Modelo de Pedido de Nulidade de Prisão em Flagrante por Violação à Inviolabilidade de Domicílio e Prova Ilícita

Publicado em: 23/04/2024 Direito Penal
Requerimento apresentado à Vara Criminal com base na Constituição Federal (art. 5º, XI e LVI) e no Código de Processo Penal (art. 310), solicitando a nulidade da prisão em flagrante do requerente, realizada sem autorização judicial, consentimento ou situação de flagrante delito, violando o direito à inviolabilidade de domicílio. Argumenta-se ainda pela exclusão das provas obtidas de forma ilícita e pela revogação de medidas cautelares, com fundamento em jurisprudências e entendimentos consolidados pelo STF e STJ.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___

Processo nº: [inserir número do processo]

PREÂMBULO

[Nome do Requerente], brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do RG nº [número] e CPF nº [número], residente e domiciliado na [endereço completo], por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na [endereço completo do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CF/88, art. 5º, XI e LVI, bem como no CPP, art. 310, requerer a NULIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A Polícia Federal estava investigando o requerente sob suspeita de envolvimento com tráfico de drogas. Durante a investigação, os agentes seguiram o requerente até sua residência. Contudo, sem qualquer autorização judicial ou consentimento do proprietário, os policiais ingressaram em uma casa vizinha à do requerente, onde encontraram certa quantidade de maconha. Posteriormente, atribuíram a posse da substância ao requerente e efetuaram sua prisão em flagrante.

É evidente que o procedimento adotado pelos agentes violou direitos fundamentais do requerente, especialmente a inviolabilidade de domicílio, garantida pelo CF/88, art. 5º, XI. Não houve qualquer situação de flagrante delito que justificasse o ingresso no imóvel sem autorização judicial ou consentimento do proprietário, tampouco fundadas razões que sustentassem a ação policial.

DO DIREITO

A Constituição Federal, em seu art. 5º, XI, estabelece que "a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial". No caso em tela, não havia qualquer situação que configurasse flagrante delito ou justificasse o ingresso forçado no imóvel.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 603.616/RO, fixou entendimento de que o ingresso forçado em domicílio sem mandado judicial somente é legítimo quando amparado em fundadas razões, devidamente justificadas pelas circunstâncias do caso concreto. No presente caso, não há qualquer indício de que os policiais possuíam informações prévias ou fundadas razões que justificassem a invasão do domicílio vizinho ao do requerente.

Ademais, a prova obtida por meio de conduta ilícita é nula, conforme o CF/88, art. 5º, LVI, que proíbe expressamente a utilização de provas obtidas "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de pedido de nulidade da prisão em flagrante, formulado por [Nome do Requerente], com fundamento no art. 5º, incisos XI e LVI, da Constituição Federal de 1988, e no art. 310 do Código de Processo Penal, em virtude de suposta violação à inviolabilidade de domicílio.

Alega o requerente que a prisão decorreu de ingresso não autorizado de policiais em imóvel vizinho ao de sua residência, onde foi encontrada substância entorpecente atribuída ao requerente. Argumenta que tal procedimento violou direitos fundamentais, sendo, por conseguinte, ilícitas as provas obtidas.

Voto

A controvérsia cinge-se à análise da legalidade do ingresso dos policiais no imóvel vizinho ao do requerente e à validade das provas obtidas em decorrência desse ingresso, considerando as garantias constitucionais da inviolabilidade do domicílio e da inadmissibilidade de provas ilícitas, previstas no art. 5º, incisos XI e LVI, da Constituição Federal de 1988.

Dos Fatos e do Direito

O art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal dispõe que "a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial".

No caso em análise, observa-se que não havia autorização judicial nem qualquer situação de flagrante delito que justificasse o ingresso dos policiais no imóvel. Além disso, o entendimento consolidado no julgamento do RE Acórdão/STF pelo Supremo Tribunal Federal exige que o ingresso forçado em domicílio seja amparado por fundadas razões, devidamente justificadas pelas circunstâncias do caso concreto, o que não se verifica nos autos.

Ademais, a Constituição Federal, no inciso LVI do mesmo art. 5º, estabelece ser inadmissível, no processo, a prova obtida por meios ilícitos. Assim, a apreensão de substância entorpecente em imóvel vizinho ao do requerente, sem qualquer autorização judicial ou justificativa concreta, configura prova ilícita e, como tal, deve ser desentranhada dos autos.

Quanto às alegações do Ministério Público, que sustenta a possibilidade de utilização da prova em razão da gravidade do crime imputado ao requerente, ressalto que a garantia da inviolabilidade do domicílio e a vedação às provas ilícitas não podem ser mitigadas, mesmo diante da gravidade do delito. O respeito às garantias constitucionais é imprescindível para a manutenção do Estado Democrático de Direito.

Conclusão

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, conheço do pedido e voto pela procedência do pleito para:

  1. Declarar a nulidade da prisão em flagrante de [Nome do Requerente], em razão da ilicitude das provas obtidas; e
  2. Determinar o desentranhamento dos elementos probatórios decorrentes do ingresso não autorizado no imóvel vizinho, nos termos do art. 5º, inciso LVI, da Constituição Federal.

É como voto.

Decisão

Ante o exposto, acolho o voto do magistrado e determino a procedência do pedido de nulidade da prisão em flagrante, com todas as consequências legais pertinentes.


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