Modelo de Manifestação à Impugnação aos Embargos à Execução: Inexigibilidade do Título e Proteção à Pessoa Idosa em Situação de Vulnerabilidade

Publicado em: 25/02/2025 CivelProcesso CivilConsumidor Advogado
Petição apresentada na 26ª Vara Cível de Aratu, no Processo nº 5469875664, na qual AHJUT, por meio de seu advogado, fundamentado no CPC/2015, art. 319, apresenta manifestação à impugnação aos embargos à execução. A peça aborda a inexistência de comprovação da entrega de equipamentos contratados, a violação do princípio da boa-fé objetiva e a utilização de provas ilícitas. Ressalta ainda a proteção legal conferida ao embargante, pessoa idosa e tetraplégica, pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003). São requeridas a desconsideração de provas ilícitas, a declaração de inexigibilidade do título executivo e a extinção da execução, além de sanções por má-fé e prioridade na tramitação do processo.

26ª VARA CÍVEL DE ARATU

PROCESSO Nº 5469875664

PREÂMBULO

AHJUT, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado, com fundamento no CPC/2015, art. 319, apresentar sua MANIFESTAÇÃO À IMPUGNAÇÃO AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O embargante celebrou contrato de compra e venda de equipamentos de panificação com o embargado, no valor total de R$ 35.000,00, sendo R$ 5.000,00 pagos como entrada e o restante dividido em 30 parcelas de R$ 1.000,00. Contudo, o embargante alega que os equipamentos não foram entregues, não havendo comprovação de entrega, notas fiscais ou descrição dos itens.

O embargado, em sua impugnação, sustenta que os equipamentos foram entregues no endereço do embargante, apresentando como prova declarações de terceiros e conversas transcritas de aplicativo de mensagens. Além disso, o embargado alega que o embargante não se desincumbiu de seu ônus probatório, requerendo a improcedência dos embargos.

Todavia, o embargante refuta tais alegações, afirmando que o embargado não apresentou documentos hábeis que comprovem a entrega dos equipamentos, como notas fiscais ou relação detalhada dos itens. Ademais, o embargante, pessoa idosa e tetraplégica, foi induzido a assinar contrato e notas promissórias, sem que houvesse a efetiva entrega dos bens.

DO DIREITO

Nos termos do CPC/2015, art. 784, III, o título executivo extrajudicial deve ser dotado de certeza, liquidez e exigibilidade. No caso em análise, tais requisitos não foram preenchidos, uma vez que não há comprovação da entrega dos equipamentos objeto do contrato.

O embargado não apresentou documentos essenciais, como notas fiscais ou relação detalhada dos equipamentos entregues, violando o princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422. Além disso, a utilização de declarações de terceiros alheios ao processo e gravações obtidas de forma ilícita afronta os princípios do contraditório e da ampla defesa, garantidos pela CF/88, art. 5º, LV.

Ademais, o embargante, pessoa idosa e tetraplégica, encontra-se em situação de vulnerabilidade, sendo protegido pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que prevê a prioridade na tramitação de processos e a prote�"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de embargos à execução opostos por AHJUT, alegando ausência de comprovação da entrega dos equipamentos contratados, que consistiam em bens de panificação. O embargado, por sua vez, sustenta que os equipamentos foram entregues, apresentando como prova declarações de terceiros e conversas transcritas de aplicativo de mensagens. Cabe, agora, decidir a controvérsia com base nos fatos, no direito aplicado e na hermenêutica jurídica.

Voto

Em análise aos autos, verifica-se que o embargante celebrou contrato de compra e venda de equipamentos no valor de R$ 35.000,00, divididos em entrada e parcelas subsequentes. No entanto, o embargado não apresentou provas robustas quanto à entrega dos bens, limitando-se a juntar declarações de terceiros e transcrições de conversas, as quais não suprem os requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade do título executivo extrajudicial, conforme previsto no art. 784, III, do CPC/2015.

Ademais, conforme alegado pelo embargante, pessoa idosa e tetraplégica, não houve a efetiva entrega dos bens contratados, e sequer foram juntadas notas fiscais ou descrições detalhadas dos itens. Tal omissão viola o princípio da boa-fé objetiva, previsto no art. 422 do CCB/2002, e compromete a validade do título.

Deve-se destacar que o embargado não se desincumbiu de seu ônus probatório, conforme estabelece o art. 373, II, do CPC/2015, sendo insuficiente o conjunto probatório apresentado. Ademais, as gravações juntadas violam os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988.

Análise Constitucional e Legal

A Constituição Federal, em seu art. 93, IX, determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Nesse sentido, a análise da presente controvérsia deve observar tanto os fatos quanto as normas legais aplicáveis, bem como os princípios constitucionais.

O caso em tela também deve ser analisado à luz do Estatuto do Idoso ( Lei 10.741/2003), considerando a especial proteção de pessoas idosas em situação de vulnerabilidade. É evidente que a ausência de comprovação válida da entrega dos bens configura abuso contra o embargante, que deve receber proteção judicial.

Jurisprudências Aplicáveis

A jurisprudência reforça a necessidade de que o título executivo seja dotado de certeza, liquidez e exigibilidade. Cito os seguintes precedentes:

  • STJ: AgInt no AREsp. Acórdão/STJ - Relator Ministro Antonio Carlos Ferreira:
    «Título executivo extrajudicial que preenche os requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade não deve ser declarado nulo.»
  • TJSP (15ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP:
    «A ausência de título executivo não se configura, sendo válida a renegociação do contrato original, com plena possibilidade de defesa.»
  • TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP:
    «Consideração dos princípios da ampla defesa e do aproveitamento dos atos processuais.»

Conclusão

Diante do exposto, voto pela procedência dos embargos à execução, declarando a inexigibilidade do título executivo extrajudicial, nos termos do art. 485, VI, do CPC/2015. Determino ainda:

  1. Que sejam desentranhados os documentos e gravações obtidas de forma ilícita;
  2. Que seja reconhecida a má-fé do embargado, com aplicação das sanções do art. 80 do CPC/2015;
  3. Que seja concedida prioridade na tramitação do processo, conforme o Estatuto do Idoso;
  4. Que o embargado seja condenado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, conforme o art. 85 do CPC/2015.

Assim, julgo extinta a execução, nos termos do art. 485, VI, do CPC/2015.

Termos Finais

É como voto.

Aratu, ___ de ____________ de 2025.

_____________________________
Juiz de Direito


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