Modelo de Contra-Razões à Manifestação de Seguradora em Fase de Cumprimento de Sentença sobre Indenização por Negativa de Cobertura em Plano de Saúde

Publicado em: 09/08/2024 Consumidor
A presente peça jurídica apresenta as contra-razões elaboradas pela parte autora, A. J. dos S., em resposta à manifestação da seguradora ré durante a fase de cumprimento de sentença. O documento rebate as alegações da aplicação da teoria do "Duty to Mitigate The Loss" e da perda do objeto da ação, reforçando o direito da autora à indenização já reconhecida em decisão transitada em julgado. Fundamenta-se nos princípios de boa-fé objetiva, função social do contrato e Código de Defesa do Consumidor, além de citar jurisprudências relevantes que garantem a proteção ao consumidor em contratos de plano de saúde.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº __________

Nome da Parte Autora: A. J. dos S.
Nome da Parte Ré: Seguradora __________

CONTRA-RAZÕES

A. J. dos S., já qualificada nos autos, por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas CONTRA-RAZÕES à manifestação da Seguradora Ré, nos termos do que segue:

PREÂMBULO

A presente peça tem por objetivo rebater os argumentos apresentados pela Seguradora Ré na fase de cumprimento de sentença, os quais, além de infundados, tentam desvirtuar o objeto da ação e desconsiderar o direito já reconhecido em decisão transitada em julgado.

DOS FATOS

Trata-se de ação movida pela Autora em face da Seguradora Ré, visando à indenização pela negativa de cobertura de procedimento cirúrgico essencial à sua saúde. Durante o período em que o procedimento foi negado, a Autora manteve o pagamento regular das contraprestações do plano de saúde, somente cessando os pagamentos após a recusa definitiva da Ré.

O direito da Autora foi reconhecido em decisão judicial transitada em julgado, determinando a indenização pelos danos sofridos. Contudo, na fase de cumprimento de sentença, a Ré apresentou manifestação alegando a aplicação da teoria do Duty to Mitigate The Loss, sustentando que a Autora deveria ter continuado a pagar as contraprestações mensais para que a obrigação pudesse ser exaurida.

Ainda, a Ré argumenta que, em razão da inexistência de contrato entre as partes no momento atual, haveria perda do objeto da ação, o que não procede, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

A tese apresentada pela Ré carece de fundamento jurídico e contraria os princípios que regem as relações de consumo, especialmente no âmbito dos contratos de plano de saúde. A negativa de cobertura de procedimento essencial à saúde da Autora configura violação ao dever de boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e ao princípio da função social do contrato (CCB/2002, art. 421).

A teoria do Duty to Mitigate The Loss, invocada pela Ré, não se aplica ao caso em tela. Esse princípio, que impõe ao credor o dever de mitigar os prejuízos, não pode ser utilizado para justificar a conduta abusiva da Ré, que negou cobertura a um procedimento cirúrgico indispensável à saúde da Autora, mesmo enquanto esta mantinha o pagamento das contraprestações mensais.

Ademais, a alegação de perda do objeto da ação em razão da inexistê"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de recurso interposto pela Seguradora __________ contra a decisão proferida nos autos do processo nº __________, que julgou procedente a ação movida por A. J. dos S., condenando a Ré ao pagamento de indenização por danos materiais e morais em razão da negativa de cobertura de procedimento cirúrgico essencial à saúde da Autora.

A Ré sustenta a aplicação da teoria do Duty to Mitigate The Loss e a inexistência de obrigação de indenizar, alegando que a Autora teria contribuído para a ampliação dos danos ao deixar de pagar as contraprestações do plano de saúde. Afirma, ainda, a ausência de vínculo contratual no momento atual, o que configuraria perda do objeto da ação.

Voto

Conforme disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade".

Dos Fatos e Fundamentos Jurídicos

A controvérsia gira em torno da negativa de cobertura de procedimento médico essencial à saúde da Autora, enquanto vigente o contrato de plano de saúde. A negativa, reconhecida como abusiva em decisão judicial transitada em julgado, violou os princípios da boa-fé objetiva (art. 422 do Código Civil) e da função social do contrato (art. 421 do Código Civil), além de ferir os direitos do consumidor previstos no art. 6º, incisos I e VI, do Código de Defesa do Consumidor.

A tese da Ré de que a Autora deveria ter mitigado os prejuízos, continuando a pagar as contraprestações mesmo após a negativa de cobertura, é insustentável. Não se pode exigir do consumidor a manutenção de obrigações contratuais quando a própria operadora descumpriu o dever de prestar o serviço essencial contratado, especialmente em situação que envolveu risco à saúde e à vida da Autora.

Quanto à alegação de perda do objeto da ação, destaca-se que a obrigação de indenizar foi fixada em decisão transitada em julgado, sendo irrelevante a inexistência de vínculo contratual no momento atual. A indenização decorre do descumprimento contratual ocorrido no período em que o contrato estava em vigor, não havendo qualquer fundamento para afastar a obrigação da Ré.

Das Jurisprudências

A jurisprudência é pacífica no sentido de que as operadoras de plano de saúde não podem se eximir de suas obrigações contratuais com base em interpretações unilaterais e abusivas. Citam-se, a título exemplificativo:

  • TJSP (7ª Turma Recursal Cível) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: "Proteção à saúde do segurado que deve prevalecer em relação à pretendida obtenção de considerável resultado econômico pela seguradora."
  • TJSP (4ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Impossibilidade de rescisão unilateral de plano de saúde coletivo enquanto pendente tratamento médico de beneficiário acometido de doença grave."
  • TJRJ (20ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ: "Impossibilidade de cancelamento unilateral, por iniciativa da operadora, de contrato de plano de saúde coletivo enquanto pendente tratamento médico de beneficiário acometido de doença grave."

Conclusão e Decisão

Diante dos fundamentos apresentados, voto no sentido de:

  1. Conhecer do recurso interposto pela Ré;
  2. Negar-lhe provimento, mantendo a condenação ao pagamento de indenização pelos danos materiais e morais reconhecidos em sentença transitada em julgado;
  3. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do Código de Processo Civil.

É como voto.

Termos Finais

Nestes termos, pede deferimento.

Local e Data
___________________________
Magistrado
Assinatura Digital


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