Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais contra Réu por Apropriação Indevida de Valores mediante Coação e Abuso de Confiança, com Fundamento no Código Civil e Código Penal

Publicado em: 22/04/2025 CivelProcesso Civil
Petição inicial proposta por A. J. dos S. contra G. G. dos A., requerendo indenização por danos materiais e morais decorrentes de apropriação indevida de R$ 10.000,00 mediante coação e abuso de confiança, fundamentada nos arts. 186 e 927 do Código Civil, artigos 158 e 171 do Código Penal, além da Constituição Federal e do Código de Processo Civil, com pedido de restituição dos valores subtraídos, indenização por danos morais e produção de provas.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _____________ – Tribunal de Justiça do Estado.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, estado civil __________, profissão __________, portador do CPF nº __________, RG nº __________, endereço eletrônico __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, CEP __________, Cidade/UF, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face de G. G. dos A., brasileiro, estado civil __________, profissão __________, portador do CPF nº __________, RG nº __________, endereço eletrônico __________, residente e domiciliado na Rua Eustáquio Bastos, nº 126, Centro, CEP __________, Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

No mês de janeiro do corrente ano, o autor procurou o estabelecimento denominado Casa do Dinheiro, sendo atendido pelo réu G. G. dos A., com o intuito de solicitar um empréstimo no valor de R$ 15.000,00. Após aguardar aproximadamente uma semana sem retorno, retornou ao local e foi informado que o empréstimo não seria liberado, sob a alegação de que o autor possuía débito não quitado junto ao Banco Itaú.

Diante dessa negativa, o autor buscou outro correspondente bancário e, sem qualquer obstáculo, obteve empréstimo junto ao Banco Facta, no valor de R$ 12.424,49.

Ocorre que, em 31 de janeiro de 2025, o réu, acompanhado de terceiro identificado como E. O. da S., compareceu à residência do autor, alegando que este havia recebido empréstimo do Banco Facta sem quitar anterior débito junto ao Banco Itaú, exigindo-lhe a devolução do valor recebido. Sob evidente intimidação, o autor foi compelido a entregar seu cartão bancário da Caixa Econômica Federal, juntamente com a senha, e a acompanhar os réus até a agência bancária, onde presenciou a realização de dois saques de R$ 1.000,00 cada, um saque de R$ 3.000,00 e uma transferência de R$ 5.000,00, totalizando R$ 10.000,00 subtraídos de sua conta.

Importante ressaltar que o autor havia tomado empréstimo junto ao Banco Itaú em 18/01/2023, contrato nº 646729728, por intermédio do Banco Bonsucesso, mas tal débito foi objeto de ação judicial (processo nº 0008956-35.2024.8.05.0103), resultando no cancelamento do contrato e restituição do indébito, não havendo qualquer relação do réu com a referida transação.

Após tentativa frustrada de reaver os valores junto ao estabelecimento do réu, este afirmou que nada devolveria, reiterando a alegação de inadimplência do autor e sugerindo que este registrasse boletim de ocorrência, o que foi devidamente realizado (anexo 03).

Os fatos narrados evidenciam a conduta ilícita do réu, que, mediante coação e abuso de confiança, apropriou-se indevidamente de valores pertencentes ao autor, causando-lhe prejuízos materiais e abalo moral significativo.

4. DO DIREITO

A conduta do réu caracteriza, de forma inequívoca, ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, ao causar dano material e moral ao autor, devendo responder civilmente pela reparação integral dos prejuízos sofridos (CCB/2002, art. 927).

O direito à indenização por danos materiais decorre do prejuízo financeiro imposto ao autor, que teve subtraído de sua conta o montante de R$ 10.000,00, mediante coação e abuso de confiança. O dano moral, por sua vez, é evidente diante do constrangimento, da violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da exposição vexatória sofrida pelo autor, que foi intimidado em sua própria residência e compelido a entregar cartão e senha bancários.

Ressalte-se que o princípio da dignidade da pessoa humana, fundamento da República (CF/88, art. 1º, III), impõe a proteção da integridade moral e patrimonial dos cidadãos, sendo inadmissível a conduta do réu, que extrapolou todos os limites da legalidade, boa-fé e respeito ao próximo.

O CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, os quais restam amplamente demonstrados.

Ainda, a jurisprudência pátria é pacífica quanto à responsabilidade civil por danos morais e materiais decorrentes de condutas abusivas, fraudulentas ou coercitivas, sendo devida a reparação integral.

