Modelo de Ação de Obrigação de Fazer para Registro de Imóvel com Pedido de Indenização por Danos Materiais e Morais contra Compradora que Omitiu Transferência Registral

Publicado em: 05/05/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Petição inicial que requer a concessão de tutela de urgência para compelir a requerida a promover o registro da transferência de imóvel no Cartório de Registro de Imóveis, sob pena de multa diária, além da condenação ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, em razão da omissão da requerida que causou prejuízos financeiros e abalo moral ao requerente, com fundamentação no Código Civil, Código de Processo Civil e princípios contratuais.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, empresário, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua Alfa, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000.

Requerida: M. F. de S. L., brasileira, casada, advogada, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua Beta, nº 200, Bairro Jardim, Cidade/UF, CEP 11111-111.

3. DOS FATOS

O Requerente celebrou com a Requerida, em 15 de fevereiro de 2021, contrato de compra e venda de imóvel situado à Rua das Palmeiras, nº 500, Bairro Bela Vista, Cidade/UF, CEP 22222-222, conforme Instrumento Particular de Compra e Venda anexo. O preço foi integralmente quitado pela Requerida, tendo o Requerente entregue as chaves e a posse do imóvel à adquirente.

Contudo, a Requerida não procedeu ao registro da transferência da propriedade junto ao Cartório de Registro de Imóveis competente (RGI), mantendo o imóvel, até a presente data, registrado em nome do Requerente.

Em razão dessa omissão, o Requerente passou a receber diversas cobranças e execuções fiscais referentes a tributos, taxas condominiais e demais encargos incidentes sobre o imóvel, inclusive sofrendo bloqueio de valores via penhora on-line em suas contas bancárias, o que lhe causou sérios prejuízos financeiros e abalo moral.

Ressalte-se que o Requerente notificou extrajudicialmente a Requerida para que regularizasse o registro do imóvel, sem que houvesse qualquer providência por parte desta, persistindo a situação lesiva.

Diante da inércia da Requerida e dos prejuízos suportados, não restou alternativa ao Requerente senão buscar a tutela jurisdicional para compelir a Requerida ao registro do imóvel e à reparação dos danos materiais e morais sofridos.

Resumo: O Requerente vendeu o imóvel, entregou a posse, mas permanece como proprietário registral, sendo injustamente responsabilizado por débitos e execuções fiscais, em razão da omissão da Requerida em promover o registro da transferência.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)

4.1. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER – REGISTRO DO IMÓVEL

Nos termos do CCB/2002, art. 1.245, a transferência da propriedade imóvel somente se opera com o registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis. Assim, embora a Requerida tenha adquirido a posse e quitado o preço, a propriedade permanece, para todos os efeitos legais, em nome do Requerente, que continua a figurar como responsável perante terceiros e órgãos públicos.

O descumprimento da obrigação de registrar o imóvel caracteriza inadimplemento contratual, ensejando a obrigação de fazer, consistente na regularização do registro, sob pena de multa, conforme previsto no CPC/2015, art. 497.

Princípios aplicáveis: boa-fé objetiva, função social do contrato e segurança jurídica, todos previstos no CCB/2002, art. 113, CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422.

4.2. DOS DANOS MATERIAIS

O Requerente sofreu prejuízos financeiros decorrentes das execuções fiscais, bloqueios judiciais e cobranças indevidas, todas originadas da manutenção do imóvel em seu nome. Tais danos são comprovados por documentos anexos e encontram respaldo no CCB/2002, art. 927, que impõe a obrigação de reparar o dano causado por ato ilícito.

O nexo causal entre a omissão da Requerida e os prejuízos experimentados pelo Requerente é evidente, pois, caso o registro tivesse sido efetivado, as cobranças e execuções não recairiam sobre o Requerente.

4.3. DOS DANOS MORAIS

A manutenção do nome do Requerente em execuções fiscais, a penhora on-line e a exposição a cobranças indevidas ultrapassam o mero aborrecimento cotidiano, configurando dano moral indenizável, nos termos do CCB/2002, art. 186 e CF/88, art. 5º, X.

A jurisprudência reconhece que a omissão em promover o registro do imóvel"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos materiais e morais, ajuizada por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., visando compelir a requerida a promover o registro da transferência da propriedade de imóvel adquirido, bem como a reparação dos prejuízos alegadamente suportados em razão da omissão.

