Jurisprudência Selecionada
1 - TST AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA CONDUTA CULPOSA. TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA. NÃO PROVIMENTO.1.
Discute-se a responsabilidade subsidiária de ente público pelo adimplemento de obrigações trabalhistas devidas pela prestadora de serviços e deferidas no presente processo. 2. A matéria sobre a responsabilidade subsidiária de ente público pelo adimplemento de obrigações trabalhistas devidas pela prestadora de serviços foi pacificada pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) 16. 3. Naquela oportunidade, ao declarar a constitucionalidade da Lei 8.666/1993, art. 71, § 1º, a excelsa Corte firmou posição de que o mero inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte da empresa prestadora de serviços não transfere à Administração Pública, de forma automática, a responsabilidade pelo pagamento do referido débito. 4. No julgamento, registrou-se, contudo, ser possível a imputação da mencionada responsabilidade, quando evidenciada a sua conduta culposa, caracterizada pelo descumprimento de normas de observância obrigatória, seja na escolha da empresa prestadora de serviços (culpa «in eligendo), ou na fiscalização da execução do contrato (culpa «in vigilando ).5. Registre-se, ademais, que destoa do comando contido nas decisões da ADC 16 e do RE 760931 a responsabilização do ente público amparada na ineficiência ou ineficácia da fiscalização, porquanto isso implica atribuir-lhe a responsabilidade subsidiária de forma automática, em razão do mero inadimplemento das obrigações trabalhistas.6. No tocante ao encargo probatório, em 13 de fevereiro de 2025, o STF finalizou o julgamento do Tema 1.118 da Tabela de Repercussão Geral (RE 1298647), decidindo que, para responsabilizar o poder público por falhas na fiscalização das obrigações trabalhistas, o ônus da prova da referida falha incumbe à parte autora da ação - seja trabalhador, sindicato ou Ministério Público.7. No caso, o Tribunal Regional, mediante análise de prova, consignou a contratação da prestadora de serviços por procedimento licitatório e deixou expresso que ficou comprovada a fiscalização do contrato por meio de controles aptos a coibir a prática de ilegalidades por parte da contratada, cartas de cobrança, notificações, determinação de recolhimento de encargos sociais, exigência de documentos, imposição de penalidades e retenção de valores da fatura. 8. O acolhimento da tese de que não ficou comprovada a validade da citação bem como a fiscalização do contrato, exigiria novo exame do conjunto probatório, defeso nesta fase extraordinária, nos termos da Súmula 126.9. Nesse contexto, a decisão do Tribunal Regional que afastou a pretensão de atribuir ao ente público a responsabilidade subsidiária pelos créditos devidos ao autor, está em consonância com o entendimento sufragado no julgamento da ADC 16 e do RE 760931 (Tema 246) e do Tema 1.118 da Tabela de repercussão geral, bem como na Súmula 331, V.Agravo de instrumento a que se nega provimento.... ()
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