Modelo de Petição Inicial à CIDH por Graves Violações de Direitos Humanos com Omissão Estatal em Condomínio Controlado por Organização Criminosa no Brasil

Publicado em: 22/11/2024 Constitucional
Modelo de petição inicial dirigida à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em que a peticionária denuncia graves e reiteradas violações de direitos humanos, incluindo ameaças de morte, tortura, agressões, calúnia, humilhações públicas e fraudes patrimoniais, praticadas por organização criminosa (Primeiro Comando da Capital – PCC) em condomínio de Diadema/SP, com omissão do Estado brasileiro em garantir proteção, investigação e reparação. O documento fundamenta-se na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, detalha o esgotamento dos recursos internos, aponta dispositivos constitucionais e infraconstitucionais violados, apresenta jurisprudência nacional pertinente e formula pedidos de responsabilização internacional, concessão de medidas cautelares e indenização por danos materiais e morais. Inclui rol de provas e manifestação de interesse em audiência de conciliação/mediação.

PETIÇÃO INICIAL À COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (CIDH)

1. ENDEREÇAMENTO

À ILUSTRÍSSIMA SECRETARIA EXECUTIVA DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS – CIDH
Organização dos Estados Americanos (OEA)
1889 F Street, N.W., Washington, D.C., 20006, Estados Unidos da América
Assunto: Petição de denúncia de graves violações de direitos humanos perpetradas por organização criminosa com omissão do Estado Brasileiro.

2. QUALIFICAÇÃO DA PETICIONÁRIA

Peticionária: A. G. M.
Nacionalidade: Brasileira
Estado Civil: (informar)
Profissão: (informar)
CPF: (informar)
Endereço Eletrônico: (informar e-mail)
Domicílio e Residência: Condomínio (nome), Diadema, Estado de São Paulo, Brasil
Representante Legal (se houver): (informar nome, OAB, endereço eletrônico, telefone)

Estado Denunciado: República Federativa do Brasil
Endereço para comunicações oficiais: Ministério das Relações Exteriores – Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Brasília/DF, CEP 70170-900, Brasil.
Endereço eletrônico: [email protected]

3. DOS FATOS

A presente petição visa denunciar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos graves e reiteradas violações de direitos humanos sofridas por A. G. M. desde o ano de 2002, no município de Diadema, Estado de São Paulo, Brasil, em contexto de atuação de organização criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC), com a omissão e ineficácia do Estado brasileiro em garantir proteção, investigação e reparação.

Conforme relatado em e-mails enviados a autoridades nacionais e internacionais, inclusive à ONU e ao Ministério da Justiça, a peticionária vem sendo vítima de perseguição sistemática, ameaças de morte, torturas físicas e psicológicas, calúnia, humilhação pública, agressões físicas e fraudes patrimoniais. Os principais perpetradores identificados são D. C., seu pai R. C., e outros supostos membros do PCC, que teriam assumido o controle do condomínio de renda mínima onde reside a peticionária.

Entre as práticas denunciadas, destacam-se: (i) desvios de recursos financeiros do condomínio por mais de 15 anos; (ii) eleições fraudulentas de síndicos; (iii) instauração de falsos processos administrativos e judiciais contra a peticionária; (iv) proibição de comunicação entre moradores e a peticionária, sob ameaça de represálias; (v) agressões físicas e psicológicas; (vi) impedimento de acesso à justiça e à reparação.

A peticionária buscou, sem sucesso, a tutela do Estado brasileiro por meio de denúncias às autoridades policiais, Ministério Público, Defensoria Pública e Poder Judiciário, não obtendo resposta efetiva ou proteção adequada. Diante da inércia estatal e do agravamento das ameaças e prejuízos, a peticionária recorre à jurisdição internacional, postulando a responsabilização do Estado brasileiro por violação de direitos consagrados na Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

Ressalta-se que a situação perdura há mais de 15 anos, com prejuízos materiais e morais irreparáveis, tendo a peticionária solicitado, inclusive, que os perpetradores sejam compelidos a adquirir seu imóvel pelo valor de R$ 300.000,00, como forma de permitir sua saída do ambiente de risco e restabelecimento de sua dignidade.

Resumo lógico: Os fatos narrados evidenciam um quadro de grave e continuada violação de direitos humanos, com omissão do Estado brasileiro em adotar medidas eficazes de prevenção, investigação e reparação, legitimando o acionamento do sistema interamericano de proteção.

4. DO DIREITO

4.1. DA COMPETÊNCIA DA CIDH E DO ESGOTAMENTO DOS RECURSOS INTERNOS

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, promulgada pelo Decreto 678/1992, prevê em seu art. 44 que qualquer pessoa pode apresentar petição à CIDH denunciando violações de direitos humanos praticadas por Estado-parte. A peticionária esgotou, na medida do possível, os recursos internos disponíveis, conforme tentativas reiteradas de buscar proteção e justiça junto às autoridades brasileiras, sem resposta efetiva, o que autoriza o conhecimento da presente petição (Convenção Americana, art. 46, II).

