Modelo de Ação Anulatória de Ato Administrativo contra o DETRAN para Suspensão Indevida da CNH por Infração ao CTB, com Pedido de Tutela de Urgência e Fundamentação em Cerceamento de Defesa e Princípios Constitucionais

Publicado em: 10/06/2025 AdministrativoProcesso CivilConsumidor Trânsito
Modelo de petição inicial de ação anulatória de ato administrativo ajuizada por condutor habilitado na categoria B contra o DETRAN, visando a anulação da penalidade de perda do direito de dirigir imposta indevidamente, com fundamento no cerceamento de defesa, ausência de notificação regular, desproporcionalidade da penalidade e violação aos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa. Inclui pedido de tutela de urgência para suspensão imediata dos efeitos do ato e produção de provas.
← deslize para o lado para ver mais opções

AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara da Fazenda Pública da Comarca de [Cidade/UF], com posterior remessa ao Tribunal de Justiça do Estado, nos termos da competência recursal.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, motorista, portador do CPF n.º XXX.XXX.XXX-XX, RG n.º XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, [Cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, propor a presente
AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO
em face do Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/[UF], autarquia estadual, inscrita no CNPJ sob o n.º XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na [endereço completo], endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. dos S., é condutor devidamente habilitado na categoria “B”, encontrando-se no período de permissão para dirigir, conforme previsto no CTB, art. 148, §2º. Em [data do fato], foi abordado por agente de trânsito enquanto conduzia o veículo de carga M.BENZ/LK 2318, ocasião em que foi autuado por suposta infração ao CTB, art. 162, III, sob a alegação de conduzir veículo para o qual não possuía habilitação compatível.

O veículo foi retido até a apresentação de condutor habilitado, e o Autor foi notificado da autuação, bem como da instauração de processo administrativo que culminou na perda do direito de dirigir a partir de 04/2025, em razão da penalidade aplicada.

Ocorre que a autuação e a penalidade imposta não observaram os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), tampouco a correta tipificação da conduta, pois o Autor, habilitado na categoria “B”, não tinha ciência inequívoca de que o veículo em questão demandava habilitação superior, tampouco foi oportunizada a devida defesa administrativa, sendo-lhe cerceado o direito de demonstrar eventual equívoco ou ausência de dolo na conduta.

Ademais, a penalidade de perda do direito de dirigir é medida extrema, que não se coaduna com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, especialmente diante da ausência de reincidência ou de qualquer agravante relevante no histórico do Autor.

Diante disso, busca-se a anulação do ato administrativo que culminou na penalidade aplicada, com a consequente reabilitação do direito de dirigir do Autor.

Resumo: O Autor foi autuado por suposta infração ao CTB, art. 162, III, durante o período de permissão, resultando na perda do direito de dirigir, sem observância das garantias constitucionais e legais, o que motiva a presente ação anulatória.

4. DO DIREITO

4.1. DA LEGALIDADE E DA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL

O ato administrativo que culminou na penalidade de perda do direito de dirigir deve observar os princípios constitucionais da legalidade, contraditório e ampla defesa (CF/88, art. 5º, II e LV), bem como os preceitos do CTB, art. 265 e CPC/2015, art. 319.

A Administração Pública está vinculada ao princípio da legalidade estrita, devendo seus atos serem motivados e fundamentados, sob pena de nulidade. No caso em tela, não restou comprovada a regular notificação do Autor para apresentação de defesa prévia, tampouco a correta individualização da conduta, o que viola frontalmente o devido processo legal.

4.2. DA TIPIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO E DA ADEQUAÇÃO DA PENALIDADE

O CTB, art. 162, III prevê como infração conduzir veículo com habilitação de categoria diferente da do veículo conduzido. Contudo, a aplicação da penalidade máxima, com a perda do direito de dirigir, exige a demonstração de dolo, habitualidade ou gravidade concreta, o que não se verifica nos autos.

O Autor, habilitado na categoria “B”, não agiu com dolo ou má-fé, e não há nos autos elementos que justifiquem a penalidade extrema, em flagrante desproporcionalidade e violação ao princípio da razoabilidade (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

4.3. DO CERCEAMENTO DE DEFESA E DA NULIDADE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

A ausência de notificação regular e de oportunidade efetiva de defesa caracteriza cerceamento de defesa, tornando nulo o processo administrativo, conforme entendimento consolidado do Tribunal de Justiça do Estado e do STJ.

O CPC/2015, art. 373, I, atribui à Administração o ônus de comprovar a regularidade do procedimento, o que não foi observado no caso concreto.

4.4. DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE

A imposição de penalidade máxima deve ser reservada a situações de extrema gravidade, o que não se verifica no presente caso, em que o Autor não possui histórico de infrações graves ou reincidência, e tampouco causou qualquer dano concreto à coletividade.

