Modelo de Ação de consignação em pagamento de alimentos proposta por genitor para depósito judicial de valores atrasados em parcelas, diante da recusa injustificada da genitora representante legal dos menores
Publicado em: 02/06/2025 Processo Civil FamiliaAÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE ALIMENTOS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ___ do Estado de ___.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar de serviços gerais, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE ALIMENTOS em face de M. F. de S. L., brasileira, solteira, auxiliar administrativa, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada à Rua dos Jasmins, nº 200, Bairro Jardim, Cidade/UF, CEP 11111-111, na qualidade de representante legal dos menores R. J. de S. L. e G. F. de S. L., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor, A. J. dos S., é genitor dos menores R. J. de S. L. e G. F. de S. L., os quais têm como representante legal a genitora M. F. de S. L.. Por decisão judicial, foi fixada obrigação alimentar em favor dos menores, obrigação esta que o Autor sempre buscou cumprir.
Ocorre que, em razão de ter permanecido preso por 11 (onze) meses, o Autor teve seus contratos de trabalho suspensos, ficando impossibilitado de adimplir integralmente a obrigação alimentar durante o referido período. Ressalte-se que a prisão do Autor não decorreu de inadimplemento alimentar, mas de outro processo, não relacionado à presente demanda.
Após obter sua liberdade, o Autor prontamente buscou retomar suas atividades laborais, conseguindo novo emprego e, assim, restabelecendo sua capacidade financeira. Demonstrando boa-fé e responsabilidade, o Autor procurou a genitora dos menores para propor o pagamento parcelado dos valores alimentares em atraso, acrescidos dos encargos legais, de modo a garantir a subsistência dos filhos e regularizar sua situação.
Contudo, a Ré recusou-se, sem justa causa, a receber os valores ofertados de forma parcelada, negando-se inclusive a negociar qualquer acordo para quitação do débito alimentar. Diante da recusa, não restou alternativa ao Autor senão valer-se da presente ação de consignação em pagamento, para depositar em juízo os valores devidos, acrescidos dos encargos legais, e, assim, exonerar-se da obrigação, conforme autoriza o CCB/2002, art. 335, I.
Ressalta-se que não há cumprimento de sentença em curso, tampouco execução alimentar, sendo esta a via adequada para a regularização dos débitos alimentares, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e do melhor interesse da criança e do adolescente (CF/88, art. 227).
Assim, o Autor busca consignar em juízo os valores referentes aos alimentos atrasados, acrescidos dos encargos legais, em parcelas mensais, conforme sua atual capacidade financeira, a fim de obter a quitação da obrigação alimentar e garantir a subsistência dos menores.
4. DO DIREITO
4.1. DA POSSIBILIDADE DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE ALIMENTOS
A ação de consignação em pagamento é o instrumento jurídico adequado para que o devedor, diante da recusa injustificada do credor em receber o pagamento, possa se desonerar da obrigação, conforme previsto no CCB/2002, art. 335, I: "A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma".
O CPC/2015, art. 539, por sua vez, disciplina a ação de consignação em pagamento, permitindo ao devedor depositar em juízo o valor devido quando houver dúvida quanto à pessoa do credor, recusa ou impedimento ao recebimento, ou ainda para evitar a mora.
No caso em tela, restou comprovada a recusa injustificada da credora em receber os valores ofertados pelo Autor, o que legitima o manejo da presente ação, nos termos do CCB/2002, art. 335, I, e do CPC/2015, art. 539.
4.2. DA NECESSIDADE DE DEPÓSITO INTEGRAL E DOS ENCARGOS
A consignação deve abranger o valor integral da dívida, acrescido dos encargos legais decorrentes do atraso, nos termos do CCB/2002, art. 336: "A coisa devida deve ser depositada no lugar do pagamento, com todos os juros e acessórios devidos até o depósito".
O Autor, ciente de sua responsabilidade, propõe o depósito dos valores devidos, acrescidos dos encargos legais, em parcelas mensais, de acordo com sua atual capacidade financeira, demonstrando boa-fé e respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), bem como ao princípio do melhor interesse do menor (CF/88, art. 227).
4.3. DA RECUSA INJUSTIFICADA E DO INTERESSE DE AGIR
Conforme entendimento consolidado, a recusa injustificada do credor em receber o pagamento caracteriza o interesse de agir do devedor para propor a ação de consignação em pagamento (CPC/2015, art. 373, I). O Autor buscou, de todas as formas, adimplir a obrigação, mas encontrou resistência injustificada da Ré, o que legitima a presente demanda.
4.4. DA POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO E DA SUPERAÇÃO DE OBSTÁCULOS
Embora a obrigação alimentar seja de natureza urgente e preferencial, a jurisprudência admite, em situações excepcionais e justificadas, o pagamento parcelado dos débitos alimentares, especialmente quando o devedor demonstra impossibilidade financeira temporária, como no caso de desemprego ou reclusão, e manifesta a intenção de regularizar a situação.
O Autor, após período de reclusão e suspensão de seus contratos de trabalho, retornou ao mercado de trabalho e, de imediato, buscou adimplir os débitos, ofertando o pagamento parcelado, o que demonstra sua boa-fé e respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana e do melhor interesse do menor.
4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
A presente demanda encontra amparo nos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da proteção integra"'>...
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