Jurisprudência Selecionada

Doc. LEGJUR 297.0406.8976.5183

1 - TST RETORNO DOS AUTOS À TURMA PARA EVENTUAL EXERCÍCIO DO JUÍZO DE RETRATAÇÃO. TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS DO RE Acórdão/STF (TEMA 246 DA REPERCUSSÃO GERAL). LEI 8.666/1993, art. 71, § 1º. IMPOSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO AUTOMÁTICA DO ENTE PÚBLICO PELAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS DO CONTRATADO, EMPREGADOR DO TRABALHADOR TERCEIRIZADO. HIPÓTESE DOS AUTOS. INOBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS PROCESSUAIS: art. 896, § 1º-A, INCISO I, DA CLT E SÚMULA 422/TST. QUESTÃO PROCESSUAL NÃO VINCULADA À RATIO DECIDENDI DA CONTROVÉRSIA APRECIADA PELA SUPREMA CORTE. JUÍZO DE RETRATAÇÃO NÃO EXERCIDO. 1. Por ocasião do julgamento do RE Acórdão/STF, o Supremo Tribunal Federal reiterou o que já havia decidido na ADC Acórdão/STF, que não cabe a automática responsabilidade da Administração Pública, não obstante essa mesma responsabilidade possa ser reconhecida nos casos concretos em que comprovada a omissão fiscalizatória do ente público. Não há dúvidas, portanto, de que a mera inadimplência da empresa prestadora dos serviços terceirizados não caracteriza, por si só, a culpa da Administração Pública. Necessária a demonstração de que houve omissão fiscalizatória para que se reconheça a responsabilidade do Poder Público ou, sob outra vertente, o afastamento dessa mesma responsabilidade diante da comprovada fiscalização ou diante de qualquer outra circunstância fática que isente o Poder Público da culpa in vigil ando na relação jurídica firmada sob a égide da Lei 8.666/1993. 2. Entretanto, a controvérsia decidida pelo Supremo Tribunal Federal (responsabilidade subsidiária da Administração Pública por créditos trabalhistas de terceirizados) não foi apreciada pela Terceira Turma desta Corte, que registrou que a parte «não ataca os fundamentos da decisão agravada, acerca da inobservância dos requisitos traçados no art. 896, § 1º-A, da CLT, com redação dada pela Lei 13.015/14". Concluiu o Colegiado que «inexiste qualquer argumento que evidencie a pertinência do apelo, o qual se encontra desfundamentado, não alcançando seu objetivo, traçado pelo CLT, art. 896. Incidência da Súmula 422/TST". 3. Constata-se, pois, que o acórdão proferido pela Terceira Turma (objeto de eventual retratação), em razão da inobservância dos citados requisitos processuais, não adentrou na questão de fundo invocada no recurso extraordinário (impossibilidade da responsabilidade subsidiária da Administração Pública por crédito de trabalhador terceirizado). 4. Sem a adoção de tese relativa à responsabilidade subsidiária da reclamada tomadora de serviços, no acórdão proferido por esta Turma, fica inviabilizada discussão acerca da incidência da tese vinculante firmada nos autos do RE Acórdão/STF - Tema 246 do Ementário Temático de Repercussão Geral. Nesse contexto, como a questão sub judice (inobservância de pressupostos processuais) não está atrelada à ratio decidendi da controvérsia constitucional decidida pelo Supremo Tribunal Federal, nos citado recurso extraordinário, a Terceira Turma não exerce o Juízo de retratação, mantendo seu acórdão, e determina o retorno dos autos à Vice-Presidência desta Corte para prosseguimento do feito, como entender de direito.

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