Aplicação prática do Legal Design na redação de petições iniciais para melhorar a clareza, acessibilidade e efetividade das decisões judiciais com base em fundamentos constitucionais e legais

Aplicação prática do Legal Design na redação de petições iniciais para melhorar a clareza, acessibilidade e efetividade das decisões judiciais com base em fundamentos constitucionais e legais

Este documento analisa a implementação do Legal Design na elaboração de petições iniciais, destacando seus princípios, fundamentos jurídicos e impacto na efetividade das decisões judiciais, além dos desafios para sua adoção pelos operadores do direito.

Publicado em: 04/05/2025 AdvogadoCivelProcesso Civil

A APLICAÇÃO PRÁTICA DO LEGAL DESIGN NA REDAÇÃO DE PETIÇÕES INICIAIS E SUA INFLUÊNCIA NA EFETIVIDADE DAS DECISÕES JUDICIAIS

INTRODUÇÃO

O cenário jurídico brasileiro vem passando por significativas transformações, impulsionadas pela necessidade de tornar o acesso à justiça mais efetivo e democrático. Nesse contexto, destaca-se o Legal Design como uma abordagem inovadora, que busca aprimorar a comunicação jurídica por meio da aplicação de técnicas de design, clareza e objetividade na elaboração de documentos processuais. Este artigo propõe uma análise aprofundada sobre a aplicação prática do Legal Design na redação de petições iniciais e sua influência direta na efetividade das decisões judiciais, com ênfase nos fundamentos constitucionais e legais pertinentes ao tema.

CONCEITO DE LEGAL DESIGN E SUA EVOLUÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO

O Legal Design consiste na integração de princípios do design visual, experiência do usuário e comunicação eficiente ao universo jurídico, com o objetivo de tornar as informações jurídicas mais acessíveis, compreensíveis e utilizáveis. Trata-se de uma abordagem multidisciplinar, que une elementos do direito, design gráfico, psicologia cognitiva e tecnologia da informação.

No contexto brasileiro, a adoção do Legal Design responde à necessidade de superar o formalismo excessivo, tradicionalmente presente nos atos processuais, e de promover maior transparência e efetividade na comunicação entre advogados, juízes, partes e demais atores processuais.

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS DA CLAREZA E ACESSIBILIDADE NA REDAÇÃO DAS PETIÇÕES INICIAIS

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) consagra diversos princípios que fundamentam a necessidade de clareza e acessibilidade nos atos processuais. O princípio do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) exige que todas as partes possam compreender e exercer plenamente seus direitos, o que demanda uma comunicação clara e acessível. Ainda, a garantia do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV) pressupõe que as petições sejam redigidas de modo a permitir que as partes entendam o conteúdo e possam responder adequadamente.

A CF/88 também prevê, em seu art. 10, §1º, a necessidade de acesso à informação, reforçando o caráter democrático do processo e a importância de que as peças processuais sejam compreensíveis para os destinatários.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

No âmbito infraconstitucional, diversos dispositivos reforçam a importância da clareza e estrutura adequada das petições iniciais:

  • Código de Processo Civil (CPC/2015, art. 319): Estabelece os requisitos essenciais da petição inicial, exigindo a exposição dos fatos, fundamentos jurídicos e o pedido, de forma clara e precisa.
  • Código de Processo Penal (CPP, art. 12): Discorre sobre a comunicação clara dos elementos da denúncia ou queixa, sendo requisito essencial para o desenvolvimento do processo penal.
  • Código Civil Brasileiro (CCB/2002, art. 11, §1º, III): Reforça a proteção dos direitos da personalidade e o respeito à dignidade da pessoa humana, que se traduzem também em respeito ao direito à compreensão dos atos processuais.
  • Lei 7.250/2014, art. 50: Prevê a necessidade de clareza e precisão nos documentos apresentados perante a administração pública e o judiciário, reforçando o dever de boa-fé e transparência.
  • Código Penal (CP, art. 284, §1º): Destaca a importância da comunicação exata dos atos jurídicos, especialmente nos casos de condução coercitiva, o que reforça a necessidade de clareza nos documentos que fundamentam tais medidas.

O IMPACTO DO LEGAL DESIGN NA REDAÇÃO DE PETIÇÕES INICIAIS

A aplicação do Legal Design na redação de petições iniciais representa uma ruptura com o paradigma tradicional, marcado por estruturas prolixas, linguagem rebuscada e excesso de formalismo. Ao priorizar a objetividade, clareza e organização visual das informações, o Legal Design torna a petição mais acessível não apenas para o julgador, mas também para as partes e demais interessados no processo.

Entre os principais elementos do Legal Design aplicáveis às petições iniciais, destacam-se:

  • Estruturação lógica e hierarquizada dos tópicos, utilizando títulos, subtítulos e listas.
  • Uso de linguagem simples e direta, evitando jargões desnecessários e passagens ambíguas.
  • Destaque visual para pontos relevantes, por meio de negrito, itálico, quadros e tabelas.
  • Organização visual que facilite a navegação e compreensão do documento, tornando-o mais amistoso ao leitor.

A adoção dessas técnicas promove maior eficiência na análise judicial, pois permite ao juiz identificar rapidamente os pontos centrais da controvérsia, os fundamentos jurídicos e o pedido, o que contribui para decisões mais fundamentadas e céleres.

INFLUÊNCIA DO LEGAL DESIGN NA EFETIVIDADE DAS DECISÕES JUDICIAIS

A efetividade das decisões judiciais está diretamente relacionada à capacidade das partes de expor claramente seus argumentos e pedidos. O Legal Design, ao facilitar a compreensão das petições, contribui para:

  • Redução de indeferimentos por inépcia, já que petições bem estr...

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