
Inteligência emocional na advocacia brasileira: estratégias para desenvolver resiliência e empatia no atendimento ao cliente com base em fundamentos constitucionais e legais
Este artigo aborda a importância da inteligência emocional na prática advocatícia no Brasil, destacando fundamentos constitucionais e legais, a aplicação de estratégias para fortalecer resiliência e empatia, e o impacto dessas competências na qualidade do atendimento e na efetividade da justiça. Inclui análise de peças processuais relevantes que exemplificam a atuação emocionalmente inteligente no exercício da advocacia.
Publicado em: 29/06/2025 AdvogadoCivelConstitucionalComo a Inteligência Emocional pode Aprimorar a Prática da Advocacia no Brasil: Estratégias para Aumentar a Resiliência e a Empatia no Atendimento aos Clientes
Resumo: Este artigo analisa, sob a ótica constitucional, legal e doutrinária, o papel da inteligência emocional na atuação do advogado brasileiro. Aborda conceitos fundamentais, estratégias para o desenvolvimento da resiliência e da empatia, e esclarece como tais competências promovem não apenas a qualidade do atendimento, mas também a efetividade da prestação jurisdicional. Inclui, ainda, análise de peças processuais relevantes à temática.
1. INTRODUÇÃO
Na sociedade contemporânea, o exercício da advocacia transcende o domínio técnico-jurídico. Exige-se do profissional não apenas o domínio da legislação e dos procedimentos processuais, mas também o cultivo de competências socioemocionais, especialmente diante da complexidade das relações humanas presentes nos conflitos jurídicos. A inteligência emocional revela-se como instrumento fundamental para o aprimoramento da atuação advocatícia, contribuindo de forma significativa para a resiliência e a empatia no atendimento aos clientes.
2. FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL E LEGAL
2.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS
A Constituição Federal de 1988 consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento da República (art. 1º, III), refletindo-se em toda a atuação dos operadores do Direito. O direito de acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV) e o respeito aos direitos e garantias fundamentais impõem ao advogado uma atuação pautada pelo respeito, ética profissional e sensibilidade às necessidades do jurisdicionado.
O art. 10, §1º, da CF/88 reforça a necessidade de diálogo e transparência nas relações, princípios que se coadunam com a empatia e a escuta ativa, elementos essenciais da inteligência emocional.
2.2 FUNDAMENTOS LEGAIS
- CCB/2002, art. 11, §1º, III: Prevê a proteção à personalidade e à integridade moral, o que reverbera na necessidade de um atendimento advocatício humanizado e respeitoso.
- Lei 7.250/2014, art. 50: Estabelece diretrizes para a atuação ética e responsável dos advogados, promovendo a confiança e a transparência na relação com o cliente.
- CPC/2015, art. 319: Determina requisitos da petição inicial, exigindo clareza, precisão e respeito ao contraditório, o que demanda habilidade comunicativa e sensibilidade do advogado.
- CPP, art. 12: Prevê a atuação diligente do advogado na defesa dos interesses do investigado, exigindo resiliência e equilíbrio emocional diante de situações de pressão.
- CP, art. 284, §1º: Disciplina o tratamento adequado do investigado e das partes, reforçando o compromisso ético e humano do advogado.
3. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: FUNDAMENTOS CONCEITUAIS E APLICABILIDADE NA ADVOCACIA
3.1 CONCEITO DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
A inteligência emocional pode ser conceituada, conforme Daniel Goleman e outros estudiosos, como a capacidade de identificar, compreender e gerenciar as próprias emoções e as dos outros. No contexto da advocacia, tal competência é fundamental para mediar conflitos, construir confiança com clientes e partes, e manter o equilíbrio em situações de alta pressão.
3.2 COMPONENTES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
- Autoconsciência: Reconhecimento das próprias emoções e dos impactos no comportamento profissional.
- Autocontrole: Capacidade de gerenciar impulsos e manter a postura ética diante de adversidades.
- Motivação: Manutenção do engajamento e da proatividade na defesa dos interesses do cliente.
- Empatia: Compreensão das emoções do cliente e das partes, essencial para o atendimento humanizado.
- Habilidades sociais: Comunicação eficaz, negociação e resolução de conflitos.
4. ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER RESILIÊNCIA E EMPATIA NA ADVOCACIA
4.1 RESILIÊNCIA: SUPERAÇÃO DOS DESAFIOS PROFISSIONAIS
A resiliência é a habilidade de enfrentar e superar adversidades, mantendo o equilíbrio emocional e a produtividade. Para o advogado, isso envolve:
- Adotar práticas de autocuidado e gestão do estresse para prevenir o desgaste emocional;
- Buscar formação continuada em temas de saúde mental e inteligência emocional;
- Desenvolver redes de apoio entre colegas e instituições de classe, como a OAB;
- Refletir sobre a experiência de insucesso como oportunidade de aprendizagem e crescimento profissional.
4.2 EMPATIA: FUNDAMENTO DA RELAÇÃO ADVOGADO-CLIENTE
A empatia é a capacidade de compreender e partilhar os sentimentos do cliente, fundamental para a construção de uma relação de confiança. Essa competência é especialmente relevante nos seguintes aspectos:
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