Modelo de Pedido de Tutela Provisória de Urgência para Cômputo de Pena com Monitoramento Eletrônico em Execução Penal

Publicado em: 08/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Petição inicial requerendo tutela provisória de urgência no âmbito de execução penal, visando o reconhecimento e cômputo do período de cumprimento de pena sob monitoramento eletrônico (tornozeleira) para fins de detração, progressão de regime e benefícios legais. O pedido fundamenta-se na omissão administrativa do sistema SEEU, violação de princípios constitucionais e jurisprudência favorável, com destaque para a dignidade da pessoa humana e individualização da pena.
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PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA (LIMINAR) EM EXECUÇÃO PENAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Execuções Penais da Comarca de [inserir comarca], Estado do [inserir estado]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, pedreiro, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], atualmente em cumprimento de pena sob regime aberto com monitoramento eletrônico, por meio do processo de execução penal nº [número do processo], vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na Rua [endereço do escritório], endereço eletrônico: [e-mail do advogado], com fundamento no CPC/2015, art. 300, LEP, art. 66, inciso VI, alínea “b”, e demais disposições legais aplicáveis, requerer a presente:

TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA (LIMINAR)

nos autos da execução penal em epígrafe, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Requerente cumpre pena privativa de liberdade em regime aberto, sob a modalidade de prisão albergue domiciliar, com imposição de monitoramento eletrônico por tornozeleira, conforme decisão judicial proferida em [data da decisão].

Ocorre que, embora o apenado tenha cumprido fielmente as condições impostas, o tempo em que esteve submetido ao monitoramento eletrônico não foi computado no cálculo de detração da pena, sob a justificativa de que a Central de Monitoramento não enviou os dados ao sistema SEEU (Sistema Eletrônico de Execução Unificado), o que impediu a devida atualização da execução penal.

Tal omissão administrativa, alheia à vontade do apenado, está gerando grave prejuízo à sua situação jurídica, pois o tempo efetivamente cumprido sob fiscalização estatal está sendo desconsiderado, violando os princípios da legalidade, individualização da pena e dignidade da pessoa humana.

4. DO DIREITO

A presente tutela provisória de urgência encontra amparo no CPC/2015, art. 300, que autoriza a concessão de medida liminar quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No caso em tela, a probabilidade do direito está consubstanciada no fato de que o Requerente efetivamente cumpriu parte da pena sob monitoramento eletrônico, o que configura forma de restrição de liberdade e, portanto, deve ser considerado para fins de detração, nos termos do CP, art. 42 e da LEP, art. 66, VI, “b”.

A jurisprudência pátria tem reconhecido que o tempo de cumprimento de pena em prisão albergue domiciliar com monitoramento eletrônico deve ser computado para fins de detração, desde que haja efetiva fiscalização estatal, como no caso presente.

O perigo de dano é evidente, pois a omissão administrativa da Central de Monitoramento, ao não alimentar o sistema SEEU com os dados de controle, impede o correto cálculo da pena e a concessão de benefícios legais, como progressão de regime ou livramento condicional.

Ressalte-se que o apenado não pode ser penalizado por falha do Estado, sob pena de afronta ao princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da individualização da pena (CF/88, art. 5º, XLVI).

A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de pedido de tutela provisória de urgência ajuizado por A. J. dos S., nos autos da execução penal nº [número do processo], objetivando o cômputo do tempo em que esteve submetido à prisão albergue domiciliar com monitoramento eletrônico, para fins de detração da pena.

I - Do Conhecimento

O pedido foi formulado por advogado habilitado, com poderes para atuar nos autos da execução penal, estando presentes os pressupostos de admissibilidade. Assim, conheço do pedido.

II - Da Fundamentação

Conforme relatado, o apenado encontra-se em cumprimento de pena em regime aberto, com imposição de monitoramento eletrônico (tornozeleira eletrônica), conforme decisão judicial anterior. Alegou-se que, apesar do efetivo cumprimento da pena nesta modalidade, o tempo respectivo não foi computado no cálculo da detração penal, em razão da ausência de alimentação de dados pela Central de Monitoramento no sistema SEEU.

Inicialmente, destaco que o artigo 42 do Código Penal determina que: "computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospital ou manicômio." Por sua vez, a alínea “b” do inciso VI do artigo 66 da Lei de Execução Penal confere ao juiz da execução competência para decidir sobre a detração penal.

O monitoramento eletrônico, quando imposto judicialmente como forma de fiscalização estatal, restringe a liberdade do apenado de forma concreta, submetendo-o a controle contínuo e permanente, o que, à luz dos princípios da legalidade (art. 5º, II da CF/88), da individualização da pena (art. 5º, XLVI da CF/88) e da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da CF/88), deve ser reconhecido como cumprimento de pena.

A omissão da Administração Pública em atualizar os sistemas eletrônicos não pode ser suportada pelo apenado, que cumpriu fielmente as condições impostas, conforme relatórios de monitoramento e documentos constantes nos autos.

A jurisprudência tem se firmado nesse sentido, conforme demonstram os precedentes do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, os quais reconhecem o direito ao cômputo do tempo em monitoramento eletrônico como período válido de execução penal, para fins de progressão de regime e demais benefícios.

Estando presentes os requisitos do art. 300 do CPC/2015, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano, entendo que o pedido deve ser deferido.

III - Da Decisão

Ante o exposto, com base no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação das decisões judiciais, e em consonância com o artigo 66, VI, “b” da Lei de Execuções Penais e artigo 42 do Código Penal, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA formulado por A. J. dos S., para:

  1. Determinar o cômputo do período em que o apenado esteve sob monitoramento eletrônico, no cálculo de detração da pena, com a devida retificação do atestado de pena;
  2. Oficiar à Central de Monitoramento Eletrônico para que, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, encaminhe a esta Vara os relatórios de fiscalização referentes ao período mencionado;
  3. Intimar o Ministério Público para manifestação, nos termos da legislação vigente.

Concedo, ainda, os benefícios da justiça gratuita, considerando a hipossuficiência alegada e não contestada.

Publique-se. Intime-se. Cumpra-se.

[Comarca], [Data].

___________________________________________
Juiz de Direito
Vara de Execuções Penais da Comarca de [inserir comarca]


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