Modelo de Pedido de Declaração de Nulidade de Flagrante e Exclusão de Provas Obtidas por Invasão Domiciliar Ilícita

Publicado em: 19/04/2024 Direito Penal
Petição apresentada à Vara Criminal requerendo a declaração de nulidade da prisão em flagrante de A. J. dos S., bem como a exclusão de provas obtidas ilegalmente por invasão domiciliar sem autorização judicial ou do proprietário. A peça fundamenta-se no art. 5º, XI, da Constituição Federal, no art. 157 do CPP, e cita jurisprudências do STF, STJ e TJSP, ressaltando a violação ao princípio da presunção de inocência e a contaminação das provas pela teoria dos frutos da árvore envenenada. Inclui pedidos de soltura do acusado e apuração de abuso de autoridade por parte da Polícia Federal.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___

Processo nº: __________

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, portador do RG nº ___ e inscrito no CPF sob o nº ___, por meio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, XI, da CF/88 e no art. 157 do CPP, requerer a NULIDADE DO FLAGRANTE, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A Polícia Federal, após dias de investigação, realizou uma operação na residência vizinha à do acusado, onde foi encontrada certa quantidade de maconha. Durante a operação, os agentes ingressaram no imóvel sem autorização judicial ou do proprietário, em flagrante violação ao art. 5º, XI, da CF/88.

O acusado, A. J. dos S., não estava presente no local no momento da operação. Ainda assim, foi preso em flagrante sob a alegação de que já praticava atos relacionados ao tráfico de drogas. Não há, contudo, qualquer prova concreta que vincule o acusado ao material ilícito encontrado, sendo a prisão baseada apenas em presunções infundadas.

DO DIREITO

A Constituição Federal, em seu art. 5º, XI, estabelece que "a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial". No caso em tela, a entrada dos agentes no imóvel ocorreu sem autorização judicial ou do proprietário, e não havia situação de flagrante delito ou qualquer outra justificativa legal.

Ademais, o art. 157 do CPP dispõe que "são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais". A entrada ilegal no imóvel contamina todas as provas subsequentes, conforme a teoria dos frutos "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de pedido formulado pelo acusado A. J. dos S., em que se pleiteia a nulidade da prisão em flagrante e das provas obtidas em decorrência da invasão ilegal de domicílio, com fundamento no art. 5º, XI, da Constituição Federal, e no art. 157 do Código de Processo Penal.

Dos Fatos e Fundamentos

Consta dos autos que a Polícia Federal, durante operação sem autorização judicial, ingressou no imóvel vizinho ao do acusado, onde foi encontrada certa quantidade de maconha. O acusado, ausente no momento da operação, foi preso sob alegação de prática de atos relacionados ao tráfico de drogas, sem que houvesse prova concreta que o vinculasse ao material ilícito encontrado.

A Constituição Federal, em seu art. 5º, XI, estabelece que "a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial". No caso em questão, verifica-se que a entrada dos agentes se deu sem autorização judicial ou consentimento do proprietário, inexistindo flagrante delito ou qualquer outra justificativa legal.

Ademais, o art. 157 do Código de Processo Penal determina que "são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais". Sendo a entrada ilegal no imóvel configurada, todas as provas subsequentes a ela devem ser consideradas ilícitas, à luz da teoria dos frutos da árvore envenenada.

Por fim, a prisão em flagrante do acusado, baseada em presunções e sem vínculo concreto com os fatos, viola o princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF/88). Não há elementos que demonstrem o "fumus comissi delicti" e o "periculum libertatis", indispensáveis para justificar a manutenção da prisão preventiva, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria é uníssona em reconhecer a nulidade de provas obtidas mediante invasão domiciliar indevida. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 603.616 (Tema 280), firmou o entendimento de que "o ingresso forçado em domicílio sem mandado judicial é ilícito, salvo em caso de flagrante delito ou fundadas razões devidamente justificadas a posteriori".

No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça, no HC Acórdão/STJ, decidiu que "a entrada em domicílio sem mandado judicial, sem autorização válida e sem demonstração de justa causa, torna ilícitas as provas obtidas, nos termos do art. 157, §1º, do CPP".

Conclusão e Voto

Diante do exposto, com fundamento nos princípios constitucionais da inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI), da presunção de inocência (art. 5º, LVII) e da inadmissibilidade de provas ilícitas (art. 5º, LVI), bem como nas disposições do art. 157 do Código de Processo Penal, voto no sentido de:

  1. Declarar a nulidade da prisão em flagrante do acusado, A. J. dos S., ante a ausência dos requisitos legais;
  2. Determinar a exclusão de todas as provas obtidas em decorrência da invasão domiciliar, por serem ilícitas;
  3. Determinar a imediata expedição de alvará de soltura em favor do acusado;
  4. Encaminhar os autos ao Ministério Público e à Corregedoria da Polícia Federal, para apuração de eventual abuso de autoridade por parte dos agentes envolvidos.

É como voto.

Local e data.

____________________________
Magistrado(a)


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