Modelo de Ação de Modificação de Guarda com Pedido de Guarda Unilateral em Favor da Mãe, Fundamentada em Medida Protetiva e Melhor Interesse do Menor, com Solicitação de Estudo Psicossocial e Laudo Psicológico

Publicado em: 25/04/2025 Processo Civil Familia
Modelo de petição inicial para ação de modificação de guarda visando a concessão da guarda unilateral em favor da mãe, devido a medida protetiva contra o pai, resistência do menor à convivência e risco à integridade física e emocional da criança, com pedido de tutela de urgência, produção de provas e acompanhamento do Ministério Público. Fundamentação jurídica baseada no melhor interesse da criança, Código Civil, Estatuto da Criança e do Adolescente e jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA COM PEDIDO DE GUARDA UNILATERAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. F. de S. L., brasileira, solteira, professora, portadora do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Jardim, CEP 00000-000, Cidade/UF, vem, por intermédio de seu advogado infra-assinado, com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], propor a presente AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA COM PEDIDO DE GUARDA UNILATERAL em face de J. A. dos S., brasileiro, divorciado, engenheiro, portador do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 789, Bairro Alto, CEP 00000-000, Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O menor A. J. de S. L., atualmente com 12 anos de idade, é filho da autora e do réu, tendo a guarda compartilhada sido estabelecida por ocasião do termo de divórcio, conforme sentença homologatória proferida nos autos nº ________.

Ocorre que, desde então, a convivência do menor com o genitor varão tornou-se fonte de intenso sofrimento e angústia. O menor manifesta resistência reiterada em cumprir o regime de visitas estabelecido (quinzenal), alegando desconforto e insegurança no ambiente em que reside o genitor, que divide a moradia com seu irmão (tio do menor) e outros familiares. O menor relata à genitora e à psicóloga infantil que o local não oferece acomodações adequadas para suas pernoites, sendo obrigado a dormir em condições indignas, inclusive no quarto da funcionária da casa.

Além disso, o ambiente é descrito pelo menor como depressivo e hostil, afetando negativamente seu bem-estar emocional. O menor retorna das visitas desanimado e, por vezes, apresenta sinais de sofrimento psicológico, conforme relatado à mãe e à profissional de saúde mental que o acompanha.

A autora, preocupada com o bem-estar do filho e ciente da gravidade da situação, buscou auxílio médico e psicológico, não apenas para compreender a resistência do menor, mas também para afastar qualquer alegação infundada de alienação parental. A psicóloga responsável pelo acompanhamento do menor entende que a vontade do infante deve ser respeitada, sob pena de agravamento dos traumas decorrentes da separação dos pais.

Ademais, a situação agravou-se em virtude da concessão de medida protetiva de urgência em favor da autora e do avô materno, em razão de ameaças graves perpetradas pelo réu, que incluem ameaças de morte, sequestro e outros males injustos. Por determinação judicial, está vedado qualquer contato entre o genitor e a genitora, inclusive por meios eletrônicos, o que inviabiliza a manutenção da guarda compartilhada.

Ressalte-se que a autora jamais impediu o filho de manter contato com o pai, sendo a resistência do menor espontânea e reiteradamente manifestada, inclusive na presença de terceiros de confiança da família materna.

Diante desse quadro, a autora busca a regularização da guarda, com a fixação da guarda unilateral em seu favor, a fim de proteger o filho de situações que possam comprometer sua integridade física, emocional e psicológica, bem como para resguardar-se de eventuais acusações infundadas de descumprimento do regime de visitas ou de alienação parental.

Por fim, pleiteia-se a realização de estudo psicossocial e laudo psicológico para avaliar as condições do genitor, que apresenta indícios de transtorno de personalidade narcisista e outros desvios de conduta, conforme relatos e histórico comportamental.

Resumo: O contexto fático demonstra a absoluta inviabilidade da guarda compartilhada, sendo imprescindível a concessão da guarda unilateral à genitora, em observância ao melhor interesse do menor.

4. DO DIREITO

a) Do Melhor Interesse da Criança

O princípio do melhor interesse da criança é norteador das decisões relativas à guarda, encontrando respaldo na CF/88, art. 227, que estabelece ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, à dignidade, à convivência familiar e comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão.

