Modelo de Pedido de Revogação de Medidas Protetivas por Ausência de Risco e Abuso de Curatela em Ação de Violência Doméstica
Publicado em: 14/04/2025 Civel Familia Direito Penal Processo PenalPEDIDO DE REVOGAÇÃO DE MEDIDAS PROTETIVAS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de [COMARCA] – [UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
RÉU: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar administrativo, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].
REQUERIDA: M. J. dos S., brasileira, interditada, representada por seu curador legal, C. E. da S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].
3. DOS FATOS
O Requerente, A. J. dos S., é irmão da curatelada M. J. dos S., atualmente representada por seu curador legal, C. E. da S. Ocorre que, por motivos pessoais e notório sentimento de animosidade nutrido pelo curador contra o Requerente, este último foi surpreendido com a imposição de medidas protetivas de urgência, requeridas em nome da curatelada, que culminaram em seu afastamento do lar comum, deixando-o em situação de completa vulnerabilidade e sem moradia.
Importante destacar que tais medidas foram requeridas de forma temerária e com manifesta má-fé, uma vez que não há qualquer histórico de violência doméstica, ameaça ou conduta que justificasse a adoção de medidas tão gravosas. O curador, valendo-se de sua posição legal, instrumentalizou a curatelada para atingir interesses pessoais, com o único objetivo de prejudicar o Requerente, conforme já havia prometido em diversas ocasiões.
Ressalte-se que o Requerente e a curatelada sempre mantiveram relação cordial e de cuidado mútuo, sendo o afastamento do lar medida desproporcional e desnecessária, que viola frontalmente os princípios da dignidade da pessoa humana e da legalidade.
4. DO DIREITO
Nos termos do CPP, art. 12, a autoridade policial deverá, ao tomar conhecimento da ocorrência de violência doméstica e familiar, adotar as providências cabíveis, inclusive o encaminhamento da vítima ao juízo competente para requerimento de medidas protetivas de urgência, conforme previsto na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), art. 22.
Contudo, a imposição de medidas protetivas exige a demonstração de risco atual ou iminente à integridade física ou psicológica da vítima, o que não se verifica no presente caso. A jurisprudência é pacífica ao afirmar que a manutenção de tais medidas deve estar amparada em elementos concretos e não pode servir como instrumento de perseguição pessoal ou vingança.
Conforme entendimento consolidado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, a ausência de elementos que evidenciem a periculosidade do agente ou a existência de ameaça concreta à vítima impõe a revogação das medidas protetivas, sob pena de violação aos direitos fundamentais do acusado, como o direito à moradia e à liberdade de locomoção, garantidos pela CF/88, art. 5º, incisos XI e XV.
Ademais, o uso indevido da curatela para fins de litigância de má-fé, com o intuito de afastar o Requerente do convívio familiar e de seu lar, configura abuso de direito, vedado pelo ordenamento jurídico conforme o CCB/2002, art. 187.
O Requerente, portanto, vem requerer a revogação das medidas protetivas impostas, por ausência de justa causa, proporcionalidade e razoabilidade, bem como por evidente desvio de finalidade por parte do curador.
...