Modelo de Ação de obrigação de fazer com pedido de tutela de urgência contra Águas do Vale S.A. para suspensão da cobrança abusiva e manutenção do fornecimento de água essencial ao consumidor
Publicado em: 16/06/2025 Processo CivilConsumidorAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, professor, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], vem, por seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
em face de Águas do Vale S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede à Avenida das Águas, nº 456, Bairro Industrial, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico [email protected].
3. DOS FATOS
O Autor é consumidor regular do serviço público essencial de fornecimento de água, prestado pela Ré, empresa concessionária responsável pelo abastecimento na localidade.
Em 10 de junho de 2025, o Autor foi surpreendido com o recebimento de fatura referente ao consumo de água, com vencimento em 30 de junho de 2025, cujo valor é manifestamente exorbitante e superior à média dos valores habitualmente pagos nos meses anteriores.
A Ré justificou a cobrança alegando ter realizado um cálculo da média das parcelas pagas no período de novembro de 2024 a abril de 2025, emitindo a fatura com base nesse critério. Contudo, tal procedimento não reflete o consumo real do Autor, tampouco foi precedido de qualquer comunicação clara e adequada sobre a metodologia adotada.
Ademais, a Ré ameaçou suspender o fornecimento de água caso o Autor não efetue o pagamento do valor cobrado, o que caracteriza grave risco à dignidade e à saúde do consumidor, considerando tratar-se de serviço público essencial.
Ressalte-se que o Autor sempre manteve suas contas em dia e jamais foi notificado de qualquer irregularidade em seu hidrômetro ou de suposto consumo anormal. A cobrança, portanto, revela-se abusiva e desproporcional, afrontando os princípios da boa-fé objetiva e da transparência nas relações de consumo.
Diante da iminência do corte no fornecimento de água, o Autor busca a tutela jurisdicional para garantir a continuidade do serviço e a revisão da cobrança impugnada.
4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)
4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA APLICABILIDADE DO CDC
A relação entre o Autor e a Ré é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, pois envolve prestação de serviço público essencial por concessionária, sendo o Autor destinatário final do serviço.
O CDC, art. 6º, III, assegura ao consumidor o direito à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.
4.2. DA ABUSIVIDADE DA COBRANÇA E DA NECESSIDADE DE TRANSPARÊNCIA
A cobrança de valor exorbitante, sem respaldo em consumo efetivamente aferido ou sem justificativa técnica plausível, caracteriza prática abusiva, vedada pelo CDC, art. 39, V, que proíbe exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva.
A Lei 11.445/2007, art. 2º, IX e XI, impõe à concessionária o dever de transparência e regularidade na prestação dos serviços de saneamento básico, o que inclui a obrigação de informar de forma clara e prévia qualquer alteração na metodologia de cálculo das tarifas.
4.3. DA ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO DE ÁGUA E DA IMPOSSIBILIDADE DE CORTE INDEVIDO
O fornecimento de água é serviço público essencial, indispensável à saúde e à dignidade da pessoa humana, conforme reconhecido pela CF/88, art. 1º, III e CF/88, art. 6º. A interrupção do serviço somente pode ocorrer em situações excepcionais, mediante notificação prévia e em razão de inadimplência atual, jamais por débitos pretéritos ou controvérsias acerca do valor cobrado (STJ, AgRg no AREsp 842.815/SP).
O CDC, art. 22, impõe o dever de fornecimento adequado, eficiente e seguro dos serviços essenciais, respondendo o fornecedor objetivamente pelos danos causados ao consumidor.
4.4. DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA
O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
No caso, a probabilidade do direito decorre da documentação que comprova a regularidade dos pagamentos e a ausência de justificativa plausível para a cobrança exorbitante. O perigo de dano é evidente diante da ameaça de corte do fornecim"'>...
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