Modelo de Ação Revisional de Alimentos proposta por A. J. dos S. visando redução da pensão alimentícia devido à alteração substancial da sua situação financeira, com base no art. 1.699 do Código Civil

Publicado em: 03/06/2025 Processo Civil Familia
Modelo de petição inicial de ação revisional de alimentos ajuizada por alimentante que teve sua renda reduzida após desligamento do emprego formal, requerendo a adequação do valor da pensão alimentícia às suas atuais possibilidades financeiras, conforme o artigo 1.699 do Código Civil, respeitando o princípio do melhor interesse da criança e o binômio necessidade/possibilidade. Contém fundamentação jurídica, jurisprudências, pedidos, produção de provas e requerimentos processuais.
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AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Família da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, autônomo, portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS em face de M. F. de S. L., brasileira, solteira, [profissão], portadora do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliada à [endereço completo], representando suas filhas menores C. A. de S. L. e L. B. de S. L., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O requerente, A. J. dos S., foi condenado ao pagamento de pensão alimentícia em favor de suas filhas menores, C. A. de S. L. e L. B. de S. L., no percentual de 34% do salário mínimo vigente, conforme acordo homologado judicialmente.

Ocorre que, após a fixação do encargo alimentar, sobreveio alteração significativa na situação profissional do alimentante. O requerente foi desligado de seu emprego formal e, atualmente, exerce atividade autônoma, auferindo, em média, R$ 60,00 (sessenta reais) por dia, valor consideravelmente inferior ao percebido anteriormente.

Em razão dessa mudança, o requerente passou a enfrentar dificuldades para adimplir integralmente a obrigação alimentar, tendo efetuado, no último mês, o pagamento de apenas R$ 400,00 (quatrocentos reais), valor este correspondente à sua real possibilidade financeira atual.

Ressalte-se que a empresa na qual trabalhava não comprovou o pagamento dos valores alimentares em atraso, agravando a situação financeira do requerente. Diante desse novo contexto, busca-se a revisão do valor da pensão, adequando-o à atual realidade econômica do alimentante, sem prejuízo do sustento digno das alimentandas.

Resumo: O alimentante saiu do emprego formal, tornou-se autônomo, percebe renda inferior e não consegue cumprir a obrigação alimentar nos moldes anteriormente fixados, sendo imprescindível a readequação do valor da pensão à sua nova condição financeira.

4. DO DIREITO

4.1. Da Possibilidade de Revisão dos Alimentos

O direito à revisão da obrigação alimentar encontra amparo no CCB/2002, art. 1.699, que dispõe: “Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.”

O binômio necessidade/possibilidade rege a fixação e revisão dos alimentos, conforme CCB/2002, art. 1.694, §1º, devendo o valor ser proporcional às necessidades do alimentando e às possibilidades do alimentante. A alteração substancial da situação financeira do alimentante, como no caso em tela, autoriza a revisão do quantum alimentar.

4.2. Da Presunção das Necessidades dos Menores e do Ônus da Prova

As necessidades dos filhos menores são presumidas, abrangendo despesas essenciais como alimentação, saúde, educação e vestuário, conforme entendimento consolidado na jurisprudência e no CF/88, art. 229. Contudo, cabe ao alimentante comprovar a superveniente impossibilidade de arcar com o encargo fixado (CPC/2015, art. 373, II).

4.3. Da Teoria da Aparência e da Proporcionalidade

A Teoria da Aparência permite ao julgador considerar sinais exteriores de riqueza para estimar a real capacidade financeira do alimentante, especialmente em situações de informalidade ou ausência de documentos formais. Entretanto, a ausência de vínculo empregatício e a redução comprovada da renda justificam a readequação do encargo, desde que não comprometa a subsistência das alimentandas.

