Modelo de Justificativa de Violações no Uso de Tornozeleira Eletrônica em Execução Penal com Base na LEP

Publicado em: 16/02/2025 Direito Penal Processo Penal
Petição apresentada na Vara de Execuções Penais de São Francisco do Sul - SC, nos autos nº 8000036-20.2022.8.24.0061, para justificar violações no uso de tornozeleira eletrônica por apenado em regime semiaberto domiciliar. O documento fundamenta-se no artigo 146-C, parágrafo único, da Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984), e argumenta ausência de dolo nas infrações, que foram causadas por falhas técnicas do equipamento ou condições alheias à vontade do apenado. São citadas jurisprudências do TJSP e STJ para reforçar a não aplicação de sanções, com pedidos de aceitação das justificativas e afastamento de penalidades.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE SÃO FRANCISCO DO SUL – SC

Autos nº 8000036-20.2022.8.24.0061

PREÂMBULO

J. V. D., já qualificado nos autos da execução penal em epígrafe, por meio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente JUSTIFICATIVA DE VIOLAÇÃO DO USO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA, com fundamento no artigo 146-C, parágrafo único, da Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984), pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

O apenado J. V. D. cumpre pena em regime semiaberto domiciliar com monitoramento eletrônico, utilizando tornozeleira eletrônica conforme determinação judicial.

Consta no relatório de monitoramento eletrônico as seguintes violações:

  • Violação nº 1: Ocorrida em 28/04/2024, devido ao término da bateria do equipamento. Tal situação decorreu de falha no carregador da tornozeleira, que não estava funcionando corretamente. O apenado, ao perceber o problema, entrou em contato com o setor de monitoramento, sendo orientado a buscar um novo carregador no presídio de São Francisco do Sul – SC, o que foi prontamente realizado no mesmo dia, às 16h, restabelecendo o funcionamento normal do equipamento.
  • Violação nº 2: Pequenas desconexões de minutos em diversas datas, conforme segue:
    • 08/11/2023, das 14h44 às 14h45;
    • 13/06/2024, das 13h34 às 14h00;
    • 19/06/2024, das 15h58 às 16h07;
    • 09/09/2024, das 16h51 às 16h57;
    • 29/11/2024, das 16h26 às 16h30;
    • 09/12/2024, das 14h28 às 14h30 e das 17h24 às 17h26;
    • 14/01/2025, das 18h00 às 18h01;
    • 16/01/2025, das 17h24 às 17h26;
    • 04/02/2025, das 12h40 às 12h44.

Essas desconexões ocorreram durante deslocamentos do apenado para a cidade de Joinville, onde reside sua mãe e onde ele presta serviços para um advogado. O trajeto até Joinville passa pela comarca de Araquari, seja pela BR-101 via Itapocu ou pela BR-280, locais onde frequentemente ocorrem interferências no sinal do equipamento devido a falhas de cobertura de rede e trânsito lento.

DO DIREITO

O artigo 146-C, parágrafo �"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Introdução

Trata-se de análise dos autos nº 8000036-20.2022.8.24.0061, em que o apenado J. V. D. apresentou justificativa para violações do uso de tornozeleira eletrônica, com fundamento no artigo 146-C, parágrafo único, da Lei de Execução Penal ( Lei 7.210/1984). Passo à análise dos fatos, fundamentos legais e constitucionais aplicáveis ao caso, bem como à apreciação do pedido formulado.

Dos Fatos

O apenado cumpre pena em regime semiaberto domiciliar com monitoramento eletrônico. Consta no relatório de monitoramento eletrônico duas categorias de violações:

  • Violação nº 1: Ocorreu em 28/04/2024 devido à falha no carregador do equipamento, prontamente substituído pelo apenado no mesmo dia.
  • Violação nº 2: Pequenas desconexões em diversas datas, atribuídas a falhas de sinal durante deslocamentos autorizados para a cidade de Joinville, onde o apenado presta serviços e visita a mãe.

Os fatos narrados foram acompanhados de justificativas e evidências de que as violações ocorreram por fatores alheios à vontade do apenado.

Do Direito

O artigo 146-C, parágrafo único, da Lei de Execução Penal prevê que as violações das regras de monitoramento eletrônico podem acarretar sanções, desde que devidamente fundamentadas e proporcionais. Ainda, o artigo 50, VI, combinado com o artigo 39, V, da mesma lei, exige a comprovação de dolo para a configuração da falta grave.

No caso em tela, a primeira violação decorreu de falha técnica no carregador da tornozeleira, prontamente resolvida pelo apenado. As demais violações foram causadas por falhas de sinal, durante deslocamentos autorizados, devido à cobertura insuficiente da rede.

A ausência de dolo ou de intenção de burlar o monitoramento, assim como a plausibilidade das justificativas apresentadas, afastam a possibilidade de aplicação de sanções severas, como regressão de regime, em consonância com o princípio da proporcionalidade.

Fundamentos Constitucionais

Conforme disposto no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, toda decisão judicial deve ser fundamentada. Nesse sentido, a aplicação de sanções ao apenado exige a análise detida das circunstâncias e das justificativas apresentadas, de forma a garantir o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório (artigo 5º, LIV e LV, da CF).

Além disso, o princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF) reforça a necessidade de decisões proporcionais e razoáveis, especialmente em situações de cumprimento de pena.

Jurisprudências Aplicáveis

A jurisprudência reforça o entendimento de que a ausência de dolo e a plausibilidade das justificativas afastam a caracterização de falta grave:

  • No julgamento do Agravo de Execução Penal nº Acórdão/TJSP, o TJSP decidiu que a ausência de dolo e de intenção de burlar o monitoramento eletrônico afastam a configuração de falta grave.
  • O STJ, no AgRg no Habeas Corpus nº 893.030, reafirmou que sanções severas são desproporcionais quando as violações são acidentais ou alheias à vontade do apenado.

Conclusão do Voto

Ante o exposto, considerando os fundamentos legais e constitucionais aplicáveis, bem como as justificativas apresentadas pelo apenado, voto por:

  • Conhecer o pedido formulado pelo apenado;
  • Julgar procedente a justificativa apresentada para as violações do uso de tornozeleira eletrônica;
  • Determinar que não sejam aplicadas sanções ao apenado, considerando a ausência de dolo e a plausibilidade das justificativas;
  • Ressalvar o direito ao contraditório e à ampla defesa caso novos elementos surjam no curso do processo.

É como voto.

Termos Finais

São Francisco do Sul – SC, data.

Juiz(a)


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