Modelo de Alegações finais por memoriais em ação penal por crime de estupro de vulnerável, pleiteando absolvição do réu primário A. J. dos S. com base na ausência de provas materiais e na fragilidade dos depoimentos

Publicado em: 15/07/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais por memoriais em processo criminal que trata de acusação por estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), onde a defesa sustenta a inocência do réu A. J. dos S., destacando ausência de provas robustas, contradições nos depoimentos, laudo pericial inconclusivo e aplicação do princípio in dubio pro reo para pleitear a absolvição. Contém fundamentação jurídica, análise das provas técnicas e testemunhais, jurisprudência relevante e pedidos finais.
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ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Réu: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, profissão __, portador do CPF nº __, RG nº __, residente e domiciliado na Rua __, nº __, Bairro __, Cidade __, Estado __, CEP __, endereço eletrônico: __@__.com.
Defensor: (caso haja), OAB/UF nº __, endereço profissional: Rua __, nº __, Bairro __, Cidade __, Estado __, CEP __, endereço eletrônico: __@__.com.
Vítima: M. F. de S. L., menor impúbere, representada por sua genitora, Sra. __, residente e domiciliada na Rua __, nº __, Bairro __, Cidade __, Estado __, CEP __, endereço eletrônico: __@__.com.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de A. J. dos S., imputando-lhe a prática do crime previsto no CP, art. 217-A, sob a alegação de que teria cometido ato libidinoso contra a menor M. F. de S. L.. A acusação baseou-se, essencialmente, nas declarações da suposta vítima e em laudo médico pericial.

Durante a instrução, restou consignado que a menor, à época dos fatos, possuía namorado, frequentava residências de vizinhos do sexo masculino e que sua genitora, em depoimento, afirmou que a filha é mentirosa, podendo suas declarações não corresponderem à verdade. O laudo médico não apontou violação recente na genitália da menor, tampouco identificou o agente responsável pela desvirginização.

O acusado, réu primário, negou veementemente a autoria dos fatos, sustentando sua inocência desde o início do processo.

4. DOS DEPOIMENTOS COLHIDOS

No curso da instrução, foram ouvidas a suposta vítima, sua genitora e demais testemunhas. Destaca-se que a genitora da menor, em seu depoimento, foi categórica ao afirmar que sua filha é mentirosa e que tudo o que ela diz pode ser mentira, o que fragiliza sobremaneira a credibilidade do relato acusatório.

Ademais, restou evidenciado que a menor mantinha relacionamento amoroso à época dos fatos e frequentava casas de vizinhos homens, circunstâncias que, embora não sirvam para desqualificar a proteção legal conferida à vítima, são relevantes para demonstrar a ausência de isolamento ou submissão exclusiva à influência do acusado.

Os depoimentos das demais testemunhas não trouxeram elementos novos ou capazes de corroborar, de forma inequívoca, a versão apresentada pela menor.

5. DA PROVA TÉCNICA

O laudo médico pericial, peça técnica de suma importância em delitos de natureza sexual, não descreveu qualquer violação recente na genitália da suposta vítima, tampouco apontou o agente responsável pela desvirginização. Tal ausência de elementos objetivos fragiliza a tese acusatória, pois não há amparo material que sustente a ocorrência do fato na forma narrada na denúncia.

Ressalte-se que, nos termos do CPP, art. 158, a realização de exame de corpo de delito é imprescindível quando a infração deixar vestígios, salvo quando a materialidade puder ser comprovada por outros meios. No caso em tela, a ausência de vestígios recentes e a impossibilidade de individualizar o agente reforçam a dúvida quanto à autoria.

6. DA NEGATIVA DE AUTORIA

O acusado, A. J. dos S., desde o início do processo, negou de forma veemente a prática do delito que lhe foi imputado. Sua postura foi coerente e firme em todos os momentos, não havendo qualquer elemento nos autos que desabone sua conduta ou indique histórico de práticas semelhantes.

Importante salientar que o réu é primário, de bons antecedentes, e não há nos autos prova robusta e inequívoca que permita afastar a presunção de inocência que lhe é garantida constitucionalmente (CF/88, art. 5º, LVII).

A negativa de autoria, aliada à fragilidade das provas colhidas, impõe a aplicação do princípio do in dubio pro reo, devendo o réu ser absolvido diante da ausência de certeza quanto à materialidade e autoria do delito.

7. DO DIREITO

O crime de estupro de vulnerável encontra previsão no CP, art. 217-A, que protege a liberdade e o desenvolvimento sexual de menores de 14 anos. Contudo, para a condenação, exige-se a existência de provas seguras e harmônicas quanto à materialidade e autoria, conforme determina o CPP, art. 155.

