boa-fé objetiva e a confiança legítima do consumidor, que espera a correta prestação do serviço.

Diante da inércia da Ré e da continuidade das cobranças indevidas, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecido seu direito à repetição do indébito, bem como à reparação pelos danos morais sofridos.

Resumo: O Autor foi vítima de cobrança indevida de valores superiores ao contratado na compra de passagens aéreas, com acréscimo de juros e encargos, sem solução administrativa, o que enseja a presente demanda.

4. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No caso em tela, há prova inequívoca da cobrança indevida, consubstanciada nos documentos anexos (faturas do cartão de crédito e comprovante da compra), bem como o perigo de dano, pois a manutenção da cobrança poderá acarretar restrições de crédito, negativação do nome do Autor e agravamento dos prejuízos financeiros e morais.

Assim, requer-se a concessão de tutela de urgência para determinar à Ré que se abstenha de realizar novas cobranças referentes à compra das passagens aéreas objeto desta demanda, bem como que promova a imediata suspensão de eventuais lançamentos futuros no cartão de crédito do Autor, sob pena de multa diária.

Resumo: Presentes os requisitos legais, é imprescindível a concessão da tutela de urgência para evitar agravamento dos prejuízos do Autor.

5. DO DIREITO

5.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE OBJETIVA

A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, arts. 2º e 3º, aplicando-se a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços (CDC, art. 14), bastando a demonstração do dano e do nexo causal para a configuração do dever de indenizar.

5.2. DA COBRANÇA INDEVIDA E REPETIÇÃO DO INDÉBITO

O CDC, art. 42, parágrafo único, estabelece que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, salvo hipótese de engano justificável.

No caso, a cobrança excedente não foi justificada pela Ré, configurando conduta ilícita e ensejando a devolução em dobro dos valores pagos a maior.

5.3. DOS DANOS MORAIS

A cobrança indevida, reiterada e não solucionada administrativamente, ultrapassa o mero aborrecimento, causando ao consumidor angústia, insegurança e desgaste emocional, o que caracteriza dano moral indenizável (CCB/2002, art. 186).

O dano moral, nesses casos, é in re ipsa, prescindindo de prova do prejuízo, pois decorre do próprio fato da cobrança abusiva, conforme entendimento consolidado nos tribunais.

5.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º,"'>...

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RELATÓRIO

Trata-se de Ação de Repetição de Indébito c/c Indenização por Danos Morais, com pedido de tutela de urgência, ajuizada por A. J. dos S. em face de Companhia Aérea X S.A.. O Autor alega ter adquirido passagens aéreas pelo valor de R$ 1.200,00, porém foi surpreendido com cobranças superiores ao contratado, totalizando R$ 1.800,00, acrescidos de juros e encargos não pactuados. Apesar das tentativas de resolução administrativa, a cobrança indevida persistiu, motivando o ajuizamento da demanda.

Requer, em síntese: (i) concessão de tutela de urgência para suspensão das cobranças, (ii) repetição do indébito em dobro, (iii) indenização por danos morais, além de custas, honorários e demais cominações legais.

FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Fundamentação Constitucional e Legal do Julgamento

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, passo à análise dos fatos e do direito à luz da legislação aplicável e dos princípios constitucionais.

2. Da Relação de Consumo e Responsabilidade

Verifico que a relação entre as partes é de consumo, subsumindo-se ao Código de Defesa do Consumidor (arts. 2º e 3º), sendo a ré fornecedora de serviços e o autor consumidor. Aplica-se, portanto, a responsabilidade objetiva, bastando a demonstração do dano e do nexo causal para que surja o dever de indenizar (CDC, art. 14).

3. Da Cobrança Indevida e Repetição do Indébito

Restou comprovado nos autos que o autor foi cobrado em valor superior ao contratado, sem justificativa plausível por parte da ré. O CDC, em seu art. 42, parágrafo único, dispõe que \"o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, salvo hipótese de engano justificável\". No caso, não há demonstração de engano justificável, sendo devida a devolução em dobro dos valores pagos a maior, conforme reiterada jurisprudência dos tribunais pátrios.

4. Dos Danos Morais

A conduta da ré extrapolou o mero aborrecimento, causando ao autor angústia, insegurança e desgaste emocional, caracterizando dano moral indenizável. O entendimento dos tribunais é pacífico no sentido de que, em situações de cobrança abusiva reiterada e não solucionada administrativamente, o dano moral é presumido (\"in re ipsa\"), prescindindo de prova do prejuízo, nos termos do art. 186 do Código Civil.

5. Da Tutela de Urgência

O art. 300 do CPC autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, requisitos devidamente demonstrados nos autos, considerando a continuidade das cobranças indevidas e o risco de negativação do nome do autor.

6. Dos Princípios e Jurisprudência Aplicáveis

O caso concreto envolve a aplicação dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), boa-fé objetiva (CC, art. 422), vulnerabilidade do consumidor e função social do contrato. A jurisprudência colacionada aos autos reforça o entendimento acerca do direito à repetição do indébito em dobro e à compensação por danos morais diante da falha na prestação do serviço.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Confirmar a tutela de urgência, determinando à ré que se abstenha de realizar novas cobranças referentes à compra das passagens aéreas objeto desta demanda, bem como que suspenda eventuais lançamentos futuros no cartão de crédito do autor, sob pena de multa diária a ser fixada em liquidação.
  2. Condenar a ré à repetição do indébito, em dobro, dos valores cobrados indevidamente, acrescidos de correção monetária e juros legais, conforme apurado em liquidação de sentença.
  3. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais, que arbitro, com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, em R$ 3.000,00 (três mil reais), corrigidos monetariamente a partir desta decisão e acrescidos de juros legais a partir do evento danoso.
  4. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

CONCLUSÃO

É como voto.

REFERÊNCIAS NORMATIVAS

  • Constituição Federal/88, art. 93, IX e art. 1º, III
  • Código de Defesa do Consumidor, arts. 2º, 3º, 14 e 42, parágrafo único
  • Código de Processo Civil, art. 300 e art. 85
  • Código Civil, art. 186 e art. 422

JURISPRUDÊNCIA APLICADA

Conforme jurisprudência citada nos autos, destaca-se:
\"O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso.\" (TJSP, 12ª Câmara de Direito Privado, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

\"A restituição em dobro do indébito independe da natureza do elemento volitivo do fornecedor que cobrou valor indevido, revelando-se cabível quando a cobrança indevida consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva.\" (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.533675-5/001)

DISPOSIÇÕES FINAIS

Após o trânsito em julgado, expeçam-se as necessárias comunicações e cumpram-se as determinações pertinentes.

 

[Cidade], [data].

_______________________________________
Magistrado(a)


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