Desafios e fundamentos jurídicos para a inclusão do ensino de Direito Digital na formação de advogados no Brasil, destacando aspectos constitucionais, legais e práticos da advocacia digital

Desafios e fundamentos jurídicos para a inclusão do ensino de Direito Digital na formação de advogados no Brasil, destacando aspectos constitucionais, legais e práticos da advocacia digital

Este documento analisa os desafios enfrentados para incluir o Direito Digital no ensino jurídico brasileiro, abordando fundamentos constitucionais e legais, resistências institucionais, defasagem docente e a importância da formação para a advocacia moderna em ambientes digitais. Destaca a necessidade de atualização curricular e tecnológica para preparar advogados aptos a atuar em processos eletrônicos, proteção de dados e crimes cibernéticos, garantindo o acesso à justiça e a defesa dos direitos fundamentais.

Publicado em: 12/05/2025 AdvogadoProcesso Civil Ensino Direito Penal

OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DO ENSINO DE DIREITO DIGITAL NA FORMAÇÃO DE ADVOGADOS NO BRASIL

INTRODUÇÃO

A transformação digital tem promovido mudanças estruturais em diversos setores da sociedade, impactando de maneira significativa o universo jurídico. O Direito Digital emerge como área essencial para a compreensão e a regulação das relações jurídicas advindas do uso de tecnologias, como a internet, inteligência artificial e proteção de dados. Nesse contexto, torna-se fundamental analisar os desafios enfrentados para a inclusão do ensino de Direito Digital na formação dos advogados no Brasil, considerando os fundamentos constitucionais, legais e doutrinários pertinentes.

CONCEITO E RELEVÂNCIA DO DIREITO DIGITAL

O Direito Digital pode ser compreendido como o ramo do Direito que regula as relações jurídicas oriundas do uso das tecnologias digitais, abrangendo temas como proteção de dados pessoais, crimes cibernéticos, contratos eletrônicos, propriedade intelectual na internet, entre outros. A crescente utilização de meios digitais nas relações pessoais e profissionais, bem como no Poder Judiciário — com a implementação de processos eletrônicos e audiências virtuais — reforça a necessidade de formação adequada dos profissionais do Direito para lidar com essas novas demandas.

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS DA INCLUSÃO DO DIREITO DIGITAL NO ENSINO JURÍDICO

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O DIREITO À EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) prevê, em seu art. 10, §1º, a necessidade de adaptação do ensino às novas realidades sociais e tecnológicas. O acesso ao conhecimento tecnológico está intrinsecamente ligado à promoção da cidadania e ao desenvolvimento nacional. Ademais, o princípio da igualdade e a liberdade de ensino, previstos no texto constitucional, impõem ao Estado e às instituições de ensino a obrigação de promover currículos que atendam às demandas da sociedade contemporânea digital.

NORMAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E O ENSINO DO DIREITO

O Código Civil Brasileiro (CCB/2002), ao tratar dos direitos da personalidade, evidencia a proteção de dados e da privacidade, temas centrais do Direito Digital (CCB/2002, art. 11, §1º, III). A Lei 7.250/2014, art. 50, por sua vez, dispõe sobre políticas públicas para inclusão digital, estimulando iniciativas de formação tecnológica em todos os níveis de ensino, incluindo o superior.

No âmbito do processo civil, o Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015, art. 319) e o Código de Processo Penal (CPP, art. 12), além de preverem a instrumentalização eletrônica dos atos processuais, exigem do advogado conhecimento técnico para atuação eficaz nos processos digitais.

No campo penal, o Código Penal (CP, art. 284, §1º) sinaliza a necessidade de atualização dos operadores do direito frente aos novos tipos penais derivados das condutas digitais.

DESAFIOS NA INCLUSÃO DO DIREITO DIGITAL NA FORMAÇÃO ACADÊMICA JURÍDICA

RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL E CURRICULAR

Um dos principais desafios é a resistência das instituições de ensino e de parte do corpo docente em alterar ou atualizar as matrizes curriculares para contemplar disciplinas de Direito Digital. Muitas grades curriculares permanecem presas a um modelo tradicionalista, priorizando áreas clássicas e relegando a inovação tecnológica a um segundo plano.

DEFASAGEM NA FORMAÇÃO DOCENTE

Outro obstáculo relevante é a falta de preparo de professores para ministrar conteúdos relacionados ao Direito Digital. A carência de capacitação específica e de atualização contínua dificulta a efetiva implementação de disciplinas voltadas ao tema.

INSUFICIÊNCIA DE INFRAESTRUTURA TECNOLÓGICA

A insuficiência de infraestrutura tecnológica em muitas faculdades de Direito brasileiras limita o acesso dos estudantes a ferramentas e plataformas digitais essenciais à compreensão prática do Direito Digital, agravando o distanciamento entre teoria e prática.

RELEVÂNCIA PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA

O advogado moderno precisa estar a...

Para ter acesso a todo conteúdo deste artigo jurídico Adquira um dos planos de acesso do site abaixo:


Gostou? Faça parte do LEGJUR você também
Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer
Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,99 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros