Modelo de Ação de Usucapião Extraordinária para Reconhecimento de Propriedade em Campo Grande/MS com Fundamento no Art. 1.238 do Código Civil, Requerendo Citação de Réus Incertos e Benefícios da Justiça Gratuita

Publicado em: 17/06/2025 Processo Civil Direito Imobiliário
Petição inicial de ação de usucapião extraordinária ajuizada por D. dos S., residente em Campo Grande/MS, que pleiteia o reconhecimento da propriedade de imóvel adquirido por posse mansa, pacífica e contínua há mais de 40 anos, com base no artigo 1.238 do Código Civil. A ação inclui pedido de citação dos réus incertos, publicação de editais, concessão da gratuidade de justiça e realização de audiência de conciliação, fundamentada em provas documentais, testemunhais e periciais, visando a regularização da propriedade para segurança jurídica da autora e seus herdeiros.
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AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande/MS,

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Autora: D. dos S., brasileira, viúva, aposentada, portadora do CPF nº ____, RG nº ____, endereço eletrônico: ____, residente e domiciliada à Rua ____, nº ____, Bairro ____, Campo Grande/MS, CEP ____.

Réus incertos e eventuais interessados: Herdeiros dos antigos proprietários do imóvel descrito nesta inicial, atualmente em local incerto e não sabido, bem como eventuais terceiros que possam se considerar titulares de direitos sobre o bem usucapiendo.

Confrontantes: (qualificar os vizinhos confrontantes, se conhecidos, com nome, endereço e e-mail, conforme levantamento topográfico e cadastro municipal).

3. DOS FATOS

A Autora, D. dos S., é possuidora, há mais de 40 (quarenta) anos, de um terreno situado nesta cidade de Campo Grande/MS, adquirido por meio de documento particular de compra e venda, cuja posse foi transmitida de forma mansa, pacífica, contínua e sem qualquer oposição, desde a aquisição.

O imóvel, objeto desta ação, integra a residência da Autora e de sua família desde a década de 1980, sendo utilizado como moradia habitual. O bem foi adquirido de três antigos proprietários, todos já falecidos, e, desde então, não houve qualquer reivindicação de herdeiros ou terceiros, tampouco oposição à posse exercida.

Após o falecimento do marido da Autora, em 2002, a posse do imóvel permaneceu exclusivamente sob sua responsabilidade, mantendo-se o pagamento regular dos tributos municipais, especialmente o IPTU, em seu nome, bem como a realização de benfeitorias e manutenção do imóvel.

Ressalte-se que a Autora, pessoa idosa, busca regularizar a situação do imóvel para garantir a segurança jurídica e a transmissão regular do bem aos seus herdeiros, uma vez que, durante todo o período de posse, não houve qualquer contestação ou disputa sobre a titularidade do imóvel.

Ademais, a Autora também exerce a posse de outro terreno, anteriormente pertencente a seu pai, falecido em 1981, o qual foi abandonado pela família e, desde então, passou a ser cuidado e mantido pela Autora, inclusive com o pagamento dos débitos municipais.

Todos os elementos acima demonstram o exercício da posse qualificada, revestida de animus domini, pelo prazo superior ao exigido pela legislação para a configuração da usucapião extraordinária.

Resumo: A Autora exerce posse contínua, mansa, pacífica e com intenção de dona sobre o imóvel há mais de 40 anos, sem oposição, com pagamento de tributos e manutenção do bem, preenchendo todos os requisitos legais para a aquisição da propriedade por usucapião extraordinária.

4. DO DIREITO

A presente ação visa o reconhecimento do domínio da Autora sobre o imóvel descrito, com fundamento na usucapião extraordinária, prevista no CCB/2002, art. 1.238, que dispõe:

"Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis."

O prazo pode ser reduzido para 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo (CCB/2002, art. 1.238, parágrafo único).

A posse exercida pela Autora é contínua, mansa, pacífica, sem qualquer oposição, e revestida de animus domini, conforme exige a legislação. O pagamento de tributos, a realização de benfeitorias e a utilização do imóvel como moradia habitual reforçam a intenção de exercer a posse como verdadeira proprietária.

O CPC/2015, art. 319, determina os requisitos da petição inicial, todos observados nesta peça, incluindo a qualificação das partes, exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, pedido com suas especificações, valor da causa, provas pretendidas e opção por audiência de conciliação.

