Modelo de Defesa Criminal com Fundamentação em Legítima Defesa Putativa em Caso de Homicídio

Publicado em: 07/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de petição de defesa criminal apresentada por A. J. dos S., acusado de homicídio, com base na tese jurídica de legítima defesa putativa, conforme previsto no art. 25 do Código Penal. O documento expõe a narrativa dos fatos, fundamentação legal, jurisprudências aplicáveis e requerimentos, incluindo a absolvição do réu, desclassificação do crime e a realização de provas e audiência de instrução e julgamento.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___

Processo nº: ___

Nome do Requerente: A. J. dos S.

Nome do Requerido: Ministério Público

PREÂMBULO

A. J. dos S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA, com fulcro no art. 25 do Código Penal (CP) e demais dispositivos legais aplicáveis, em razão da imputação de crime de homicídio, sob a alegação de legítima defesa putativa.

DOS FATOS

O Requerente foi acusado de praticar homicídio contra a vítima, em circunstâncias que, segundo a denúncia, configurariam dolo. Contudo, a narrativa dos fatos demonstra que o Requerente agiu em legítima defesa putativa, acreditando estar sob iminente perigo de agressão injusta.

No momento dos fatos, o Requerente, ao interpretar erroneamente a conduta da vítima como uma ameaça à sua integridade física, reagiu de forma a repelir o que acreditava ser uma agressão iminente. A situação, portanto, caracteriza erro sobre a existência de uma situação de legítima defesa, conforme previsto no CP, art. 25.

DO DIREITO

A legítima defesa putativa é uma excludente de ilicitude prevista no CP, art. 25, que ocorre quando o agente, por erro de percepção, acredita estar sob ameaça de agressão injusta, atual ou iminente, e age para repelir tal agressão. Nesse caso, o erro deve ser analisado à luz do princípio da proporcionalidade e da razoabilidade.

O Código Penal, em seu art. 23, II, dispõe que não há crime quando o agente pratica o fato em legítima defesa. No caso da legítima defesa putativa, embora o perigo não seja real, o erro sobre a situação de fato exclui a culpabilidade do agente, conforme entendimento consolidado pela doutrina e jurisprudência.

Ademais, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, XXXVIII, assegura a soberania dos veredictos do Tribunal do Júri, mas tal soberania não pode prevalecer sobre o direito à ampla defesa e ao contraditório, princípios basilares do devido processo legal.

JURISPRUDÊNCIAS

1. STJ, AgRg no AREsp. 2.481.805/SE/STJ

Relator: Ministro Reynaldo Soare"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise dos autos do processo nº ___, em que figura como Requerente o Sr. A. J. dos S. e como Requerido o Ministério Público, para julgamento quanto à tese de legítima defesa putativa, arguida pela defesa do Requerente, nos termos do Código Penal, art. 25.

Dos Fatos e da Questão Jurídica

O Requerente alega ter agido em legítima defesa putativa ao interpretar erroneamente a conduta da vítima como uma ameaça iminente à sua integridade física. O fato em questão encontra-se subsumido ao art. 25 do Código Penal, sendo necessária a análise da excludente de ilicitude face às provas coligidas.

A narrativa dos autos demonstra que o Requerente, em erro de percepção, acreditou estar sob perigo de agressão injusta e, para repelir tal ameaça, agiu imediatamente. No entanto, a controvérsia gira em torno da razoabilidade e proporcionalidade de tal reação.

Da Fundamentação Jurídica

O Código Penal, em seu art. 23, II, combinado com o art. 25, prevê que não há crime quando o agente age em legítima defesa. A legítima defesa putativa, por sua vez, exclui a culpabilidade quando o agente, por erro, acredita estar diante de uma situação de agressão injusta.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, XXXVIII, assegura a soberania dos veredictos do Tribunal do Júri, mas essa soberania deve ceder quando confrontada com o devido processo legal e os princípios do contraditório e da ampla defesa. Nesse sentido, o magistrado deve valorar as provas produzidas, observando os limites constitucionais.

Ademais, é imprescindível analisar se a conduta do Requerente atendeu aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, como reiterado pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais de Justiça Estaduais.

Precedentes Relevantes

1. STJ, AgRg no AREsp. Acórdão/STJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 2024: "A legítima defesa deve observar os requisitos de proporcionalidade e necessidade."

2. TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Maria Angélica G. Guerra Guedes, 2024: "O reconhecimento da legítima defesa pressupõe moderação e proporcionalidade."

3. TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Gilmar Augusto Teixeira, 2024: "A legítima defesa putativa exige prova da situação fática que justifique o erro de percepção."

Conclusão e Dispositivo

Após análise dos autos, entendo que a conduta do Requerente foi amparada pelos requisitos da legítima defesa putativa, nos termos do Código Penal, art. 25. As provas colacionadas demonstram que o erro de percepção foi plausível e que a reação do Requerente, embora equivocada, não configura comportamento doloso.

Diante disso, voto pelo acolhimento do pedido, com a consequente absolvição do Requerente nos termos do art. 25 do Código Penal. Determino, ainda, o arquivamento dos autos e o levantamento de eventuais medidas cautelares que recaiam sobre o Requerente.

É como voto.

Local e Data

Assinatura do Magistrado


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