A Lei 8.069/1990, art. 3º, reforça a proteção integral à criança, devendo o Judiciário atuar de modo a garantir o pleno desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social do menor.

b) Da Guarda Compartilhada e Suas Exceções

A guarda compartilhada é a regra, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.584, especialmente após as alterações promovidas pela Lei 13.058/2014. Todavia, o §2º do referido artigo prevê expressamente a possibilidade de concessão da guarda unilateral quando um dos genitores declarar que não deseja a guarda do filho, não estiver apto a exercê-la, ou em situações que coloquem em risco a integridade do menor:

“Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor ou não estiver apto a exercê-la.” (CCB/2002, art. 1.584, § 2º)

No caso em tela, a existência de medida protetiva em favor da genitora e do avô materno, bem como o histórico de ameaças e ambiente inadequado para o menor, demonstram a absoluta inaptidão do genitor para o exercício da guarda, sendo a guarda unilateral medida que melhor atende ao interesse do infante.

c) Da Vontade do Menor e da Avaliação Psicossocial

O CPC/2015, art. 698, determina que, nas ações de guarda, o juiz ouvirá o Ministério Público e poderá determinar a realização de estudo psicossocial, ouvindo o menor, sempre que possível, para aferir sua real vontade, especialmente quando esta se mostra reiterada e fundamentada, como no presente caso.

A jurisprudência tem reconhecido a importância da escuta qualificada do menor e da avaliação técnica multidisciplinar,"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Relatório

Trata-se de ação de modificação de guarda, com pedido de fixação de guarda unilateral do menor A. J. de S. L., atualmente com 12 anos, em favor da genitora, M. F. de S. L., em razão de alegada inadequação do ambiente paterno e existência de medida protetiva vigente contra o genitor, J. A. dos S.. A autora relata que o menor apresenta resistência reiterada à convivência com o pai, manifestando desconforto e sofrimento psicológico, além de narrar situações de ameaça e ambiente hostil. Requer a modificação do regime de guarda de compartilhada para unilateral, bem como a realização de estudo psicossocial e laudo psicológico.

Fundamentação

O voto do magistrado deve ser motivado, nos termos da CF/88, art. 93, IX, que assim dispõe: \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.\"

No caso em análise, a controvérsia gira em torno da aptidão do genitor para o exercício da guarda compartilhada e da necessidade de priorizar o melhor interesse da criança, como determina a CF/88, art. 227 e o ECA, art. 3º.

A jurisprudência consolidada do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (vide Apelação Acórdão/TJRJ e Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ) reconhece que a guarda compartilhada é a regra, porém pode ser afastada em situações de risco à integridade do menor ou conflito parental grave, como ocorre quando há medida protetiva, ameaças e ambiente inadequado.

Consta dos autos que o menor manifesta resistência fundamentada à convivência com o genitor, corroborada por acompanhamento psicológico e por relatos de situação de ameaça e ambiente emocionalmente hostil. Além disso, há medida protetiva vigente, o que impede qualquer colaboração ou diálogo entre os genitores, inviabilizando o regime de guarda compartilhada (CCB/2002, art. 1.584, § 2º).

O princípio do melhor interesse da criança impõe ao julgador o dever de proteger a integridade física, psicológica e emocional do menor, sendo a guarda unilateral, neste contexto, medida de proteção e prevenção.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para:

  • Modificar o regime de guarda do menor A. J. de S. L., fixando a guarda unilateral em favor da genitora, M. F. de S. L., nos termos do CCB/2002, art. 1.584, § 2º, devendo eventual regime de convivência paterna ser definido após realização de estudo psicossocial e laudo psicológico, se recomendável;
  • Determinar a realização de estudo psicossocial e laudo psicológico do menor e do genitor, para avaliação das condições emocionais e ambientais, resguardando sempre o melhor interesse do menor;
  • Intimar o Ministério Público para acompanhamento do feito, conforme CPC/2015, art. 178, II;
  • Manter a suspensão do regime de visitas até ulterior decisão, resguardando a integridade do menor;
  • Determinar a produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente prova testemunhal, documental, pericial e depoimento pessoal das partes, se necessário e possível;
  • Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, se houver resistência à pretensão, nos termos legais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Decido assim, em estrita observância ao princípio do melhor interesse do menor, à proteção integral da criança, bem como em respeito ao devido processo legal e à necessidade de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), entendendo presentes os requisitos que autorizam a modificação do regime de guarda para o modelo unilateral, em favor da genitora.

Rio de Janeiro, ___ de ___________ de 2025.

_______________________________
Magistrado(a)


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