Ademais, o CPC/2015, art. 373, I, atribui à parte autora o ônus da prova do fato constitutivo do direito alegado, o que se demonstra por meio de documentos (IPTU, contas de consumo, memorial descritivo) e testemunhas.

O princípio da função social da posse (CF/88, art. 5º, XXIII) e o princípio da segurança jurídica fundamentam a proteção do possuidor de boa-fé que, por longo período, exerce poderes inerentes à propriedade, promovendo a regularização fundiária e a paz social.

O memorial descritivo do imóvel, elaborado por profissional habilitado, é documento indispensável à instrução da ação, conforme entendimento jurisprudencial e o CPC/2015, art. 320.

Fechamento argumentativo: Preenchidos todos os requisitos legais e constitucionais, a Autora faz jus ao reconhecimento da propriedade pela via da usucapião extraordinária, promovendo a "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de usucapião extraordinária ajuizada por D. dos S., visando o reconhecimento do domínio sobre imóvel situado em Campo Grande/MS, alegando posse mansa, pacífica, contínua, ininterrupta e com animus domini por mais de 40 anos, sem qualquer oposição, conforme narrado na inicial e demonstrado na instrução processual.

A autora fundamenta seu pedido no art. 1.238 do Código Civil, apresentando documentos que demonstram a posse e o exercício de poderes inerentes à propriedade, bem como a ausência de oposição por parte de terceiros ou herdeiros dos antigos proprietários.

Citados os réus incertos, eventuais interessados e confrontantes, não houve manifestação de resistência ao pedido. O Ministério Público manifestou-se favoravelmente, opinando pela procedência do pedido, diante do preenchimento dos requisitos legais.

Voto

1. Conhecimento do Pedido

Inicialmente, verifico que estão presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, razão pela qual conheço do pedido formulado na inicial.

2. Da Fundamentação

2.1. Dos Fatos e da Prova

Restou incontroverso nos autos que a autora exerce a posse do imóvel há mais de 40 anos, de forma contínua, mansa, pacífica e sem oposição, desde a aquisição por documento particular de compra e venda. A posse é qualificada pelo pagamento regular de tributos (IPTU), realização de benfeitorias e utilização do imóvel como moradia habitual.

A prova documental se mostra robusta, composta por comprovantes de pagamento, memorial descritivo do imóvel elaborado por profissional habilitado e certidões negativas, além da prova testemunhal harmônica quanto à posse exercida pela autora.

2.2. Do Direito

O art. 1.238 do Código Civil dispõe que:

\"Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.\"

 

O prazo pode ser reduzido para dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua moradia habitual ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

A autora preenche todos os requisitos legais exigidos para a usucapião extraordinária: posse qualificada, animus domini, ausência de oposição e lapso temporal superior ao exigido em lei.

O entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de que, preenchidos os requisitos legais, é de rigor o reconhecimento do domínio por usucapião (TJMG, Apelação Cível 1.0000.25.079222-3/001, Rel. Des. Adriano De Mesquita Carneiro, j. 07/05/2025).

Ressalto ainda que o memorial descritivo do imóvel apresentado atende ao disposto no art. 320 do CPC/2015 e à jurisprudência dominante, sendo documento indispensável à regularização fundiária.

Destaco, por fim, que o reconhecimento da usucapião concretiza o princípio da função social da propriedade e da posse (CF/88, art. 5º, XXIII), bem como o princípio da segurança jurídica, promovendo a paz social e a regularização do imóvel em favor da autora.

2.3. Da Fundamentação Constitucional

A presente decisão é proferida em estrita observância ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige que todas as decisões do Poder Judiciário sejam fundamentadas, permitindo o controle jurisdicional e a transparência dos fundamentos adotados.

3. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, reconhecendo o domínio de D. dos S. sobre o imóvel descrito na inicial, declarando-a proprietária, para que sirva esta sentença como título hábil ao registro no competente Cartório de Registro de Imóveis, nos termos do art. 1.238 do Código Civil.

Defiro os benefícios da gratuidade da justiça à autora, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

Expeça-se o mandado para registro, após o trânsito em julgado.

Não havendo resistência, deixo de condenar eventuais réus incertos ao pagamento de custas e honorários.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes e o Ministério Público.

4. Recurso

Considerando que não há recurso interposto, certifique-se o trânsito em julgado e proceda-se às anotações e expedição de ofício ao Cartório de Registro de Imóveis.

Conclusão

É como voto.

 

Campo Grande/MS, ____ de ____________ de 20__.

Magistrado
Juiz de Direito da __ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande/MS


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