Desafios na defesa dos direitos de candidatura frente às novas regras de inelegibilidade da Lei de Responsabilidade Fiscal: fundamentos constitucionais, legais e atuação advocatícia

Desafios na defesa dos direitos de candidatura frente às novas regras de inelegibilidade da Lei de Responsabilidade Fiscal: fundamentos constitucionais, legais e atuação advocatícia

Análise detalhada dos desafios enfrentados na defesa dos direitos de candidatura diante das alterações nas regras de inelegibilidade previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, abordando fundamentos constitucionais, legislação infraconstitucional, princípios processuais e a importância da atuação estratégica do advogado eleitoralista para garantir o contraditório, a ampla defesa e a proteção da democracia interna dos partidos políticos. Inclui modelos práticos de peças processuais relevantes para o tema.

Publicado em: 25/07/2025 Eleitoral

OS DESAFIOS DA DEFESA DOS DIREITOS DE CANDIDATURA EM FACE DAS NOVAS REGRAS DE INELEGIBILIDADE NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

INTRODUÇÃO

A defesa dos direitos de candidatura representa um dos pilares da democracia representativa, assegurando a participação de cidadãos na disputa eleitoral. Contudo, a crescente complexidade do sistema normativo brasileiro, especialmente em virtude das sucessivas reformas e inovações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tem imposto novos desafios à atuação dos advogados no âmbito do direito eleitoral. O presente artigo propõe-se a analisar, de forma aprofundada, os fundamentos constitucionais e legais que orientam a matéria, bem como os principais obstáculos enfrentados na atualidade, considerando as recentes alterações nas regras de inelegibilidade.

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS POLÍTICOS E DE CANDIDATURA

A Constituição Federal de 1988 consagra, em seu texto, a proteção aos direitos políticos, assegurando a todos os brasileiros a possibilidade de votar e ser votado (CF/88, art. 14). Esses direitos, contudo, não possuem caráter absoluto, podendo ser restringidos nos termos da própria Constituição e da legislação infraconstitucional.

O princípio da legalidade e o princípio da igualdade são fundamentos centrais na proteção dos direitos de candidatura. O constituinte originário, atento à necessidade de garantir a lisura do processo eleitoral, estabeleceu hipóteses de inelegibilidade e restrições ao exercício do direito de candidatura, com vistas à moralidade e à probidade administrativa.

No tocante à proteção de direitos fundamentais, destaca-se a previsão de que "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa" (CF/88, art. 5º, VIII). Ademais, a Constituição Federal prevê, em diversos dispositivos, a tutela da democracia interna dos partidos políticos e da participação popular nos processos decisórios (CF/88, art. 10, §1º).

LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E AS NOVAS REGRAS DE INELEGIBILIDADE

EVOLUÇÃO DAS HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE

As inelegibilidades são institutos que visam resguardar o interesse público, a moralidade e a probidade administrativa, estando previstas na Constituição e detalhadas em legislação infraconstitucional, notadamente na Lei Complementar nº 64/1990 (Lei das Inelegibilidades) e, mais recentemente, na própria Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O legislador ordinário tem buscado, por meio de alterações normativas, aprimorar os mecanismos de controle sobre a atuação dos agentes públicos, ampliando as hipóteses de inelegibilidade e os requisitos para a regularidade das candidaturas. Tais alterações, ainda que legítimas sob o ponto de vista do interesse público, impõem aos advogados desafios consideráveis para a defesa dos direitos de candidatura.

A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO ELEITORAL

A Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estabeleceu um novo paradigma de controle das contas públicas no Brasil. Entre seus objetivos, destaca-se a busca pelo equilíbrio fiscal e a responsabilização dos gestores públicos.

A LRF passou a prever hipóteses específicas de inelegibilidade relacionadas à gestão fiscal, ampliando os critérios de restrição ao exercício dos direitos políticos por parte de agentes públicos que descumpram as normas de responsabilidade. Nesse contexto, surgem desafios relevantes para a atuação advocatícia, sobretudo no que se refere à interpretação e aplicação das novas regras.

ASPECTOS LEGAIS E DOUTRINÁRIOS RELEVANTES

O Código Civil Brasileiro estabelece, em seu art. 11, §1º, III (CCB/2002, art. 11, §1º, III), a proteção aos direitos da personalidade, incluindo, entre eles, o direito à honra, à imagem e ao nome, os quais podem ser afetados por decisões administrativas que declarem inelegibilidade.

No âmbito do processo eleitoral, o Código de Processo Civil exige, no art. 319 (CPC/2015, art. 319), a indicação dos fundamentos jurídicos do pedido nas ações que versem sobre registro de candidatura ou impugnação.

Em sede penal, a Lei 7.250/2014, art. 50 e o Código Penal, art. 284, §1º (CP, art. 284, §1º), bem como o Código de Processo Penal, art. 12 (CPP, art. 12), podem ser invocados em situações correlatas, especialmente quando há imputação de condutas ilícitas que possam ensejar a inelegibilidade.

OS PRINCIPAIS DESAFIOS NA DEFESA DOS DIREITOS DE CANDIDATURA

INTERPRETAÇÃO DAS NOVAS REGRAS DE INELEGIBILIDADE

As recentes alterações promovidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal resultaram em hipóteses mais amplas e detalhadas de inelegibilidade, especialme...

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