Por fim, destaca-se que a conduta do réu, além de configurar ilícito civil, pode ensejar responsabilização criminal, nos termos do CP, art. 158 (extorsão) e CP, art. 171 (estelionato), sem prejuízo da reparação civil ora pleiteada.

Em síntese, restam plenamente configurados os requisitos da responsabilidade civil: conduta ilícita, dano e nexo de causalidade, impondo-se o dever de indenizar.

5. JURISPRUDÊNCIAS

“Sentença que condenou o réu no cancelamento de contrato de empréstimo, devolução do valor de R$ 40.500,00 a tít"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos morais e materiais proposta por A. J. dos S. em face de G. G. dos A., na qual o autor alega que, após solicitar empréstimo em estabelecimento gerido pelo réu e não obter resposta, obteve empréstimo junto a outro banco e, posteriormente, foi constrangido e coagido pelo réu a entregar seu cartão bancário e senha, sendo compelido a acompanhar o réu e terceiro a uma agência da Caixa Econômica Federal, onde foram realizados saques e transferência, totalizando R$ 10.000,00 subtraídos de sua conta.

Afirma o autor que a conduta do réu gerou-lhe prejuízos materiais e considerável abalo moral, motivo pelo qual pleiteia a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, além dos consectários legais.

2. Fundamentação

2.1. Da apreciação dos fatos e provas

Os fatos narrados pelo autor encontram respaldo nos documentos acostados aos autos, especialmente o boletim de ocorrência, extratos bancários e demais provas documentais que evidenciam a subtração dos valores mediante coação e abuso de confiança por parte do réu.

Não consta nos autos qualquer impugnação efetiva do réu capaz de afastar a verossimilhança dos fatos, prevalecendo a narrativa do autor, corroborada pelas provas produzidas.

2.2. Do direito

A Constituição Federal, em seu art. 1º, III, consagra a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, impondo a todos o dever de respeito à integridade moral e patrimonial de seus semelhantes.

O Código Civil, em seus arts. 186 e 927, estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, violar direito e causar dano a outrem comete ato ilícito e fica obrigado a repará-lo.

No caso em apreço, restou caracterizado o ilícito civil, diante da conduta coercitiva e fraudulenta do réu, que, mediante abuso de confiança e evidente coação, subtraiu valores da conta bancária do autor, causando-lhe não apenas prejuízo material, mas também relevante abalo moral, dada a exposição vexatória e violação de sua esfera íntima.

A responsabilidade civil, portanto, decorre da presença dos seus três requisitos: conduta ilícita, dano e nexo causal, todos evidenciados no presente caso.

Ressalto que o art. 93, IX, da Constituição Federal determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, o que ora se cumpre, mediante a apreciação dos fatos, provas e do direito aplicável.

A jurisprudência pátria é pacífica quanto à obrigação de reparar danos materiais e morais decorrentes de condutas abusivas e ilícitas, conforme precedentes colacionados na inicial.

2.3. Dos danos materiais

O prejuízo financeiro do autor, consistente na subtração de R$ 10.000,00 de sua conta bancária, encontra amparo na documentação acostada, sendo devida a restituição integral do valor, devidamente corrigido e acrescido de juros legais desde o evento danoso.

2.4. Dos danos morais

O dano moral é evidente diante do constrangimento, da ameaça e da exposição sofridos pelo autor em sua própria residência, bem como da violação à sua privacidade e dignidade. O valor sugerido de R$ 10.000,00 mostra-se razoável e proporcional, em consonância com a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2.5. Dos pedidos e demais consectários

O autor faz jus, ainda, ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC.

Todos os demais pedidos formulados na inicial encontram respaldo legal e devem ser acolhidos, ressalvando-se a apreciação da necessidade de intimação do Ministério Público, a critério do juízo.

3. Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente a ação para:

  1. Condenar o réu G. G. dos A. a restituir ao autor o valor de R$ 10.000,00, a título de danos materiais, devidamente corrigidos e acrescidos de juros legais desde o evento danoso;
  2. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00;
  3. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC;
  4. Defiro a produção de provas documental, testemunhal e pericial, se necessárias, para liquidação do julgado;
  5. Oficie-se ao Ministério Público, caso entenda-se cabível sua intervenção.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Fundamentação constitucional

Esta decisão encontra-se devidamente fundamentada, em atenção ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige motivação explícita, clara e congruente para todos os pronunciamentos jurisdicionais.

5. Conclusão

É como voto.

 

Cidade/UF, data.

_______________________________________
Magistrado(a)


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