O princípio da razoabilidade, consag"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos etc.

Trata-se de Ação Anulatória de Ato Administrativo proposta por A. J. dos S. em face do Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/[UF], objetivando a anulação do ato administrativo que culminou na penalidade de perda de seu direito de dirigir, com fundamento em suposta infração ao art. 162, III, do CTB, durante o período de permissão para dirigir.

I. RELATÓRIO

O Autor alega que foi autuado por conduzir veículo para o qual não possuía habilitação compatível, resultando na imposição da penalidade de cassação de sua permissão para dirigir. Sustenta, em síntese, a ausência de notificação regular para apresentação de defesa prévia, o cerceamento de defesa, a falta de dolo ou má-fé, bem como a desproporcionalidade da penalidade imposta. Requer, ao final, a anulação do ato administrativo e o restabelecimento do direito de dirigir.

O DETRAN/[UF] foi devidamente citado, apresentando contestação, na qual defende a regularidade do procedimento administrativo e a legalidade da penalidade aplicada.

É o relatório.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, conheço do pedido.

2. Dos Fatos e do Direito

O cerne da controvérsia reside na análise da regularidade do processo administrativo que culminou na penalidade de perda do direito de dirigir do Autor, bem como na adequação e proporcionalidade da sanção aplicada.

Inicialmente, cumpre destacar que, nos termos do artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise detalhada dos fundamentos constitucionais e legais aplicáveis ao caso.

2.1. Do Contraditório e Ampla Defesa

O artigo 5º, LV, da Constituição Federal, assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. O cerceamento do direito de defesa, consubstanciado na ausência de notificação regular para apresentação de defesa prévia, implica nulidade do processo administrativo, conforme reiterada jurisprudência:

“Bloqueio administrativo cautelar da CNH. Processo administrativo de cassação do direito de dirigir por suspeita de fraude. Envio da notificação acerca da instauração do processo administrativo e bloqueio cautelar da CNH para terceiro sem poderes de representação. Nulidade do processo administrativo a partir citação. (...)\"
(TJSP, Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP)

Nos autos, inexiste comprovação de que o Autor foi regularmente notificado para exercício do contraditório, o que viola frontalmente o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) e o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II).

2.2. Da Tipificação da Infração e Proporcionalidade da Pena

O artigo 162, III, do CTB, prevê como infração conduzir veículo de categoria incompatível com a habilitação. Todavia, a aplicação da penalidade máxima — perda do direito de dirigir — exige a análise da gravidade concreta da conduta, reincidência e eventual dolo, o que não se verifica no caso dos autos. O Autor não apresenta histórico de infrações graves e não restou comprovada conduta dolosa.

O princípio da proporcionalidade, corolário do Estado Democrático de Direito, veda a imposição de sanções desarrazoadas ou excessivas, devendo a Administração Pública observar o equilíbrio entre a conduta e a sanção (CF/88, art. 5º, LIV). No caso, a medida extrema aplicada revela-se desproporcional, em ofensa à razoabilidade.

2.3. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos tribunais pátrios é firme no sentido de que a ausência de regular notificação do interessado e a restrição ao direito de defesa acarretam a nulidade do processo administrativo e, por consequência, do ato sancionatório:

“Ausência de regular notificação a respeito da lavratura do Auto de Infração e Imposição de Multa de trânsito e instauração do processo administrativo. Ofensa aos princípios do contraditório e ampla defesa, caracterizada. Inobservância do CTB, art. 265. (...)”
(TJSP, Reexame Necessário 3370-28.2014.8.26.0638)

Outrossim, conforme orientação do Superior Tribunal de Justiça, a Administração Pública tem o ônus de comprovar a regularidade do procedimento, nos termos do artigo 373, I, do CPC/2015, o que não se verificou no presente caso.

2.4. Da Nulidade do Ato Administrativo

Diante da ausência de notificação regular e de oportunidade efetiva de defesa, bem como da desproporcionalidade da penalidade imposta, impõe-se reconhecer a nulidade do ato administrativo que determinou a perda do direito de dirigir do Autor, devendo ser restabelecida a sua permissão para dirigir.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para ANULAR o ato administrativo que culminou na penalidade de perda do direito de dirigir do Autor, determinando ao DETRAN/[UF] o imediato restabelecimento de sua permissão para dirigir, com exclusão da pontuação e das penalidades correspondentes de seu prontuário.

Condeno o Réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

Defiro, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas, caso necessárias ao cumprimento desta decisão.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade], [data].

[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito

IV. Nota Final

O presente voto foi elaborado nos termos do artigo 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, e com observância dos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa, proporcionalidade e legalidade, em harmonia com a jurisprudência consolidada dos Tribunais pátrios.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.