Modelo de Contestação ao Pedido de Reconhecimento de União Estável envolvendo Relação Extraconjugal e Discussões sobre Monogamia e Requisitos Legais

Publicado em: 29/12/2024 Civel Familia
Contestação apresentada por C. E. da S. contra o pedido de reconhecimento de união estável formulado por M. F. de S. L., alegando ausência dos requisitos legais previstos no art. 1.723 do Código Civil Brasileiro. A ação aborda questões de convivência pública, contínua e com objetivo de constituição de família, além de destacar o princípio da monogamia e a inexistência de separação de fato entre o falecido e a contestante. São citadas jurisprudências relevantes do STJ e TJSP para reforçar os argumentos apresentados.

CONTESTAÇÃO AO PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de __________.

Processo nº __________

C. E. da S., devidamente qualificada nos autos, por meio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO ao pedido de reconhecimento de união estável formulado por M. F. de S. L., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O de cujus, A. J. dos S., era casado com a contestante, C. E. da S., desde o ano de ____, mantendo o vínculo matrimonial até o momento de seu falecimento, sem que houvesse qualquer separação de fato ou de direito. Durante o casamento, o de cujus manteve um relacionamento extraconjugal com a requerente, M. F. de S. L., por aproximadamente 38 anos, do qual resultou o nascimento de uma filha.

Embora a requerente alegue a existência de união estável com o de cujus, é fato incontroverso que ele nunca se separou de fato da contestante, mantendo a convivência conjugal e o cumprimento dos deveres matrimoniais. Não há qualquer prova de que o relacionamento extraconjugal tenha sido público, contínuo e com o objetivo de constituição de família, requisitos indispensáveis para o reconhecimento de uma união estável, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.723.

DO DIREITO

Nos termos do CCB/2002, art. 1.723, a união estável é caracterizada pela convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituição de família. No presente caso, não há elementos que demonstrem a configuração desses requisitos entre o de cujus e a requerente.

A manutenção de um relacionamento extraconjugal, ainda que prolongado, não é suficiente para configurar união estável, especialmente quando o de cujus permaneceu casado e convivendo com sua esposa, a contestante, sem qualquer separação de fato. A monogamia é um princípio norteador das relações conjugais no ordenamento jurídico brasileiro, conforme previsto no CCB/2002, art. 1.521, VI, e no CCB/2002, art. 1.723, §1º.

Ademais, a ausência de bens adquiridos em comum entre a requerente e o de cujus reforça a inexistência de uma comunhão de vida e interesses patrimoniais, elementos essenciais para a configuração de uma união estável.

A doutrina é clara ao afirmar que a união estável exige a posse de estado de casado, caracterizada por um relacionamento público, notório e duradouro, com sinais inequívocos de constituição de uma e"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação na qual a requerente, M. F. de S. L., pleiteia o reconhecimento de união estável com o de cujus, A. J. dos S., alegando que a relação entre ambos preenche os requisitos legais previstos no art. 1.723 do Código Civil Brasileiro. A contestante, C. E. da S., viúva do de cujus, alega que não houve separação de fato ou de direito entre ela e o falecido, sustentando que a relação entre o de cujus e a requerente era meramente extraconjugal e, portanto, não configura união estável.

Fundamentação

1. Da análise dos fatos

É incontroverso que o de cujus e a contestante mantiveram vínculo matrimonial válido e vigente até o momento do falecimento do primeiro. A requerente, por sua vez, afirma que a relação entre ela e o de cujus era pública, contínua e com objetivo de constituição de família, requisitos essenciais para a caracterização de uma união estável, conforme disposto no art. 1.723 do Código Civil Brasileiro.

Entretanto, a análise dos elementos probatórios constantes nos autos não comprova a posse de estado de casado entre o de cujus e a requerente. Não há indicativos de que o relacionamento fosse público, notório e reconhecido socialmente como uma entidade familiar. Ao contrário, trata-se de relação extraconjugal paralela ao casamento válido mantido com a contestante, o que é vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro, especialmente em razão do princípio da monogamia.

2. Do Direito Aplicável

O art. 1.723 do Código Civil estabelece que a união estável exige convivência pública, contínua, duradoura e com objetivo de constituição de família. No caso em tela, a ausência de publicidade e da intenção de constituir uma entidade familiar inviabilizam o reconhecimento da união estável entre a requerente e o de cujus.

Ademais, a coexistência de um casamento válido impede, por si só, o reconhecimento de um relacionamento paralelo como união estável, salvo na hipótese de separação de fato, o que não ocorreu no presente caso. Tal entendimento é corroborado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento do Recurso Especial Acórdão/STJ, que destacou a impossibilidade de reconhecimento de relações paralelas em virtude da consagração do princípio da monogamia em nosso ordenamento jurídico.

3. Da Jurisprudência

A jurisprudência do STJ e dos Tribunais estaduais é pacífica ao afirmar que a ausência de convivência pública, contínua e com objetivo de constituição de família inviabiliza o reconhecimento de união estável. Cito, como exemplo:

  • STJ, Recurso Especial Acórdão/STJ: "Os deveres de fidelidade e de lealdade podem ser relevantes para impedir o eventual reconhecimento de relações estáveis e duradouras simultâneas ou paralelas".
  • TJSP, Apelação Cível nº Acórdão/TJSP: "A convivência pública, contínua e duradoura com escopo de constituição de família é essencial para a configuração da união estável".

Conclusão (Dispositivo)

Ante o exposto, e com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, bem como nos arts. 1.723 e 1.521, VI, do Código Civil, voto no sentido de:

  1. JULGAR IMPROCEDENTE o pedido de reconhecimento de união estável formulado por M. F. de S. L., por ausência de comprovação dos requisitos legais;
  2. CONDENAR a requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do Código de Processo Civil;
  3. DETERMINAR a intimação das partes para ciência da presente decisão.

É como voto.

Termos Finais

Encaminho o processo para apreciação do colegiado, caso necessário, para ratificação da presente decisão.

Cidade, ___ de __________ de ____.

__________________________________________

Magistrado(a)


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