Modelo de Alegações Finais por Memoriais da Defesa em Caso de Violência Doméstica com Pedido de Absolvição por Insuficiência de Provas e Nulidade da Instrução Processual

Publicado em: 14/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais por memoriais apresentados pela defesa em ação penal envolvendo acusação de violência doméstica com base na Lei Maria da Penha. O documento contesta a validade da instrução processual pela ausência de oitiva da vítima em juízo, fundamenta pedido de absolvição com base na fragilidade do conjunto probatório e ausência de provas produzidas sob o crivo do contraditório, invocando princípios constitucionais como o contraditório, ampla defesa e in dubio pro reo. Apresenta jurisprudência atualizada e requer absolvição com base no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.
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ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS – DEFESA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal Especializada em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de [COMARCA] – Tribunal de Justiça do Estado

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Processo nº: [número do processo]

Acusado: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, pedreiro, portador do CPF nº [número], RG nº [número], residente e domiciliado na Rua [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].

Defensor: Dr. [nome do advogado], inscrito na OAB/[UF] sob o nº [número], com escritório profissional situado na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].

3. SÍNTESE FÁTICA

O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado A. J. dos S., imputando-lhe a prática dos crimes previstos nos arts. 129, §13, 147, 150 e 330, todos do Código Penal, combinados com a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), por supostamente ter invadido o domicílio de sua ex-companheira, M. F. de S. L., ameaçado-a de morte, agredido-a fisicamente e descumprido medida protetiva de urgência anteriormente deferida.

Durante a instrução processual, foram ouvidas as partes e testemunhas, tendo o acusado exercido seu direito constitucional ao silêncio. A vítima prestou depoimento apenas na fase inquisitorial, não tendo comparecido à audiência de instrução e julgamento para ratificar suas declarações.

4. PRELIMINARES (SE HOUVER)

Preliminarmente, requer-se o reconhecimento da nulidade da instrução processual, diante da ausência de oitiva da vítima em juízo, o que compromete a validade da prova acusatória, nos termos do CPP, art. 155, que exige que a sentença penal condenatória se fundamente em provas produzidas sob o crivo do contraditório.

5. DO MÉRITO

No mérito, a defesa sustenta a ausência de provas suficientes para a condenação do acusado. A denúncia baseia-se exclusivamente nas declarações da vítima colhidas na fase inquisitorial, sem confirmação em juízo. Não há testemunhas presenciais dos fatos narrados, tampouco laudo pericial que comprove a alegada lesão corporal.

O acusado, por sua vez, negou os fatos em sede policial e, em juízo, optou por exercer seu direito ao silêncio, o que não pode ser interpretado em seu desfavor, conforme CF/88, art. 5º, LXIII.

Assim, diante da fragilidade do conjunto probatório e da ausência de elementos mínimos que corroborem a versão da vítima, impõe-se a absolvição do acusado, com fundamento no CPP, art. 386, VII.

6. DO DIREITO

Nos termos do CPP, art. 155, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos colhidos na investigação.

O princípio do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV) exige que a acusação seja compr"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação penal proposta pelo Ministério Público em face de A. J. dos S., imputando-lhe a prática dos crimes previstos nos artigos 129, §13, 147, 150 e 330 do Código Penal, combinados com a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), por supostamente ter invadido o domicílio de sua ex-companheira, ameaçado-a, agredido-a fisicamente e descumprido medida protetiva.

Durante a instrução processual, o acusado exerceu seu direito constitucional ao silêncio, enquanto a vítima não compareceu à audiência de instrução e julgamento, tendo prestado depoimento apenas na fase inquisitorial. A defesa, em alegações finais, pleiteia a absolvição do acusado por ausência de provas, alegando nulidade da instrução processual e insuficiência do conjunto probatório.

2. Voto

2.1 Preliminar de Nulidade

Rejeito a preliminar de nulidade da instrução processual. Embora a vítima não tenha comparecido em juízo, foi oportunizada sua intimação, e não se pode imputar à acusação a ausência de sua oitiva. A nulidade arguida carece de demonstração de prejuízo efetivo à defesa, conforme o princípio pas de nullité sans grief.

2.2 Do Mérito

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, é dever do magistrado fundamentar suas decisões. Assim, passo a examinar o mérito da presente demanda.

A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso LV, assegura o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. A prova produzida no processo deve, portanto, obedecer ao devido processo legal e ser submetida ao contraditório judicial.

O artigo 155 do Código de Processo Penal dispõe que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos colhidos na investigação.

No presente caso, observa-se que a acusação está embasada unicamente no depoimento da vítima colhido durante o inquérito policial, sem ratificação em juízo. Não há testemunhas presenciais, tampouco laudo pericial que comprove a ocorrência da lesão corporal alegada.

Ressalte-se que o silêncio do acusado, conforme o artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição, é um direito constitucional e não pode ser interpretado em seu desfavor.

Seguindo o entendimento consolidado nos tribunais, inclusive conforme as jurisprudências colacionadas, a palavra da vítima, embora relevante, não goza de presunção absoluta de veracidade e deve ser corroborada por outros elementos de prova. Inexistindo tais elementos no presente caso, impõe-se a absolvição do acusado, em nome do princípio do in dubio pro reo.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal e ABSOLVO o réu A. J. dos S. das imputações que lhe foram feitas na denúncia, por não existirem provas suficientes para a condenação.

4. Considerações Finais

Esta decisão está em consonância com os princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa e da presunção de inocência, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988, artigos 5º, incisos LIV, LV e LVII.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

[Cidade], [Data]

Juiz de Direito


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