4.2. DA VIOLAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS

O caso em tela configura afronta aos seguintes direitos consagrados na Convenção Americana sobre Direitos Humanos:

  • Direito à vida (art. 4º): Ameaças de morte e exposição a risco concreto de morte por parte de organização criminosa.
  • Direito à integridade pessoal (art. 5º): Torturas físicas e psicológicas, agressões e humilhações reiteradas.
  • Direito à proteção judicial (art. 25): Falta de resposta efetiva do Estado brasileiro às denúncias e pedidos de proteção.
  • Direito a garantias judiciais (art. 8º): Instauração de processos fraudulentos e ausência de devido processo legal.
  • Direito à honra e dignidade (art. 11): Calúnias, humilhações públicas e restrição de convívio social.
  • Obrigação de respeitar os direitos (art. 1º): Omissão estatal em prevenir, investigar e punir os responsáveis.
Ademais, a Constituição Federal de 1988 consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento da República (CF/88, art. 1º, III), bem como o direito à vida, à integridade física e psíquica, à segurança e à propriedade (CF/88, arts. 5º, caput, III, V, X, XI).

O Código de Processo Civil Brasileiro (CPC/2015, art. 319) exige que toda petição inicial contenha a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o que se encontra devidamente atendido nesta peça.

Princípios jurídicos relevantes: Dignidade da pessoa humana, legalid"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de petição dirigida à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), por meio da qual a Sra. A. G. M. denuncia graves violações de direitos humanos supostamente perpetradas por organização criminosa, com alegada omissão do Estado brasileiro em adotar medidas de proteção, investigação e reparação, em contexto de persistente ameaça à integridade física, psíquica, patrimônio e dignidade da peticionária, desde o ano de 2002, no município de Diadema/SP.

I. Admissibilidade

Inicialmente, quanto à admissibilidade, verifica-se que a peticionária expôs de modo suficiente os fatos, indicou os fundamentos jurídicos do pedido e comprovou a tentativa de esgotamento dos recursos internos, em conformidade com os arts. 44 e 46, II, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Ressalte-se que a peticionária relata ter buscado por diversos meios a proteção do Estado brasileiro, sem obter resposta efetiva, situação que legitima o encaminhamento à jurisdição internacional.

Com efeito, a jurisprudência pátria, a exemplo do STJ no Incidente de Deslocamento de Competência n. Acórdão/STJ, consolida o entendimento de que, comprovada grave violação de direitos humanos e ineficácia dos órgãos estatais, pode haver responsabilização internacional do Brasil. Assim, conheço do presente recurso, pois presentes os pressupostos de admissibilidade.

II. Dos Fatos e da Fundamentação Jurídica

O caso em análise descreve um quadro de reiteradas ameaças, agressões físicas e psicológicas, perseguição, calúnia, fraudes patrimoniais e exclusão social, imputadas a organização criminosa que, segundo consta, assumiu o controle do condomínio de residência da peticionária. Tais condutas, se comprovadas, implicam violação aos direitos à vida (art. 4º), à integridade pessoal (art. 5º), à proteção judicial (art. 25), às garantias judiciais (art. 8º), à honra e dignidade (art. 11) e à obrigação de respeitar os direitos (art. 1º), todos da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

Ademais, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 1º, III, consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento da República, e, em seu art. 5º, assegura a todos o direito à vida, à integridade física e psíquica, à honra, à segurança e à propriedade. O Estado brasileiro, como signatário dos tratados internacionais de direitos humanos, tem o dever de prevenir, investigar, punir e reparar violações dessa natureza.

Destaco, também, que a inércia estatal configura afronta ao princípio do acesso à justiça e à proteção judicial efetiva, princípios estes albergados tanto na ordem internacional quanto constitucional (CF/88, art. 5º, XXXV).

Os elementos de prova anexados e a narrativa dos fatos indicam, em análise sumária, que a peticionária sofreu danos materiais e morais decorrentes da conduta omissiva do Estado e da atuação de organização criminosa, restando evidenciada a plausibilidade do direito invocado.

III. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência pátria, conforme destacado nos autos, reconhece a responsabilidade internacional do Brasil em situações de graves violações de direitos humanos e omissão estatal na garantia da proteção de vítimas (STJ, IDC Acórdão/STJ; TJSP, HC 2346535-40.2024; TJRJ, HC 0107050-46.2024).

IV. Da Fundamentação Constitucional

O presente voto observa o disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais, sob pena de nulidade, bem como a necessidade de motivação clara e suficiente, permitindo o efetivo controle jurisdicional.

V. Do Pedido

Diante do exposto, julgo procedente o pedido, reconhecendo a responsabilidade internacional do Estado brasileiro pelas violações descritas, recomendando-se:

  • O processamento da petição e notificação do Estado brasileiro para apresentação de defesa;
  • Adoção de medidas cautelares para proteção imediata da integridade física e psíquica da peticionária, inclusive afastamento dos perpetradores e garantia de segurança;
  • Recomendação ao Estado brasileiro para apuração rigorosa dos fatos e responsabilização dos autores;
  • Garantia de reparação integral dos danos materiais (inclusive o valor de R$ 300.000,00 referente ao imóvel) e morais sofridos pela peticionária;
  • Autorização para que a peticionária seja ouvida em audiência, inclusive por videoconferência, caso necessário;
  • Monitoramento do caso até a efetiva implementação das recomendações.

Valor da causa: R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), sem prejuízo da apuração e liquidação dos danos morais.

VI. Dispositivo

Ante o exposto, conheço do recurso e julgo procedente o pedido, nos termos acima expostos, nos moldes do art. 93, IX, da Constituição Federal, fundamentando a presente decisão nos princípios da dignidade da pessoa humana, proteção judicial efetiva e responsabilidade internacional do Estado por omissão em casos de graves violações de direitos humanos.

Intime-se. Publique-se. Cumpra-se.

Diadema/SP, ____ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Magistrado


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