4.4. Dos Princípios Constitucionais e do Melhor Interesse da Criança

O dever de sustento dos filhos é imposto constitucionalmente (CF/88, art. 229), devendo ser observado o princípio do melhor interesse da criança. Todavia, a obrigação alimentar não pode ser fixada em patamar que inviabilize a subsistência do alimentante, sob pena de violação ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

Resumo: A legislação e os princípios constitucionais autorizam a revisão dos alimentos diante de alteração substancial da situação financeira do alimentante, desde que preservado o melhor interesse dos meno"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I – Relatório

Trata-se de Ação Revisional de Alimentos proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., representando suas filhas menores, C. A. de S. L. e L. B. de S. L., na qual o requerente pleiteia a redução do valor da pensão alimentícia fixada em 34% do salário mínimo para montante compatível com sua nova condição financeira, sugerindo o valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) mensais.

Alega o requerente que, após a homologação do acordo que fixou os alimentos, perdeu o emprego formal e atualmente exerce atividade autônoma, percebendo renda inferior ao período anterior, fato que comprometeu sua capacidade de adimplir integralmente a obrigação alimentar.

As partes foram regularmente citadas, tendo sido oportunizado o contraditório e a ampla defesa, e instruído o feito com documentos comprobatórios da renda atual do alimentante.

II – Fundamentação

2.1. Da possibilidade de revisão dos alimentos

Nos termos do art. 1.699 do Código Civil, os alimentos podem ser revistos em caso de alteração na situação financeira de quem os supre ou de quem os recebe. O binômio necessidade/possibilidade orienta a fixação e a revisão dos alimentos, impondo ao magistrado a análise das necessidades do alimentando e das reais possibilidades do alimentante (art. 1.694, §1º, CC).

No caso dos autos, restou comprovada a alteração substancial da situação financeira do alimentante, que deixou de ser empregado formalmente e passou a exercer atividade autônoma, com renda mensal média inferior à anteriormente percebida.

2.2. Da proteção aos interesses das menores

Ressalto que a presunção de necessidade dos menores é absoluta (CF/88, art. 229; CC, art. 1.694), devendo o valor fixado ser suficiente para garantir-lhes o sustento digno. Contudo, não se pode impor ao alimentante obrigação que ultrapasse suas reais possibilidades, sob pena de ferir o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

A jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que a redução dos alimentos só é admitida se comprovada de forma inequívoca a alteração na capacidade financeira do alimentante, o que restou demonstrado nos autos por meio dos documentos apresentados.

2.3. Da proporcionalidade e razoabilidade

Considerando o trinômio necessidade/possibilidade/proporcionalidade e a nova condição financeira do requerente, entendo que a redução do valor da pensão alimentícia para R$ 400,00 (quatrocentos reais) mensais mostra-se razoável e compatível com a capacidade contributiva do alimentante, sem gerar prejuízo ao sustento das alimentandas, que poderão, se necessário, pleitear futura revisão caso haja alteração das circunstâncias.

Ressalte-se que a presente decisão não exime o alimentante de comprovar eventual melhora em sua condição financeira, hipótese em que poderá ser restabelecido o valor originalmente fixado.

2.4. Dos Princípios Constitucionais e Legalidade

O presente julgamento observa o princípio da fundamentação das decisões judiciais, nos termos do art. 93, IX, da CF/88, assegurando a transparência e o controle jurisdicional dos fundamentos adotados, bem como respeita os princípios da proteção integral à criança, do melhor interesse do menor e da dignidade da pessoa humana.

III – Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para reduzir o valor da pensão alimentícia devida por A. J. dos S. a suas filhas menores, C. A. de S. L. e L. B. de S. L., atualmente fixada em 34% do salário mínimo, para o valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) mensais, a ser pago até o dia 10 de cada mês, por depósito em conta bancária a ser informada pela representante das alimentandas, mantidas as demais cláusulas da decisão anterior.

Condeno a parte requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, caso haja resistência injustificada ao pedido.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV – Conclusão

Em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, fundamento o presente voto na análise hermenêutica dos fatos e do direito, primando pela proteção integral das menores, mas sem descurar da dignidade e das possibilidades do alimentante, garantindo assim um julgamento justo, proporcional e fundamentado.

É como voto.

 

[Cidade], [data].

_______________________________________
Magistrado Relator


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