Narra o autor que firmou contrato de compra e venda do imóvel situado à Rua das Palmeiras, nº 500, Bairro Bela Vista, tendo entregue as chaves e a posse à requerida, que, entretanto, não procedeu ao registro da transferência junto ao Cartório de Registro de Imóveis, mantendo o imóvel em nome do autor. Em virtude disso, o autor passou a ser responsabilizado por débitos fiscais, taxas condominiais e execuções, inclusive bloqueio de valores em suas contas bancárias, ocasionando-lhe prejuízos materiais e morais.

A requerida, regularmente citada, apresentou defesa, sustentando, em síntese, ausência de ilicitude e inexistência de danos indenizáveis.

Fundamentação

I – Da Obrigação de Fazer (Registro do Imóvel)

O cerne da controvérsia reside na inércia da requerida em promover o registro da transferência da propriedade do imóvel adquirido, persistindo a titularidade em nome do autor, o que lhe acarreta obrigações fiscais, tributárias e patrimoniais.

Nos termos do CCB/2002, art. 1.245, a transferência da propriedade imóvel somente se opera com o registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis. Enquanto não registrado o título, o alienante ainda figura como proprietário perante terceiros e órgãos públicos, respondendo pelos encargos incidentes sobre o bem.

Ademais, a ausência de providências para regularização do registro configura inadimplemento contratual (CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422), violando os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato. A jurisprudência é firme no sentido de que compete ao comprador, que recebeu a posse e quitou o preço, adotar as medidas para regularização da matrícula do imóvel (v.g., TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ).

Assim, resta configurada a obrigação de fazer, consistente na efetivação do registro da transferência da propriedade em nome da requerida, sob pena de multa diária, na forma do CPC/2015, art. 497.

II – Dos Danos Materiais

Os documentos juntados comprovam a existência de bloqueios judiciais, cobranças e execuções fiscais em desfavor do autor, em decorrência da manutenção do imóvel em seu nome. Está demonstrado o nexo causal entre a omissão da requerida e os danos sofridos pelo autor, que não teria suportado tais prejuízos caso o registro tivesse sido efetivado.

Nos termos do CCB/2002, art. 927, aquele que causar dano a outrem, por ato ilícito, fica obrigado a repará-lo. Os valores exatos dos prejuízos materiais deverão ser apurados em liquidação de sentença.

III – Dos Danos Morais

A manutenção do nome do autor em cadastros de execuções fiscais, bloqueios de valores por penhora on-line e cobranças reiteradas extrapolam o mero dissabor cotidiano, atingindo a esfera da dignidade e tranquilidade do indivíduo. Conforme entendimento consolidado (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ; TJSP, Apelação Acórdão/TJSP), a conduta omissiva da requerida é apta a ensejar indenização por dano moral.

Considerando a extensão do dano, o caráter pedagógico e compensatório, fixo a indenização por danos morais em R$ 10.000,00 (dez mil reais), valor compatível com casos análogos.

IV – Da Tutela de Urgência

Presentes os requisitos do CPC/2015, art. 300, pois há probabilidade do direito e perigo de dano na demora, defiro a tutela de urgência para determinar à requerida que promova, no prazo de 15 (quinze) dias, o registro da transferência do imóvel, sob pena de multa diária de R$ 300,00.

V – Dos Requisitos Constitucionais do Julgamento

Cumpre ressaltar que o presente julgamento observa o disposto na CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, sendo analisados os fatos, a legislação aplicável e a jurisprudência pertinente, assegurando-se a transparência, a motivação e a segurança jurídica.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CF/88, art. 93, IX, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para:

  1. Confirmar a tutela de urgência e determinar à requerida que, no prazo de 15 (quinze) dias, promova, às suas expensas, o registro da transferência do imóvel objeto da lide junto ao Cartório de Registro de Imóveis competente, sob pena de multa diária de R$ 300,00, limitada a 30 dias.
  2. Condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos materiais, a ser apurada em liquidação de sentença, correspondente aos valores comprovadamente pagos ou bloqueados do autor em razão da omissão da requerida.
  3. Condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), acrescido de correção monetária e juros legais a partir da data desta decisão.
  4. Condenar a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

É como voto.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Magistrado(a)


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