A palavra da vítima, em crimes sexuais, possui especial relevância, sobretudo quando corroborada por outros elementos de prova (CPP, art. 201). Todavia, a jurisprudência é pacífica ao afirmar que tal valor não é absoluto, devendo ser analisada com cautela, especialmente quando houver contradições, ausência de corroboração e elementos que comprometam sua credibilidade.

No presente caso, a própria genitora da menor, em juízo, declarou que sua filha é mentirosa, o que compromete a confiabilidade do relato acusatório. Ademais, o laudo médico não identificou violação recente ou autoria do suposto ato, não havendo,"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação penal em que figura como acusado A. J. dos S., denunciado pela suposta prática do crime previsto no CP, art. 217-A, em desfavor da menor M. F. de S. L.. Narra a denúncia que o acusado teria cometido ato libidinoso contra a menor, fundamentando-se, basicamente, nas declarações da suposta vítima e em laudo médico pericial.

Em sede de instrução, foram colhidos os depoimentos da vítima, de sua genitora e de testemunhas. Destacou-se, entre outros pontos, a afirmação da mãe da menor, que declarou em juízo que sua filha é mentirosa, o que fragiliza a credibilidade da versão acusatória. O laudo médico, por sua vez, não apontou violação recente na genitália da menor, tampouco identificou a autoria do suposto ato.

O acusado, réu primário e de bons antecedentes, negou veementemente a autoria dos fatos desde o início do processo.

2. Fundamentação

2.1. Da Prova Produzida

Conforme disposto no CPP, art. 155, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação das provas produzidas em contraditório judicial. No caso em exame, a palavra da vítima, apesar de possuir especial relevância nos crimes sexuais (CPP, art. 201), não se apresenta suficiente para embasar um juízo condenatório, haja vista os relevantes elementos que comprometem sua credibilidade.

O depoimento da genitora da menor, afirmando que a filha é mentirosa, impõe cautela redobrada na análise do relato acusatório. Ademais, o laudo médico pericial, peça técnica essencial em delitos desta natureza, não descreveu qualquer violação recente, tampouco identificou o agente responsável pela desvirginização da menor.

Ressalte-se que, nos termos do CPP, art. 158, quando a infração deixar vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, salvo quando a materialidade puder ser comprovada por outros meios. No presente caso, a ausência de vestígios recentes e a impossibilidade de individualizar o agente reforçam a dúvida quanto à autoria.

Acrescente-se, ainda, que os depoimentos das demais testemunhas não trouxeram elementos novos ou capazes de corroborar, de forma inequívoca, a versão apresentada pela menor.

2.2. Da Presunção de Inocência e do In Dubio Pro Reo

A Constituição Federal, em seu CF/88, art. 5º, LVII, assegura que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória", consagrando o princípio da presunção de inocência. Diante da fragilidade das provas colhidas, impõe-se a aplicação do postulado do in dubio pro reo, segundo o qual, na dúvida, deve-se absolver o acusado.

2.3. Da Obrigação de Fundamentação

Cumpre destacar que o dever constitucional de fundamentar as decisões judiciais, previsto no CF/88, art. 93, IX, obriga o magistrado a indicar, de forma clara, os fundamentos fáticos e jurídicos que justificam a solução adotada. No presente caso, a ausência de elementos probatórios robustos e harmônicos impede a formação de um juízo de certeza acerca da autoria e da materialidade do delito imputado ao acusado.

2.4. Da Jurisprudência

A jurisprudência é firme no sentido de que a palavra da vítima, embora relevante, não é absoluta, devendo ser analisada de forma contextualizada e confrontada com os demais elementos probatórios (vide: TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ; STJ, AgRg nos EDcl no AREsp 1.935.727 - PR). No caso concreto, constata-se a ausência de corroboração suficiente para sustentar um decreto condenatório.

3. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão acusatória, com fulcro no CPP, art. 386, VII, para absolver o acusado A. J. dos S. da imputação constante na denúncia, em razão da ausência de provas suficientes para a condenação, nos exatos termos do princípio do in dubio pro reo e da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII).

Deixo de determinar quaisquer medidas restritivas em relação ao acusado, revogando eventual prisão cautelar, se por outro motivo não estiver preso, e determino a expedição de alvará de soltura, caso necessário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

4. Fundamentação Legal

5. Conclusão

É como voto.

________________, ____ de ___________ de 20__.
Juiz de Direito


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